Natal: uma “receita” familiar!
Estamos a chegar ao Natal.
Essa época extraordinária que vai passando de geração em geração ao longo dos anos (muitos), transformando a vida das Crianças e, igualmente, dos Adultos.
É a dinâmica familiar que nós (todos) vamos construindo em “formas consuetudinárias” de festejo.
A minha idade já passou por vários momentos de Natal; o próximo será o 71 (septuagésimo primeiro)!
E, nestes anos todos [desde os tempos das carências generalizadas das Famílias] fomos adaptando a Época à realidade evolutiva dos hábitos de consumo.
Não me canso de recordar os tempos do Natal à lareira, com um “frio de rachar” e tudo à volta cheio de geada.
As expectativas das prendas que se resumiam a roupa ou calçado, agigantando-se quando surgia um chocolate ou um reboçado.
O reboliço do dia seguinte a exibir “os despojos”!
A crença -até muito tarde- de que era o Pai Natal que tratava uns muito bem e outros muito mal.
Até que (com o nascimento dos membros do Clube da Netaria) a reunião familiar passou a ser literalmente “engolida” pelos embrulhos das prendas.
E, paulatinamente, cada um dava uma prenda a cada qual e todos davam as suas próprias prendas às Crianças.
Era um “regabofe” completamente em contra-ciclo com o recolhido que o Natal exige, pelo menos para quem foi educado na Fé Cristã.
… quase não sobrava tempo para se conversar, contar as experiências, ler contos, ouvir música natalícia, brindar e degustar o momento.
Até surgir o “cheiro bom da consoada” …
Percepcionado o desfazamento do consumo puro e duro, com o objecto do festejo (que, na minha Opinião modesta, deve ser singelo, desprendido, centrado no convívio são) evoluiu-se para uma solução drástica de “excluir prendas para adultos”…
E essa simples decisão poupou metros quadrados aos papeis de embrulho e deu mais espaço à Sala, que num certo momento era ocupada por bonecos, bonequinhos, pilhas, trotinetas, bicicletas;… eu sei lá?
As nossas Crianças - tal como as outras - adoravam as prendinhas e os papéis de embrulho enquanto foram mais pequenas (digamos até aos 3/4 anos).
Agora (5/6/7) já escolhem as prendas que querem e, por vezes, os adultos repetem as prendas ou as Crianças (pura e simplesmente) não gostam delas e fazem “birras”!
As coisas renovavam-se em caracterizações descaracterizadas.
Havia que mudar a situação.
E evoluiu-se de novo para outra solução hipotética, mais radical.
Qual, perguntarão os Leitores?
Cada Criança vai ter um envelope com o seu nome, que começará a circular em breve pelos membros da Família; cada Adulto lá colocará o que entender; os Pais adquirirão o que melhor satisfizer as necessidades do momento.
Achámos todos [Família Democrática] que, deste modo:
1. se combateria o desperdício;
2. se punha freio ao consumismo;
3. se pouparia o ambiente, tornando-o mais amigo;
4. se arranjaria mais espaço para a Festa de Natal, com convívio mais apropriado aos tempos que por aí andam;
5. tempos esses que (queiramos ou não) são tempos de carência e preocupação…
Na prática - esperamos nós - criar-se-à uma recriação mais apropriada à simplicidade do nascimento do Menino Jesus, que anda esquecido nas Celebrações.
O que me levou a escrever esta “Crónica do Avô Luís”, que até com o Natal condiz e se limita a partilhar uma experiência que pode ser aproveitada por outras Famílias (abertas às inovações, até no amor às Crianças)!
Dentro daquela lógica de que não vale a pena perder tempo com o que já está inventado ou em execução.
… Vamos esperar para ver!





















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