17 novembro 2010

Empresa penacovense celebra 30 anos de sucesso




Página do DIÁRIO DE COIMBRA 17 NOV 2010
 A Macop-Materiais de Construção SA, é hoje destaque no Diário de Coimbra. Não se trata de campanha publicitária apenas, pois esta empresa penacovense já se afirmou por si no mercado da região centro. O Prémio PME-Excelência em 2009 e a  Medalha de Mérito Concelhio,  atribuída pelo Município de Penacova no mesmo ano,  são prova do reconhecimento público duma dinâmica empresarial  que tem actualmente um rosto: Armando Martins.

Do Brasil para o Penacova Online: Novos Caminhos Políticos-uma análise pós-eleitoral


Bia Montes
Antes de iniciar falando sobre o novo cenário político do Brasil, irei apresentar-me aos ilustres leitores do Penacova Online, meu nome é Beatriz Montes, mas podem me chamar de Bia Montes. Sou jornalista e também possuo um blog e foi por meio dele que acabei conhecendo o David.  E aceitei o seu convite para escrever algumas coisas sobre as terras de cá. Espero que gostem.

Novos Caminhos Políticos

 O Brasil viveu no último mês de outubro e ainda vive uma séria mudança em seu cenário político, temos uma nova presidente da República, a primeira presidente mulher da história do Brasil, uma ex-rebelde marxista, que no período da Ditadura Militar (Décadas 1960 e 1970) foi presa e torturada.    
Imagem da responsabilidade
do Penacova Online
Em seu discurso da vitória foi surpreendente, manteve-se inexpressiva, sem muita demonstração de emoções, contendo lagrimas e ate mesmo a explosão de felicidade por ter conseguido se eleger como a primeira presidente do Brasil. Em seu discurso muito falou, mas, pouco foi dito. Usou palavras sóbrias, sem vestígios do sentimento de perseguição que aflorou durante a campanha eleitoral, em momento algum culpou as elites brasileiras da luta imaginária travadas em trincheiras existentes somente no imaginário do seu antecessor, o presidente Lula.
Vale ressaltar que durante seu discurso, utilizou uma fala de quem realmente quer trabalhar e não apenas para impressionar, mesmo assim, ainda deixou ressaltar o seu desnorteamento, deixando algumas dúvidas no ar, pois, seu discurso e suas atitudes não podem mais ser aquelas que os marqueteiros da campanha embelezam e jogam no ar.

Seu governo terá início em 1º de janeiro de 2011, e a presidente ainda não sabe, evidentemente, como vai domar a gastança pública. Ainda mais tendo de saciar o PT e o PMDB, as maiores bocas do fisiologismo nacional. Dilma fez o movimento certo, corajoso, ao incluir o controle fiscal em sua primeiríssima fala. Falta agora conversar com alguém que entenda do assunto, pois, a conta precisa fechar.

Em matéria de economia, falta entender, também, que os remendos populistas um dia estouram – como se vê na Venezuela chavista e na Argentina dos Kirchners.  E assim chegamos ao ponto onde uma parcela pensante da sociedade brasileira teme a imprensa. Ela convive com medo de ser amordaçada, principal medida dos dois vizinhos contra a derrocada econômica. É por isso que chega a causar arrepios o anúncio, pela presidente eleita, de um Fundo Social do Pré-Sal.

A criação de uma assinatura politicamente correta para lavar a gastança do governo é antiga, e pode ate se mostrar uma saída esperta, mas o tombo no final é grande. Se a economia pega um vento de través – o que Lula não soube o que é –, não há populismo que segure os navegantes. Talvez Dilma só compreenda essa equação no dia em que tiver de cortar Bolsa Família. Espera-se que a ficha caia antes.
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Obrigado Bia pela análise tão  pertinente sobre o  período pós-eleitoral no Brasil, país onde vivem tantos portugueses e luso-descendentes, muitos deles pertencentes ao concelho de Penacova.
Ficamos a aguardar mais textos seus, sempre que possa e ache oportuno.

16 novembro 2010

Contas das Festas do Municipio foram apresentadas na Reunião da Câmara de 15 de Outubro.

Festas do Município e Comemorações
 do Centenário da República dominaram
reunião da Câmara de 15/10
Na reunião da Câmara Municipal ,de 15 de Outubro, a Vereadora Maria Fernanda Veiga apresentou as contas das Festas do Município, do Festitradições e ainda as transferências para as Associações e Grupos Etnográficos do concelho.

Outro assunto abordado, foi a Comemoração do 5 de Outubro. O Vereador Luís Morgado citou  excertos  de Ramalho Ortigão e Fernando Pessoa, onde aqueles escritores criticam duramente o regime republicano.

A agenda da reunião incluiu outros assuntos de gestão corrente. Leia AQUI a Acta publicada no site da Câmara

Igreja "velha" de Lorvão: as obras de restauro em1952

A Igreja em 1950
Foto Penacova Online Nov2010
Esta Igreja, dedicada a N. Srª da Expectação, foi mandada edificar no século XVII pela Abadessa  D. Serafina da Câmara. A sua ruina  levou ao desabamento do telhado da capela – mor há cerca de 50 anos. Em  1952, por ocasião da Inauguração do Bairro e do Restauro do Mosteiro, uma  comissão procedeu também às obras de recuperação da 2 Igreja Velha” : Joaquim Rosa da Fonseca, Fernando Borges, António Rodrigues ( Fábrica da Igreja); Ezequiel Simões – presidente da Junta, Antonio Rodrigues Craveiro, Justiniano Figueiredo, Manuel Figueiredo Marques, Alípio Batista, Manuel dos Santos Rosa-regedor, Jose Albino da Silva e Manuel dos Santos David, juntamente com o Pároco. A Câmara Municipal contribuiu com telha e eucaliptos.Alguns beneméritos se destacaram também, conforme destaques publicados no Notícias de Penacova ( 1952).

Bronca com as turmas de Penacova é capa do Frontal

Acaba de sair mais um número deste quinzenário. Penacova aparece em destaque na primeira página por dois motivos: um positivo e que se prende com a promoção da gastronomia local e outro bastante negativo: a continuação das polémicas DREC - Direcção do Agrupamento. Nas páginas interiores, os habituais espaços de informação e de opinião.

14 novembro 2010

A tradição cumpriu-se...magusto, etnografia, folclore, produtos do campo...deram mais vida a Penacova



FEIRA DO MEL E DO CAMPO

Cumpriu-se a tradição: espalhou-se a primeira camada de caruma, depois as castanhas e por cima, caruma e mais caruma. Acendeu-se o lume...

Mas, além do magusto, também as febras e os enchidos grelhados, o bom vinho à discrição...

Além do magusto e das febras, o mel, os produtos do campo, o folclore, a etnografia, as pessoas, as colectividades...

Convite  ao Convívio entre penacovenses   que atendendo ao grande número de pessoas presentes, foi correspondido.

13 novembro 2010

Feira do Mel e do Campo: visite hoje e amanhã em Penacova


Promover o desenvolvimento através das potencialidades económicas do mundo rural

...  Com múltiplos desafios e necessidades específicas, o mundo rural continua a representar  uma fonte estratégica para o desenvolvimento local das populações residentes...

12 novembro 2010

Falar de Almas e de Alminhas...em Novembro

Novembro mês das Almas
A tradição cristã consagra o mês de Novembro ao sufrágio pelas “Almas”. Tradição que começa no dia dos «Fiéis Defuntos”  e continua por todo o mês, durante o qual os crentes lembram diante de Deus aqueles que os precederam na fé.
Logo no primeiro dia do mês - solenidade litúrgica de Todos os Santos - os cemitérios enchem-se de pessoas, antecipando assim o dia propriamente dedicado à Comemoração dos Fiéis Defuntos. Em tempos não muito distantes, ao longo do mês, meditava-se na vida para além da morte. A devoção pelas almas do Purgatório era especialmente actualizada nesta quadra e promovida  pelas Confrarias das Almas.
Segundo o historiador, António Matias Coelho, no cristianismo primitivo só existia Céu e Inferno.  A ideia do Purgatório surgiu depois, na Idade Média, quando a Igreja, na sequência do Concílio de Trento de 1563, o impõe como dogma, numa lógica de resposta católica à Reforma levada a cabo pelos protestantes. Passava assim a haver um estado intermédio para as almas das pessoas que faleciam. Em vez do dualismo do Céu, para os bons, e do Inferno, para os impuros, criou-se um estado intermédio, um local onde durante algum tempo as almas ficariam a purificar-se.
É neste contexto de Céu, Inferno e Purgatório que terá nascido a construção das “Alminhas”. Segundo aquele historiador, as alminhas “são uma criação genuinamente portuguesa e não há sinais de haver este tipo de representação das almas do Purgatório, pedindo para os vivos se lembrarem delas para poderem purificar e "subir" até ao Céu, em mais lado nenhum do mundo a não ser em Portugal". Seremos, assim, o único país que, na sequência do Concílio de Trento (1545-1563), criou esses pequenos memoriais. Na sequência do já referido Concílio foram criadas as Confrarias das Almas – ainda existentes nalgumas regiões - como forma de institucionalizar a crença no Purgatório e impor a convicção de que as almas dos mortos sairiam tanto mais cedo do Purgatório quanto mais orações e esmolas por eles fossem aplicadas.

Se é verdade que as Alminhas são uma característica da genuína religiosidade popular portuguesa não deixa de ser preocupante a "morte lenta" que este culto vai apresentando, muitas vezes a começar pelo estado de abandono destes nichos em memória dos nossos mortos. Voltando às palavras do Prof. Matias Coelho, estamos hoje “bastante descristianizados e já não se vêem as alminhas iluminadas, tremelicando de luz, que dantes se viam ao longe acesas à noite, muitas vezes em locais ermos e distantes no meio do nada. Mas era desejável que estes objectos feitos de cantaria trabalhada ou outros materiais não acabassem no meio de silvas, como já acontece bastante.”

Almas...e Alminhas em Penacova
Já alertámos, para esta questão no Nova Esperança (Outubro de 2008 e Outubro de 2010) e  no blogue “Central Penacova” lemos também recentemente um artigo onde se apela para a necessidade de preservar este património. Escreve Óscar Trindade naquele espaço,: “No concelho de Penacova é fácil encontrar estes motivos da religiosidade do nosso povo. Algumas encontram-se em locais de fácil acesso enquanto outras estão construídas em locais ermos, de pouca passagem, sujeitas ao instinto maldoso de pessoas ignorantes que as têm destruído. Outras foram restauradas de forma grosseira sem ter em conta a sua originalidade e idade.”
Há cerca de sessenta anos, o Notícias de Penacova, escrevia o seguinte: “Lemos há dias a consoladora notícia que o município de Condeixa, por sugestão do presidente num gesto que a dignifica, resolvera mandar restaurar quanto possível segundo molde primitivo todas as alminhas levantadas pela fé sã dos seus maiores . Logo nos veio à mente que muito enobreceria a nossa Câmara tomando idêntica atitude”. E continua o articulista: “Merecem o nosso carinho e respeito esses “templozinhos” modestos, escondidos sob a ramada das árvores junto da via pública, alguns já desmaiados pela mão destruidora do tempo, mas todavia, conservando o seu significado: arrancar a atenção do viandante e colocá-lo perante a grande realidade do Além.”
Lembra ainda Óscar Trindade que “estes pequenos monumentos populares de grande beleza, importância histórica e cultural mereciam um olhar mais atento.” E lança a sugestão de ser feito “um levantamento de todas as Alminhas existentes no concelho a fim de serem catalogadas e referenciadas tendo em conta o local onde estão erguidas, mas isso será um a empresa que exige alguma colaboração do povo e das entidades que governam o nosso concelho, nomeadamente as Juntas de Freguesia.“

11 novembro 2010

Imprensa Local: espaços de Opinião e Crónica Literária predominam no jornal de Outubro

Do conteúdo do jornal Nova Esperança , nº 381 de 31 de Outubro, recentemente chegado aos seus leitores, destacamos,  além dos títulos da 1ª página:
- Assembleia Diocesana de Catequistas Coordenadores, com a presença do Padre Rodolfo Leite, Secretário Diocesano; Torneio de Natação da APPACDM; Escuteiros da Região Centro em actividade JOTA-JOTI; Bombeiros Voluntários em Lorvão; Subsídio do Governo Civil ( Bombeiros); Convívio da União Recreativa Carvoeirense; Paulo Cunha lança Livro no Forum Coimbra; Feira do Mel e do Campo.
No espaço de Literatura: A Lágrima que se Solta, por Paulo Cunha Dinis e Niambé, o Senhor de Tudo..., por Victor Martins e, por último, no espaço Opinião: Mais Vale Prevenir, por António Simões ( sobre a nova EB1 de Penacova); Reflectir é Preciso...o Futuro do Concelho de Penacova / Poder Local, por Carlos Mendes; Reflexões: um ano depois, por Pedro Alpoim, sobre um ano de mandato do PS em Penacova (refira-se que estes dois artigos estão também publicados no blogue Penacova Actual ); Almas e Alminhas, por David Almeida, sobre Novembro-mês das Almas e a Preservação das Alminhas no nosso concelho.

06 novembro 2010

Recortes de publicidade na imprensa local na primeira metade do século XX



Quem se recorda da Loja do Pitrolino na Rebordosa? ou da " Vagarosa Ligeira" do Heliodoro? E do Hotel-Penacova, na Avenida 5 de Outubro? Memórias que neste ano centenário da república somos convidados a revisitar...Aqui fica uma pequena recolha do Penacova Online.

Anúncio de 1902


04 novembro 2010

Penacova, minha Terra...por Joaquim Esteves Vizeu

( EXCERTOS . VER TEXTO COMPLETO NA COLUNA LATERAL)
PENACOVA MINHA TERRA


Se fores à minha terra,
Verás como manso e ledo
corre, da mais alta serra,
O lindo rio Mondego.

Contempla atento, admira,
Vê-o da Pérgola, a jusante!
Alguém,  panorama vira,
Mais belo, mais deslumbrante?!

Não te detenhas! Agora
Caminha até ao Mirante.
Oh! Quem não se demora,
Olhando absorto, a montante?!

Bem perto o Preventório.
Visita-o, que extasiado
Ficas neste observatório.
Que belo, que lindo eirado!

Não será isto que exclamas?!
Mas dirás ainda mais:
Que admiráveis panoramas!
Só na Suíça há iguais!

Em Penacova, planalto,
Ou um quase promontório,
Vês sobranceiro – Monte Alto –
Com ermida, um oratório.

Sobe lá. Mais deslumbrado
Hás-de ficar, com certeza,
-embora chegues cansado-
Ao veres tanta beleza.

Sobe inda ao Penedo de Castro.
Não vês outros, muitos mais?
Se todos fossem de alabastro,
Ou rochedos de cristais!

Basta, desçamos ao rio.
Ponhamos termo à visita.
Porque por gosto e por brio,
Quero mostrar - te outra fita.

Se a estrada marginal
For teu primeiro caminho,
Toma um outro original,
Que te conduza de mansinho.

Te leva, como o primeiro,
e com muito menos perigo,
Embora menos ligeiro,
Para o mesmo ponto, amigo.

Há soberbas paisagens
Para telas ou pintura.
E sob as verdes ramagens
Que delícia de frescura!

E assunto para poesia?!
Das aves o doce canto
- a suave melodia-
Te basta para encanto.
Aveiro-Novembro 1932
J.E. VIZEU (VIRIATO)
Penacovense , professor oficial, na época, residente em Aveiro
Fontes: Jornal de Penacova ( texto); o presente texto leva a  grafia actual
PenacovaOnline (imagens-2010)

Imprensa Local / Regional: FRONTAL destaca Jornadas dos Bombeiros em Lorvão

Como vem sendo habitual, fazemos hoje referência ao Jornal Frontal, nº 34 de 28 de Outubro.
Relativamente a Penacova, além dos títulos da capa, destacamos: Mosteiro de Lorvão faz subir investimento no concelho de Penacova; Feira do Mel e do Campo;  I Torneio de Natação da APPACDM; Perícia Automóvel de “ Velhas Glórias”; Conferência no Mosteiro associou-se aos 200 anos da Batalha do Bussaco; Jovens do Concelho de Penacova participaram em festa mundial de radioamadorismo e Terras da Irmânia e da Casconha ( opinião).

31 outubro 2010

Programa Cultural em Lorvão prosseguiu hoje com Estórias de Encantar e Exposição de Pintura

A Junta de Freguesia de Lorvão está a desenvolver um programa cultural a que chamou "Outono no Monte". Hoje à tarde, a par da exposição de pintura e a realização de actividades ao vivo por parte dos  jovens expositores(Renato Simões, de Lorvão,  Patrícia Rodrigues, do Roxo, e Luisa Oliveira, da Aveleira), decorreu uma sessão de " estórias de encantar" onde Ana Rita Martins apresentou histórias da tradição oral e de diversos autores, transmitindo a magia dos livros e da leitura.

««««Veja as fotos na coluna lateral ou clique AQUI

Reflectir é preciso…O futuro do concelho de Penacova / Futuro do Poder Local

                                                                                                                                      » Carlos Mendes

Naturalmente, o futuro em termos de desenvolvimento económico que estiver associado ao país terá os seus reflexos no concelho … e de que maneira!
O país (e o mundo) assistiu na semana passada à “ficção” (tipo filme de terror/drama político)da negociação entre o PS e PSD para a aprovação de uma proposta para o Orçamento de Estado (OE) de 2011.
Não tivessem sido, mais uma Reunião do Conselho Europeu em Bruxelas no passado dia 28 e 29 de Outubro em que Eng. José Sócrates terá sido (eventualmente) sensibilizado pela Sra. Angela Merkl para o festival que essa “ficção” provocou na imagem de Portugal; e a sondagem publicada dando (caso fossem hoje as eleições legislativas) uma vitória do PSD com cerca de 40%,… reflectindo… Será que teria existido um acordo II na proposta do OE?
“Devemos esperar o pior”, admitindo que vão ser necessários “cortes mais severos … acho muito difícil (Portugal) escapar à vinda do FMI (Fundo Monetário Internacional)”, afirmou o Dr. António Nogueira Leite, na passada sexta feira, na Figueira da Foz, na tertúlia “125 minutos com…”, organizada pelo Casino Figueira, com a jornalista Fátima Campos Ferreira.… reflectindo… Será que a maioria dos portugueses sabe de que forma irá ser afectado, em termos fiscais, no próximo ano com este OE? Será que saberão quantificar esse valor? Sugiro que procurem analisar esses elementos… de modo a constatarem da “dureza” e consequências que nos aguardam.
Sustento a ideia de ser necessário repensar o país… No entanto, a circunstância dessa(possível) mudança passa pelo Poder Político. Urge uma necessidade da participação da sociedade civil neste momento difícil que o país atravessa… é necessário, também, uma sociedade mais exigente! É fundamental gente capaz e competente, envolver a juventude, quer no desenvolvimento local, quer ao nível nacional, com o apoio de pessoas reconhecidas, com experiência de vida e capacidade de criar riqueza.
Vivemos um momento difícil, que será ainda pior no próximo ano. Devemos trabalhar mais, reflectir na incidência em que podemos afectar a poupança e ter uma sensibilidade social e solidária diferente para com aquele que atravessará um momento mais difícil que o nosso.
Mas, para mudar amanhã é preciso reflectir… e começar já hoje…O futuro do concelho de Penacova estará em risco num futuro próximo?
Repensar o país, implicará repensar o seu território, levará a que no distrito de Coimbra muitos concelhos sejam agrupados em forma de “Regionalização” ou outra. Poderá conduzir (por exemplo) que no concelho de Penacova venham apenas a existir três freguesias em vez de onze. Daí, que o concelho, num futuro próximo tenha que evidenciar as suas competências, potenciar as suas capacidades, afirmando a sua centralidade no distrito face aos concelhos vizinhos e à sua aproximação à cidade de Coimbra.
E para isso, com a expectativa de mudanças introduzidas teríamos um processo político…liderado, naturalmente por pessoas capazes…Será que o concelho de Penacova estará preparado para essa competência e afirmação na Região?
Se para uns o futuro do concelho com o “novo” PS está à vista… para outros o futuro com este PSD será preocupante…
Para uns será necessário trabalhar muito mais, criar riqueza para o município, transmitindo confiança e credibilidade… para outros… parece não haver forma de limpar os “cacos partidos” (aquando das últimas eleições autárquicas) e espalhados por algumas mentes…
Há que pensar com visão o futuro! Para que as críticas não sejam tão evidentes (sobretudo aquelas vindas de dentro). “Em Penacova há líderes de pés de barro que acham que o povo está de olhos fechados” afirmou numa entrevista um alto responsável distrital do PSD.
Não existem pessoas insubstituíveis para qualquer cargo e função seja ele público ou privado. Todos somos válidos em diferentes áreas. No entanto, é indispensável sabermos valorizar a identidade penacovense e reconhecer o valor das pessoas quer do concelho quer da Região e a importância que algumas dessas poderiam ter num desenvolvimento futuro da comunidade Penacovense.
Aquando da Distinção feita pelo Presidente da República, no passado dia 10 de Junho ao distinguir com a Ordem do Mérito o ainda actual presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares, Jaime Marta Soares, este, prometeu - mais trabalho em prol do distrito…
Recentemente, numa entrevista a um jornal da Região, o Presidente Jaime Soares (como é conhecido pelo povo), afirmava existirem bons autarcas do PSD que não se podem recandidatar nos seus concelhos e que poderiam vir a fazer um bom trabalho noutras câmaras vizinhas. Afirmou, também, que a possibilidade de se candidatar a outra câmara não se colocava. Mas, um “não” em política hoje, poder-se-á traduzir, amanhã, num possível contributo de trabalhar em prol de um novo projecto, potenciando por exemplo o desenvolvimento da comunidade Penacovense e da Região.
O Presidente Jaime Soares, quer se goste ou não, inegavelmente, trata-se dum homem com sentido de liderança, com uma experiência de vida e capacidade de trabalho cuja obra feita fala por si… Trata-se dum homem com muito ainda para dar quer à Região quer ao País.
… reflectindo… Façamos uma análise e observemos o desenvolvimento do concelho de Penacova face ao dos concelhos vizinhos nos últimos 20 anos… Será que Penacova parou no tempo? Poder-se-iam colocar inúmeras questões…cada um fará as suas!
Olhando à nossa volta… Como seria, por exemplo, Vila Nova de Poiares hoje sem ter tido a participação de Jaime Soares? Como poderia ser o concelho de Penacova, hoje, se tivesse sido conduzido nestes últimos anos por um Líder dinâmico e empreendedor como o de um concelho vizinho?
Em vez de colocar questões acerca do ponto em que Penacova se encontra, poderemos colocar outras que levem a comunidade Penacovense a mudar de rumo.
Como poderia ser o concelho de Penacova daqui a 10 anos se (por exemplo) Jaime Soares fosse presidente da Câmara Municipal de Penacova daqui a três anos? Qual a importância que Penacova poderia ter na região se explorasse as suas potencialidades de outra forma?
O futuro depende de todos nós… o provérbio diz que “cada um tem o que merece”, eu prefiro… cada um tem o que deseja… ELEVAR PENACOVA.

31 de Outubro de 1929: a Pátria e a República em Crepes - Morreu António José de Almeida

"A PÁTRIA E A REPÚBLICA EM CREPES"
escreveu em grande destaque de 1ª página o
jornal VOZ DE S. PEDRO DE ALVA
Pelas 2:30 da manhã do dia 31 de Outubro de 1929,  na sua casa na Avenida António Augusto de Aguiar, em Lisboa, morre António José de Almeida, que havia nascido a 17 de Julho de 1866 em Vale da Vinha, concelho de Penacova. O funeral realizou-se na tarde do dia 2 de Novembro, com destino ao Cemitério do Alto de S. João. Escreveu o Diário de Lisboa : " O Apóstolo da República vai a enterrar entre lágrimas e flores, a cidade inteira curvada  respeitosamente ante a relíquia quase sagrada do seu cadáver".

Imagem: Medalhão colocado no frontespício do Jazigo no Alto de S. João.

31 de Outubro de 2009: membros dos actuais órgãos autárquicos tomaram posse

Do Penacova Online:
Sábado, 31 de Outubro de 2009
Novos membros da Assembleia Municipal e Câmara tomaram posse nos Paços do Concelho
A cerimónia teve início pelas 15 horas, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.  A sessão foi presidida pelo Presidente da Assembleia Municipal cessante, Luís Morgado. Encerrada a cerimónia, e após um curto intervalo, realizou-se a 1.ª reunião de funcionamento da Assembleia Municipal em que foram eleitos o Presidente e Secretários da Mesa da Assembleia: Pedro Coimbra (PS), António Simões(PS) e Anabela Bragança(CDU) respectivamente. (...)

30 outubro 2010

Autárquicas2009: um ano depois



Sem juízos de valor, e dado que o site de campanha já se encontra desactivado, recordamos  hoje as propostas do Partido Socialista, vencedor das Autárquicas 2009 em Penacova.

Faz amanhã um ano que o novo Executivo tomou posse. O Penacova Online, apesar de estar aberto à divulgação de textos credíveis, assinados por penacovenses, não tem por missão fazer análise de propostas eleitorais ou do grau de cumprimento das promessas feitas. Vinte e cinco por cento do mandato já está percorrido. Faltam ainda três anos para a actual equipa ser  julgada nas urnas. Aos nossos leitores, cada um com a sua sensibilidade, deixamos a tarefa de tirarem as inevitáveis conclusões confrontando de novo o referido programa.

Da nossa parte, apenas formularemos o desejo de que Penacova progrida e se desenvolva efectivamente, independentemente das forças partidárias que detenham o poder. 

(NOTA DA REDACÇÃO: o programa eleitoral aqui recordado, tem como fonte o site de campanha do PS. O conteúdo, quer textual, quer pictórico, segue o original; apenas a apresentação gráfica é da responsabilidade do Penacova Online)  
CASO NÃO CONSIGA VISUALIZAR AS IMAGENSOU VISUALIZAR PÁGINA A PÁGINA CLIQUE AQUI

25 outubro 2010

Impressões e Emoções duma Viagem a Portugal e duma Visita a Penacova

 “ No meio de toda essa beleza de Lisboa, reservamos a quarta-feira 13 de maio, dia em que se comemora a Libertação dos Escravos aqui no Brasil, para conhecer Penacova, de onde vem a origem de meu sangue português, Telhado, terra de meu avô Afonso Rodrigues da Costa. Já a conhecia por fotos e filmes enviados por um amigo querido que localizou nossa família portuguesa em Midões, favor que jamais poderá ser pago materialmente. Mas a emoção que senti ao entrar na vila, ao descer do carro no Largo Alberto Leitão, ir até a Pérgola e ver o Rio Mondego tal qual nas fotos e filmes jamais conseguirei colocar em palavras, é algo, um sentimento que jamais senti, a ponto de ao agradecer a Deus na Igreja, em oração, começar a chorar muito, lágrimas portuguesas, com certeza. Era alegria, emoção de estar pisando o solo que meu avô (que nem cheguei a conhecer) pisou, ver, sentir o perfume, o cheiro dessa Terra e flores, ver sua gente, ouví-la, minha gente.”
                                                                                                            . Heliana Rodrigues da Costa
Ontem, dia 22 de outubro, lendo um artigo assinado por  Correia Borges, sobre Lorvão,  no Blogue Penacovaonline, voltei a pensar em como gostaria de escrever sobre Portugal e até se seria capaz de fazê-lo, expressando tudo o que minha viagem causou e o que mudou em minha vida.
DIÁRIO DUMA VIAGEM...
Fiz essa viagem de 22 dias em Maio graças a uma oportunidade com a participação da COMPANHIA DA CASA AMARELA, empresa de Teatro de meu irmão,  em dois Festivais, no Porto e Arcos de Valdevez.
Não terei,  por mais que busque, palavras para descrever tudo o que vivi nessa Terra amada que hoje considero minha segunda Pátria, e a transformação que ela me causou.
Preciso primeiramente esclarecer que desde criança gostava muito de Portugal e tudo a que ele se referia, música, comida, história, sua gente, seus heróis. Dançava e cantarolava as cantigas folclóricas portuguesas.
Bem conheci algumas cidades, como se diz aqui no Brasil, poucas sei hoje, tenho consciência do quanto não conheci, e que preciso muitos meses nesse país tão pequeno geograficamente comparado ao meu Brasil, mas de tão grande riqueza histórica e cultural.
Chegamos à Lisboa às 6:45 do dia 30/04/2009, tempo nublado com garoa, as luzes da cidade ainda acesas, lindo de se ver. Senti um impulso de beijar o chão do aeroporto, afinal estava em solo português, mas freei-me, seria ridículo! Quem entenderia? Somente meu coração, pela emoção que estava sentindo, parecia que estava de volta à minha Terra.
Fomos imediatamente, ou quase, para o Porto onde seria o primeiro Festival. Ah Porto, que boa gente, que acolhedor, quanta beleza. Praça da Batalha, descer pelo Funicular, passear pela Ribeira; no elétrico pela cidade, o vinho verde, saboreado pela primeira vez em Portugal. Ganhei de uma senhora portuguesa muito simpática, enquanto descia para a Ribeira, uma flor de nome Maia e junto a explicação do porquê os estabelecimentos comerciais a mantinham às portas ou janelas; descer à Ribeira pelas escadas então noutro dia foi algo indescritível, sentindo o coração, a vida portuguesa pulsando em seus degraus, nas paredes das casas, na beleza das flores, lanternas, comer bolinho de bacalhau, em Portugal... Ver o Rio Douro, sua barca de passeio e do outro lago Gaia. Nesta noite, no quarto do hotel chorei baixinho, para ninguém escutar, enquanto agradecia a Deus por estar e sentir que pertenço a essa Terra, essa gente.
Conheci o Bacalhau à Braga olhando as gaivotas voando ao longo do Rio Douro. Mais emoção, mais uma vez, indescritível.
Do Porto seguimos para Braga, cidade lindíssima, passeávamos todos os dias pela Av. Central até a Praça maior, lindos canteiros, arquitetura moderna misturada à medieval. Deus, que loucura, acho que vou explodir de tanta felicidade!!!.
Na igreja da Sé senti como os outros, uma emoção estranha, aliada a um silêncio respeitoso, algo emudecia-nos, tanta magnitude. Conhecemos também o Museu e Jardim dos Biscainhos, neste, três espaços sublimes, de uma vegetação sóbria e acolhedora que convidava a deitar-se na relva, mas não o fiz também.
Conheci muitas capelas, igrejas, Hospital, Ruínas Romanas, meu Deus, de novo, que emoção. Também o Teatro Circo, magnífico.
De Braga, fomos a Arcos de Valdevez, cada vez que passávamos por uma estrada, via Portugal em seu interior, e se via uma casinha no campo, era lá dentro dela que desejava estar, uma casa portuguesa, com certeza, como cantava desde criança com Amália ao aparelho de som.
Em Arcos de Valdevez, cidade que chamei de "MÁGICA", e não existe outra palavra para descrevê-la, já vimos de imediato a Casa de Cultura, a praça na qual a mesma se localiza, é linda, tem árvores centenárias, uma igreja, uma ponte... vimos também o largo do Mercado Municipal, o relógio d'água, uma capelinha medieval sem bancos, uma relíquia, emoção até ao tocar suas paredes.
Lá conheci o Bacalhau ao Minho, o arroz malandro. Muito bom.
Fotografei Arcos da sacada da Biblioteca, onde fiquei muito tempo olhando aquela visão mágica. No teatro ouvimos um Coral Búlgaro, e com esta experiência eu não contava, maravilhosa. Consegui tomar um café `margem do Rio que já não me lembro o nome, ouvindo suas águas, sentindo sua energia.
Partimos para Lisboa para ficarmos por uma semana e voltarmos ao Brasil.
Nesta capital que pretendo conhecer muito melhor noutros dias, conheci o Parque Eduardo VII, a Torre de Belém, o Tejo, ah o Tejo.., o Castelo de São Jorge, a Mouraria, indescritível também, o Mosteiro dos Jerônimos, o Chiado, a Ponte Vasco da Gama, o Parque das Nações com seu Oceanário, Jardim das Águas, Passeio de Ulisses, o lado moderno de toda metrópole.
No meio de toda essa beleza de Lisboa, reservamos a quarta-feira 13 de maio, dia em que se comemora a Libertação dos Escravos aqui no Brasil, para conhecer Penacova, de onde vem a origem de meu sangue português, Telhado, terra de meu avô Afonso Rodrigues da Costa. Já a conhecia por fotos e filmes enviados por um amigo querido que localizou nossa família portuguesa em Midões, favor que jamais poderá ser pago materialmente. Mas a emoção que senti ao entrar na vila, ao descer do carro no Largo Alberto Leitão, ir até a Pérgola e ver o Rio Mondego tal qual nas fotos e filmes jamais conseguirei colocar em palavras, é algo, um sentimento que jamais senti, a ponto de ao agradecer a Deus na Igreja, em oração, começar a chorar muito, lágrimas portuguesas, com certeza. Era alegria, emoção de estar pisando o solo que meu avô (que nem cheguei a conhecer) pisou, ver, sentir o perfume, o cheiro dessa Terra e flores, ver sua gente, ouví-la, minha gente.
Encontramos nosso amigo português à hora do almoço e com ele fomos conhecer Telhado,  Midões e a família, momento que também não existem palavras para relatar.
Conheci o Mosteiro do Lorvão, sua clausura calma e serena,  o Café Turismo, compramos lembranças, ganhamos uma caixa de Nevada, que claro, precisávamos experimentar.
Foi muito rápida a estada em Penacova, um dia, que valeu por uma vida, deixando marcas que ficarão para sempre em meu coração.
Partimos para Lisboa novamente com destino para o dia seguinte à Sintra com toda sua ambiguidade: a imponência do Castelo da Pena, com seus ventos, sua ostentação e por outro lado o Convento dos Capuchos com aquela simplicidade que emociona, envolve, fazendo-nos buscar intimamente o que temos de mais simples. Conhecemos também o Castelo dos Mouros e sua vista panorâmica que faz voar a imaginação e extasiar-se com toda a beleza.
Após dois dias, pegamos o avião de volta ao Brasil, meu espírito em êxtase de tanta beleza, emoção, cultura, afetos.
Quando na tela de informação do avião mostrava a distância de Portugal que já não era mais visto, lágrimas começaram a correr pela minha face e embora tivesse muitas razões e laços à minha espera, meu coração dizia: fique, fique, fique.
Difícil para alguns, talvez mais fácil para outros. Entender sentimentos, eles não precisam ser entendidos, somente sentidos e respeitados.
Sei que amo Portugal, amos sua gente, sua história e hoje ele faz parte de mim tanto quanto o Brasil, através de minhas recordações, lembranças, videos, fotos, mas principalmente pelos laços que criei e os novos que faço virtualmente, e são muitos.
Sinto que cresci, após essa viagem tornei-me mais ainda estudiosa, faço muito mais planos, pretendo voltar o mais breve possível, estou tornando-me uma Internauta aos 52 anos.
De qualquer forma orgulho-me disso e fico muito feliz quando alguém, lusitano, pela Internet pergunta-me:  Heliana  és portuguesa ou brasileira?
Aí , como se diz no Brasil: É A GLÓRIA!!!!.
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Nota: Títulos da responsabilidade da Redacção do Penacova Online

22 outubro 2010

A caminho de Lorvão...

Um silêncio profundo envolvia tudo em redor. Dir-se-ia que
recuáramos cem anos no tempo, acudindo-me a lembrança
triste das últimas freiras que resolviam morrer à fome para
não quebrarem a clausura, a mendigar por estes caminhos.


"Mas Lorvão esperava por nós. Por entre a ramaria dos pinhais faiscavam ao sol os azulejos do zimbório, como se fossem de prata."

Pouco passava das oito horas da manhã quando deixámos para trás a Carapinheira e o Dianteiro e, ao descermos a encosta para Vale Bom, talvez por já nos encontrarmos na freguesia de Lorvão, tudo nos parecia um pouco mais familiar.
No fundo desse vale diz a lenda que andou a Rainha D. Teresa edificando convento para se retirar da corte, mas seria Lorvão que lhe estaria destinado. É daqui, ao subir a encosta que nos levaria ao Roxo e sentando-me uns momentos junto de uma moiteira, donde uma perdiz saiu esvoaçando, daqui, deste cenário quase seu contemporâneo, que eu a revivo, lá no fundo da Idade Média, por entre matagais agrestes, vivendo o seu infortúnio, acompanhada pela dedicação das irmãs e de nobres damas que a seguiram nos votos. Imagino-a subindo a mesma encosta, com a sua mula carregando o cadáver da irmã Sancha acabada de expirar nos seus braços em Celas; velando pelas suas irmãs Branca e Berengária, a triste infanta, que foi rainha da cinzenta Dinamarca, chorando com saudades do sol e da terra perdida… “ Sinto” o seu ânimo inquebrantável, opondo-se ao irmão feroz que lhe usurpava os castelos e as terras deixados por seu pai.
A paz e a tranquilidade do verde que nos rodeava favorecia sem dúvida estas cogitações mas o grasnar longínquo de alguns corvos, sem localização no tempo e no espaço, trouxe-me à realidade da natureza circundante. A manhã cobrira de névoa os cabeços dos montes, o que não dava menor beleza ao quadro. Após alguns momentos contemplativos, prosseguimos o passeio pelo caminho acima, aberto na lapa chistosa, aqui e além entremeada de alvos rochedos de quartzo.
Já perto do Roxo um pastor, com seu rebanho de ovelhas e poucas cabras, correspondeu à nossa saudação com um sorriso etrusco. Passadas as alminhas e o pequeno chafariz, eis-nos finalmente no Roxo, a mais soberba varanda do distrito de Coimbra onde o panorama é emoldurado pelas serranias do Buçaco, estrela, Lousã e pelas distantes areias doiradas do atlântico. Porém, nem lobrigámos o pico do Caramulinho, nem a cidade dos doutores, ou Santa Clara com o venerando convento da Rainha Santa, nem enxergámos as povoações alapadas nas lezírias do Mondego, ou o velho castelo de Montemor, baluarte do abade João contra os moiros e das Infantas contra o Gordo, nem tão pouco a risonha e úbere região bairradina. Denso capacete de nevoeiro envolvia o Roxo, privando-o das suas soberbas vistas. Nas ruas nem viva alma. Apenas uma mulher franzina, de xaile embiocado pela cabeça nos lançou um “ bom dia nos dê Deus!” com um olhar de curiosidade, como que duvidando que alguém pudesse ter interesse em peregrinar àquelas paragens…
Deixámos o Roxo entregue à sua névoa centenar e simbólica e descemos à Ribeira dos Arcos por escarpada vertente, quase a pique, coberta de fetos rasteiros, em busca do desconhecido. Descidos mais de 150 metros de altitude, eis-nos no fundo do vale, cheio de mimosos campos de cultivo, onde os milheirais e feijoais avultam. Não lhes ficam atrás as parreiras carregadas de belas uvas.
Existem aqui ainda – nem sei como têm resistido às transformações sociais! – algumas azenhas das que os árabes cá nos deixaram. A mesma escada de pedra, conduzindo ao andar onde uma mó gira sobre a outra fixa. Por cima da primeira, a moega, pejada do grão que desliza para a quelha , agitada pelo cadelo com a rodela que saltita nas cavidades da mó. Cá fora a água caindo sobre a roda, fonte de energia e de vida.
Mais uma encosta a subir, desta vez para S. Mamede, por caminho bastante razoável, avarandado sobre o vale poderosamente cavado, e bordejado por perfumados tufos de estevas e rosmaninhos. Extasiou-se a vista de um monte fronteiro, completamente atapetado pelo matiz doirado a flor do tojo, aqui e ali pontilhado pela flor roxa das urgueiras, e ao fundo, o admirável presépio do Caneiro, trepando a encosta recortando-se sobre o Mondego. Na verdade há tanto de belo e desconhecido neste nosso Portugal!
E assim, completamente subjugados pelo domínio do sensorial subimos a S. Mamede, ruidoso, estuante de vida, já cheio de sol, e feliz por sua estrada nova. Mas Lorvão esperava por nós. Por entre a ramaria dos pinhais faiscavam ao sol os azulejos do zimbório, como se fossem de prata.
Um silêncio profundo envolvia tudo em redor. Dir-se-ia que recuáramos cem anos no tempo, acudindo-me a lembrança triste das últimas freiras que resolviam morrer à fome para não quebrarem a clausura, a mendigar por estes caminhos. Mas não. Um carro rodando na estrada poeirenta da Rebordosa, trouxe-nos ao tempo hodierno.
Lorvão, Agosto de 1970
Correia Borges
( Notícias de Penacova de 15 de Janeiro de 1972; transcrito também no PenacovaOnline de Agosto 2008)