29 janeiro 2017

Coro Essence Voices resgatou Kalenda de Sta Teresa perdida na(s) ruína(s) do mosteiro

Pároco de Lorvão, Padre João Paulo Fernandes, dando início
ao 1º Serão no Mosteiro
Fernanda Veiga, Vereadora da Cultura


Decorreu no dia 27 o primeiro encontro dos “Serões no Mosteiro de Lorvão no Feminino”. Desta vez, subordinado ao tema “A Mulher na Família”, com a presença de Margarida Miranda, professora na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Uma conversa em família, moderada pelo Padre Nuno Fileno.


Margarida Miranda, versando o tema da Mulher na Família


No programa deste serão, constava também a apresentação oficial do filme promocional do Mosteiro de Lorvão e a actuação do Coro Essence Voices (com direcção musical de Carla Pais),  acompanhado pelo organista João Henriques.
Este momento musical teve uma particularidade muito especial: reviver neste espaço, onde durante muitos anos se terá feito ouvir, a Kalenda de Sta Teresa. De acordo com a explicação do Padre Pedro Miranda,Vigário Geral da Diocese, esta peça musical, de autor desconhecido, foi encontrada  no meio do espólio do mosteiro. Agora, passados muitos anos foi possível fazer-se ouvir de novo. A Kalenda seria uma oração cantada em latim, que fazia o anúncio (no dia anterior) da festa litúrgica de determinado santo. Com influências da ópera italiana, a peça pareceu-nos muito interessante. Mais um apontamento cultural a sublinhar.



Elementos do Coro Essence Voices
No dia 24 de Fevereiro  o tema será “A Mulher na Política e no Trabalho”, com a presença de Zita Seabra, ex-deputada e empresária editorial.


 “No desejo de delinear mais expressivamente o rosto feminino da Igreja, a Paróquia de Lorvão, com o patrocínio oficial do Município de Penacova e com o apoio de diversas entidades culturais locais e diocesanas, convidou cinco mulheres que aportarão o seu testemunho pessoal nas mais variadas dimensões: familiar, profissional, política, social, artística e, claro, religiosa.”


Fotos de Vitor Carlos Silva Pereira e David Almeida

Vídeo recente mostra riqueza secular de Lorvão

CLIQUE AQUI PARA VISUALIZAR

Foi divulgado, esta sexta-feira, um vídeo  que mostra a história, a cultura e as tradições de Lorvão. O texto é do Professor Doutor Nelson Correia Borges e foi produzido pela BKN/Multimédia e Centro TV e realizado por Paulo Leitão. A banda sonora conta com a participação de João Henriques (organista) e com cantares do Grupo Etnográfico de Lorvão. São também deste grupo as representações cénicas do fabrico artesanal de palitos e de alguns aspectos da vida monástica que naqueles espaços foi acontecendo durante séculos.  Patrocinado pelo Município de Penacova,  este vídeo promocional teve também o apoio da Paróquia de Lorvão, da Associação Pró-Defesa do Mosteiro de Lorvão e da Junta de Freguesia de Lorvão.
A apresentação do vídeo integrou-se no Programa
 "Serões no Mosteiro (no feminino) " que teve a 1ª sessão
na passada 6ª feira. Na imagem, o realizador Paulo Leitão.



13 janeiro 2017

Associação Cultural Divo Canto promove apresentação concelhia do novo livro de Luís Pais Amante

Depois de ter sido lançado em Lisboa (ver aqui na Associação 25 de Abril e na Casa do Concelho de Penacova, o livro REFLEXO[s], de Luís Pais Amante, vai ser apresentado em terras penacovenses, por iniciativa da Associação Cultural Divo Canto. A sessão de apresentação deste segundo livro de poemas será no próximo dia 21, sábado, pelas 16 horas, no auditório do Centro Cultural de Penacova. A cerimónia contará com dois momentos musicais proporcionados pelo Coral Divo Canto e pelo Grupo de Concertinas do Caneiro.

Lorvão no Feminino de Janeiro a Maio

As Santas Rainhas Teresa e Sancha, "mulheres à frente do seu tempo"  foram "fonte de inspiração" para a elaboração do programa "Serões no Mosteiro" - refere uma nota de imprensa enviada às redacções dos órgãos de comunicação social da região. O cartaz que publicamos aponta para uma iniciativa conjunta da Paróquia de Lorvão e do Município de Penacova. Passamos a transcrever na íntegra o texto da referida comunicação que hoje recebemos: 

Lorvão  acolhe serões no Mosteiro

O Mosteiro de Lorvão custodia, há mais de sete séculos, as preciosas relíquias dos corpos das Santas Rainhas Teresa e Sancha de Portugal. Nelas buscou-se a fonte de inspiração para um conjunto de cinco serões que o Mosteiro de Lorvão nos convoca nas últimas sextas-feiras de Janeiro a Maio. Mulheres à frente do seu tempo, as Santas Rainhas sintetizam, em poliédricas dimensões, o génio feminino.
Ainda recentemente recordou-nos o Papa Francisco: “a Igreja é uma mulher, não é ‘o’ Igreja, é a esposa de Jesus Cristo. [...] Não existe Igreja sem esta dimensão feminina, porque ela mesma é feminina” (1.11.2016).
Neste horizonte se inscreve a constelação de reflexões que nestas noites brilharão no mosteiro lorvanense. No desejo de delinear mais expressivamente o rosto feminino da Igreja, a Paróquia de Lorvão, com o patrocínio oficial do Município de Penacova e com o apoio de diversas entidades culturais locais e diocesanas, convidou cinco mulheres que aportarão o seu testemunho pessoal nas mais variadas dimensões: familiar, profissional, política, social, artística e, claro, religiosa.
Como a hagiografia de Teresa de Portugal nos relata, o equilíbrio exigente entre a vida profissional, a vida familiar, a participação social e política é tarefa própria para os heróis das virtudes. Na centúria de 1200 e nos nossos dias. Sobre tudo isto, falaremos nestas noites.

PROGRAMA

27 de Janeiro de 2017 – 21h00 | “A Mulher na Família”
Convidada: Margarida Miranda | professora na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
Apresentação oficial do filme promocional do Mosteiro de Lorvão
Momento musical: Coro Essence Voices

24 de Fevereiro de 2017 – 21h00 | “A Mulher na Política e no Trabalho”
Convidada: Zita Seabra | ex-deputada, empresária editorial
Momento musical: João Henriques (órgão) e instrumentos de sopro (Filarmónica Boa Vontade Lorvanense)

31 de Março de 2017 – 21h00 | “A Mulher na Sociedade”
Convidada: Isabel Jonet | presidente do Banco Alimentar contra a Fome
Momento musical: João Henriques (órgão)

28 de Abril de 2017 – 21h15 | “A Mulher na Igreja”
Convidada: Inês Vasconcelos | assistente na Capelania Hospital do CHUC
Momento musical: Escola Diocesana de Música Sacra

26 de Maio de 2017 – 21h15 | “A Mulher na Cultura”
Convidada: Teresa Salgueiro | cantora
Momento musical: Escola de Música de São Teotónio



08 janeiro 2017

Corpos Sociais da Confraria da Lampreia para o triénio 2017-2020 iniciaram funções

Os Corpos Sociais da Confraria da Lampreia, para o triénio 2007-2020, eleitos no passado dia 2 de Dezembro, tomaram posse no dia 7 de Janeiro. A cerimónia, bem como a reunião que se seguiu, decorreu numa sessão aberta ao público, para a qual foram convidados os administradores dos principais blogues penacovenses.
Depois da tomada de posse e da distribuição de pelouros, o Presidente da Direcção, Luís Pais Amante, apresentou “As Linhas Orientadoras da Actividade a prosseguir pela Confraria", bem como o “Código de Conduta”, documentos que já haviam sido objecto de discussão e foram agora formalmente ratificados. 
A Confraria define como “Objectivos Genéricos”: implementar o código de conduta dos membros da Direcção, garantir a sustentabilidade da Confraria, rejuvenescer o quadro confrádico,  incrementar a imagem e a visibilidade e envolver os confrades. Relativamente ao Código de Conduta, foi salientada a extrema importância da “imagem, atenção, apresentação, inovação e acerto das medidas preconizadas” e reafirmado que a “Missão” dos confrades, é, em última análise, “elevar a Confraria, os seus Eventos, Penacova e os Penacovenses.”
Do vasto conjunto de “objectivos específicos” apresentados pela Direcção, salientaríamos a intenção de  celebrar um Protocolo com a Câmara Municipal  “para colaboração genérica, em prol do concelho, e específica, de funcionamento recíproco”. Foi também equacionada a necessidade de um novo espaço-sede,  com  carácter polivalente, de modo  a possibilitar a realização de diversas actividades e conferir  maior visibilidade à Confraria e às suas causas. Pretende-se ainda, propor “novos Confrades Amigos, nomeadamente, as Juntas de Freguesia ribeirinhas do concelho” e “nomear como Confrades de Honra, elementos fundadores da Confraria que lhe tenham prestado serviços relevantes“. No campo das Relações Públicas e Comunicação, decidiu-se reactivar a curto prazo, o “site” da Confraria e o mais breve possível, lançar um blogue e marcar presença noutras redes sociais.

No entanto, a  prioridade das prioridades, no entender de Luís Pais Amante, e de todos os membros presentes, é a criação do  Museu da Lampreia. Uma ideia que já vem de 2008. Onde, como? Ainda não é possível determinar, mas Penacova não se pode atrasar, tem que ser pioneira, não se pode deixar ultrapassar, reafirmou o presidente da Direcção. Espaço autónomo, secção de um futuro Museu Municipal? Questões que ficam em aberto. Também foi abordada a ideia de criação de um Centro Interpretativo.  Sobre este assunto, o Arquitecto Fábio Nogueira, recordou que o Plano de Acção  de Regeneração Urbana de Penacova – PARU – prevê a instalação de um Centro Fluvial de Investigação e Vigilância Ambiental, propósito que vem ao encontro desta preocupação.
Após o almoço, decorreu mais um espaço de reflexão e de recolha de sugestões para o Plano de Actividades a ser elaborado oportunamente. Foi de novo sublinhada a questão do Museu da Lampreia, estrutura que, seja qual for o modo de concretização, deverá contar sempre com a supervisão da Confraria.
Outras ideias surgiram: assinalar o Dia da Confraria, coincidindo, por exemplo, com a data da escritura; lançar meses temáticos (além da lampreia, míscaros, doçaria conventual); organizar cursos /workshops de Micologia; dotar a Confraria de uma biblioteca especializada e promover a educação ambiental e a consciência ecológica, centrada num melhor conhecimento desta espécie, ultrapassando o debate geralmente focado apenas no consumo. Falta ainda referir a realização, em data a definir mas ainda este mês e para assinalar o início da época da lampreia, de um evento musical  de Fado de Coimbra nos Claustros do Mosteiro de Lorvão, que poderá vir a ser designado por “Serenata à Lampreia”. Foi também decidido que no próximo dia 20 os novos corpos sociais se deslocarão à Câmara Municipal para apresentação de cumprimentos ao Executivo.

Recorte do Jornal Nova Esperança de 31 de Agosto de 2003

01 janeiro 2017

Votos de Bom Ano

Para todos os leitores do Penacova Online
os nossos melhores voto de um Bom Ano de 2017
David Almeida

MÚSICA E CANTARES DO NATAL AOS REIS


As tradicionais programações musicais do ciclo natalício vão trazer a Penacova alguns grupos representativos de outras regiões do país. Dia 8, à tarde, em Lorvão, além do grupo anfitrião, Grupo Etnográfico de Lorvão, vão estar grupos de Forjães (Esposende), Touguinha (Vila do Conde) e de Santiago de Bougado (Trofa). No mesmo dia - pela mesma hora - na Rebordosa, além do grupo Local dos Cavaquinhos, actuarão os grupos da Ereira (Montemor-o-Velho), Arouca, Samuel (Soure) e Fundão. No dia 14 será o Concerto de Ano Novo, em S. Pedro de Alva, pela Escola de Artes de Penacova, com a presença do Maestro António Vitorino de Almeida. Por último, aqui bem perto, na Sé Velha de Coimbra, dia 7 à noite, decorrerá um Serão de Cânticos natalícios.

16 dezembro 2016

Cartas Brasileiras: Para falar de amor

          Agostinho dos Santos, cantor brasileiro, morreu em 11 de julho de 1973, em um acidente no aeroporto de Orli Paris. “O amor está no ar”, foi uma de suas últimas interpretações com relativo sucesso. Há uma famosa apresentação, de 1971, em dueto com Jonnhy Mathis, cantor americano.
Se o amor está no ar, a música é sempre ótima maneira para dele falar. O samba de 1942 “Aos pés da cruz”, de Marino Pinto (1916-1965) e José Gonçalves (1908-1954), lamenta o amor renegado e jurado no altar:
Aos pés da santa cruz/ você se ajoelhou/ e em nome de Jesus um grande amor você jurou/ Jurou, mas não cumpriu, fingiu e me enganou/ Pra mim você mentiu/ Pra Deus você pecou”.
Interpretação: João Gilberto
O poeta Vinicius de Moraes, autor de Garota de Ipanema, com Tom Jobim, em “Soneto da Fidelidade” fala do amor eterno: “Eu possa lhe dizer do amor que tive/ Que não seja imortal, posto que é chama/ Mas que seja infinito enquanto dure ”.
Interpretação: Vinicius, ao piano Tom Jobim
            E morrer de amor! Joaquin Sabina, cantor e compositor espanhol, diz em “Contigo”: el amor cuando no muere mata, porque amores que matan nunca mueren.
            Um grande amor ainda que não único, como em “Tive sim”: um grande amor antes do seu, tive sim, do grande sambista Cartola.  “ E vou calar, porque não pretendo amor te magoar”.
            Interprete: Cartola
           
Paulo Tarso J.Santos – ptjsantos@bol.com.br



11 dezembro 2016

Quarenta anos depois, recordar as Eleições Autárquicas de 1976 em Penacova


Artur Manuel Sales Guedes
 Coimbra,
 1º Presidente
da Câmara eleito

(foto jornal Nova Esperança)
Foi há 40 anos. As primeiras eleições para as autarquias locais realizaram-se a 12 de Dezembro de 1976. Após o 25 de Abril as Câmaras Municipais foram geridas por Comissões Administrativas nomeadas pelos novos poderes saídos da "Revolução dos Cravos". 
Assim aconteceu em Penacova.  Teófilo Luís Alves Marques da Silva, presidiu aos destinos do concelho até 23 de Abril de 1976 (demissionário desde Agosto desse ano).  Na sequência da demissão da Comissão Administrativa,  José Alberto Costa exerceu funções de Gestor Municipal entre 24 de Abril de 1976 e 31 de Dezembro do mesmo ano.
De acordo com um recorte do “Notícias de Penacova”, as listas candidatas à Câmara Municipal eram encabeçadas por Artur Manuel Sales Guedes Coimbra (Partido Socialista), Daniel Martins Rodrigues (Partido Social Democrata), Francisco Azougado da Mata (Centro Democrático Social ) e António Ralha Ribeiro (Frente Eleitoral Povo Unido - coligação formada pelo PCP, MDP/CDE e pela FSP).
Jornal "Notícias de Penacova"
Venceu a lista do Partido Socialista sendo eleito, para a Presidência da Câmara, Artur Coimbra, médico. A presidir à Assembleia Municipal ficou outro médico, Eurico Almiro Meneses e Castro. 
Recordemos também os presidentes de Junta eleitos. CARVALHO: Graciano Carvalho, PSD; FIGUEIRA: Alípio Simões Marques, PSD; FRIÚMES: Adelino Gaspar, PS; LORVÃO: João Carvalho da Silva, PS; OLIVEIRA: Adosindo Duarte Oliveira, PSD; PENACOVA: Vasco Pedro da Silva Viseu, PS; S. PEDRO DE ALVA: Luís Martins Morgado, PSD; SAZES: Manuel Fernandes, CDS e TRAVANCA: José Oliveira Henriques, PS.
A nível nacional (304 concelhos) o PS empatou com o PSD, tendo cada um destes partidos ganho 115 Câmaras.  O PCP assumiu 37 municípios, o CDS 36 e o PPM um.
Folheto informativo da Comissão Nacional de Eleições 

Jornal "Notícias de Penacova"

04 dezembro 2016

Cartas Brasileiras: almôndega na banha


Só pode, antigamente os porcos eram mais saudáveis; ainda que porcos.
Hoje parece pecado mortal saborear uma lasquinha de costela. Cuidado com o colesterol!
Eu me lembro bem, era menino. Papai comprava peças do porco, desossava, separava as partes mais gordurosas, moía, punha na panela e levava ao fogo.
Sobravam gordura derretida e torresmo. A gordura apartada e guardada virava banha. O torresmo no arroz ou os pedaços à “pururuca” era de matar, não pelo colesterol, pela delícia.
Somente uma pesquisa científica poderá demonstrar, mas acredito, os suínos de antigamente não tinham colesterol, pelo menos não tanto; meus avós e pais que o digam.
Na lata de banha, mergulhavam almôndegas fritas (bolinhos de carne, porpetas), para que, no dia a dia, pegas com a concha, fossem aquecidas na frigideira, na hora do almoço ou jantar, tudo no fogão a lenha; quem sabe o fogão a lenha eliminasse o colesterol.
Que tempos aqueles.
É, nem tudo se podia. Leite com manga era um veneno. Ou um, ou outro. E mais, fígado e moela eram a mesma coisa; todo mundo queria o fígado.
                                                                                                              Paulo Tarso J Santos
Post scriptum: Desde já quero deixar registrado meu abraço e votos de Feliz natal e ótimo 2017 ao amigo e aos leitores do blog e seguidores do Facebook.


27 novembro 2016

Reflexo(s): título do novo livro de poesia de Luís Pais Amante

Depois de ter lançado em Março passado o livro de poesia “Conexões", Luís Pais Amante vai apresentar, já no dia 9 de Dezembro, um segundo livro de poemas, desta vez intitulado “Reflexo(s)”.
Apesar de radicado em Lisboa, Luís Amante cultiva laços viscerais com esta terra que o “viu nascer”, que o embalou nos anos da sua meninice e que o recebe também com alguma frequência. Esta ligação forte a Penacova é uma constante na sua obra poética. Podemos desde já afirmá-lo quanto ao novo livro, pois o Penacova Online tem a honra de apresentar, em primeira mão, um dos poemas que dele vão fazer parte: “O que Penacova tem”. Desde já, em nome pessoal e em nome dos leitores deste blogue, o nosso reconhecido obrigado.
Um texto que nos remete para as potencialidades que esta terra tem mas que, (in)compreensivelmente, ainda não soube ou não foi capaz de fazer valer. Estamos também  a recordar-nos da intervenção que teve no colóquio “Mondego Vivo” em 21 de Janeiro de 2012. O Penacova Online esteve lá e fez o registo. Nesse evento, o Dr. Luís Pais Amante apresentou o tema "Penacova - Quem somos e o que pretendemos". Referiu algumas das potencialidades e debilidades do concelho e indicou algumas coordenadas para o futuro de Penacova. Tópicos que designou por “Vectores” e “Âncoras” de “Desenvolvimento”.

Poema "O que Penacova tem" in Reflexo(s), livro a ser lançado no dia 9 de Dezembro

Como dizíamos, Penacova está presente na sua escrita, na sua poesia, mas também naqueles e noutros espaços de intervenção.
“Participar, tanto quanto possível, nas questões da minha terra, constitui‑se para mim como imperativo de consciência” - escreveu, por ocasião do lançamento de “Conexões.

Reflexo(s), o seu novo livro, vai ser apresentado pela Prof.ª Doutora Luísa Branco Vicente, no dia 9 de Dezembro de 2016 às 18 horas, na Associação 25 de Abril, em Lisboa.  

25 novembro 2016

Farinha Podre e o seu progresso


O concelho de Farinha Podre fora criado havia uns 3 anos. Segundo dados de 1839, este novo agregado administrativo tinha 1357 fogos (Penacova, na altura só com 5 freguesias, teria 1920).

Legislação publicada em 22 de Novembro (fez há dias 177 anos), assinada pela rainha D. Maria II determinou que fosse instalada em Farinha Podre “huma Cadeira de Ensino Primário”. No distrito de Coimbra, na mesma data, foram também criadas, além da actual S. Pedro de Alva,  iguais estruturas em Fajão e Semide (também sedes de concelho) e em Beijós (Carregal do Sal) e Lava-Rabos (actual S. João do Campo).

17 novembro 2016

Cartas brasileiras: as santas lá de casa

Santo de casa não faz milagre, dizem alguns incrédulos; mal sabem eles.
Em minha casa havia duas santas, minha mãe, milagreira no cotidiano para dar conta dos oito filhos, trabalhar e cuidar da casa, chegou primeiro, junto com seu amor, meu pai, e a outra santa, a imagem da Imaculada Conceição.
Uma linda imagem linda, tinha mais de um metro. Chegou em 26 de maio de 1956, comprada por meu pai em São Paulo. O dinheiro obteve através de uma lista que fez passar entre amigos, como o arrecadado foi maior do que o necessário, dou a sobra para a Matriz do Divino Espírito Santos.
Houve a festa da coroação, teve até banda de música. A coroa banhada a ouro e incrustrada com pedras preciosas foi doação de uma família barretenses; o quantum, por questão de segurança, deixo de informar; a preciosidade tem também valor sentimental, e agora já histórico.
Em uma anotação que deixou, ele nos pediu, quando partisse para junto de mamãe, deveríamos levar a Santa para uma igreja, capela ou entidade religiosa, não queria que fosse para o cemitério; não queria visitas de buscadores de milagres. Ele se foi em agosto de 2007. Assim, seguindo as instruções dele, a Santa foi doada para na Casa da Catequese Paulo VI, localizada na avenida 23 entre as ruas 12 e 14, Barretos.
Por iniciativa, creio que do vigário, no pano de fundo do pedestal onde se encontra a Santa, está escrito: “Eis aqui tua Mãe”. Que lindo!
Mesmo estando tão longe da minha cidade natal, posso rezar e fazer meus pedidos. Aprendemos, é através dela que Deus nos ouve, ainda que não nos responda.Escreveu Exupéry em sua obra inacabada Cidadela: “sabemos que Deus ouve nossas preces quando Ele não nos responde”.
     
P.T.Juvenal Santos – ptjsantos@bol.com.br


14 novembro 2016

Feira do Mel e do Campo animou fim de semana


A edição de 2016 da Feira do Mel e do Campo encerrou este domingo com um balanço “muito positivo”, reconhecido por expositores e visitantes - lê-se na página oficial do Município. É essa nota de imprensa que publicamos:

Fotos: site do município

"O mel e os produtos do campo uniram-se, no Parque Verde de Penacova, durante os três dias do certame, a muita animação musical, ao tradicional magusto oferecido pelo município e a momentos de franco convívio entre a população local e os visitantes.


Humberto Oliveira, Presidente do município de Penacova, adianta que “muito do sucesso da Feira do Mel e do Campo se deve à forma dinâmica e empenhada, à força, motivação e proatividade, como os expositores e/ou produtores que aqui se encontram ajudam a alimentar e cimentar esta Feira, que se pretende que cresça a cada ano que passa, sendo já, um evento de grande destaque regional, movendo visitantes de vários concelhos vizinhos que apreciam a qualidade do evento e o saber receber do povo penacovense”.
Por seu lado, Fernanda Veiga, Vereadora do Pelouro do Turismo da Câmara Municipal de Penacova, salienta que, “nesta edição da Feira do Mel e do Campo, partilhámos com os visitantes o melhor que se faz no nosso território, no que diz respeito aos recursos primários/endógenos, de uma forma digna e meritória para todos os produtores, destacando, nomeadamente os produtores locais, ajudando a projetar a sua imagem, mostrando o seu dinamismo, e acima de tudo, a qualidade dos seus produtos”.
Fernanda Veiga, destacou igualmente, a qualidade da animação musical, fator de atração adicional ao evento que nesta edição contou com as atuações do Grupo de Concertinas do Caneiro, Grupo de Cavaquinhos da União Popular da Rebordosa, Grupo Cantar Travanca do Mondego, Flora do Mondego, DJ Nuka, Mónica Sintra, Ruizinho de Penacova e Quim Barreiros, que encerraram o certame em clima de grande festa.
Também o Festival Gastronómico “Mês dos Míscaros e do Sarrabulho” marcou presença neste evento fazendo-se representar por alguns dos restaurantes aderentes a esta iniciativa gastronómica do município, que se prolongará até meados de dezembro em 14 restaurantes do concelho e que permite, mesmo aos mais céticos, descobrir uma das maravilhas da gastronomia local."

Fotos: Penacova Online




30 outubro 2016

A visitar: exposição temporária "Scriptorium Medieval" em Lorvão



O termo “Scriptorium” significa, literalmente, "local para escrever". Nos mosteiros medievais da Europa, o scriptorium era um complemento da bibliotecaA maior parte da escrita monástica era feita em pequenos espaços, em reentrâncias dos claustros ou nas celas dos próprios monges. Sabemos da existência de um importante scriptorium no Mosteiro de Lorvão, onde foram produzidas obras primas hoje consideradas Memória do Mundo pela UNESCO.
Para mostrar um pouco  do mobiliário , dos instrumentos e dos materiais, encontra-se em Lorvão, cedida pela Santa Casa da Misericórdia de Coimbra, uma interessantíssima exposição que nos últimos anos tem corrido o país. Com assessoria científica da Prof.ª Doutora Maria José Azevedo Santos, esta exposição foi estruturada inicialmente no âmbito da exposição "Santa Cruz de Coimbra – A Cultura Portuguesa Aberta à Europa na Idade Média", no contexto das iniciativas Porto Capital Europeia da Cultura 2001.

Imagens da exposição patente em Lorvão

No desdobrável que acompanha a exposição podemos ler:

Entrou num scriptorium. Ou melhor, está num "palco" onde se pretende representar um centro de cópia de manuscritos, de um qualquer mosteiro ou catedral, da Idade Média, no Ocidente Europeu.
Aqui encontra e pode admirar o mobiliário, os instrumentos, os materiais e os utensílios indispensáveis à tarefa complexa e exigente de reproduzir um saltério, uma bíblia, um missal ou outro livro litúrgico.
Em espaços semelhantes a este, foram copiados, de Portugal à Itália, da Espanha à Suiça, milhares de códices.
Copistas, mas também correctores, iluminadores, encadernadores, e outros artesãos da arte de fazer códices, foram os principais responsáveis pela constituição de preciosas bibliotecas que nem a incúria dos homens nem a voragem do tempo conseguiram destruir.

Pelos scriptoria dos séculos VIII a XIII, e por todo o pessoal que citámos, na maior parte dos casos sem rosto e sem nome, mas, igualmente, pelo pergaminho, pelas penas e pelas tintas, passou inquestionavelmente, a divulgação da cultura monástica europeia.
Todavia, desta magnífica empresa de transcrever livros, deram os copistas, muitas vezes, no final das suas obras, um testemunho condoído e melancólico. A grande maioria daqueles homens considerava a cópia uma louvável mas muito penosa tarefa. É a referência à dor, à dor física, que domina os seus desabafos. Uma múltipla dor (dos dedos, da mão, das costas, dos olhos) causada por um trabalho que parecia não ter pressa de chegar ao fim. Como a ideologia cultural da escrita proclama: "Era preciso matar o corpo para que a escrita nascesse.”

O que podemos observar neste conjunto expositivo? (vamos seguir algumas das notas do referido desdobrável):

Mesa de trabalho horizontal (banca), própria para a elaboração de documentos avulsos
Pergaminho - pele de animal que, depois de preparada, proporciona uma superfície com dois lados (o do pêlo e o da carne) para nela se escrever.
Pele de peixe - utilizada para polir os pergaminhos na sua preparação.
Pedra-pomes - rocha vulcânica seca, porosa e leve. Serve para polir o pergaminho e até afiar o bico da pena.




Fac-simile do "Apocalipse de Lorvão" produzido
em finais do séc XII neste Mosteiro e assinado pelo
monge Egeas






Facas - servem para cortar as peles, raspar o pergaminho, talhar as penas, corrigir os erros dos copistas.
Canivetes - instrumentos usados no talhe (dar forma à ponta da pena, geralmente fendida ao meio) das penas das aves.
Cornos - chifres de animal utilizados como tinteiros.
Penas - penas de ave que, depois de serem talhadas nas pontas servem para escrever.
Dedais - objectos para proteger os dedos quando se cose o pergaminho.
Compassos - servem para traçar círculos, medir, ou fazer a pautagem no pergaminho (ponta seca).
Espátula - instrumento de madeira utilizado para juntam as tintas moídas.
Sovelas - instrumentos constituídos por uma espécie de agulha, direita ou curva, com que se faziam os orifícios nas folhas de pergaminho para, unindo-os, estabelecer o pautado.
Caixa destinada a guardar os instrumentos necessários para escrever
Pena talhada - pena de ave, talhada. Com tinta serve para escrever.
Régua - instrumento de madeira utilizado no traçado das linhas rectas.
Tabuinhas enceradas com seu estilete - destinam-se a receber escritos.
Palmatória - castiçal em barro, para colocar velas, que serviam para iluminar.
Ampulheta - instrumento que serve para calcular o tempo (o tempo que a areia gasta em passar de um dos cones para o outro).
Tesouras - serviam para cortar os pergaminhos, os fios e as penas.
Novelos de fio - linha para coser rasgões no pergaminho.
Reprodução de iluminuras antigas - iluminura é um tipo de pintura decorativa aplicado às letras capitulares (letras maiúsculas que iniciam o capítulo). O termo também se aplica aos elementos decorativos e representações que surgem nos livros da Idade Média.
Armário destinado a guardar manuscritos e outras peças relativas à escrita
Almofarizes com seus pilões - serviam para machucar e macerar os bugalhos e gomas arábicas destinadas à preparação das tintas.
Goma arábica - resina produzida por diferentes árvores do género da Acácia. Ingrediente de receitas de tinta de escrever.
Sulfato de ferro - sal metálico utilizado na preparação das tintas deescrever. Associado a um agente tanino (noz de gralha) produz um precipitado castanho ou negro (tinta).
Agulhas - serviam para coser os pergaminhos.
Tábuas - placas de madeira destinadas à encadernação dos livros. Forravam-se com pele ou tecido
Vassouras.
Nozes de galha ou bugalhos - elemento principal na preparação das tintas negras de escrever, porque são ricas em tanino.
Móvel fixo com superfície inclinada. Adapta-se fundamentalmente à cópia de livros permitindo o emprego de folhas de formato grande
Frascos com tintas de escrever - líquidos vermelho e preto.
Candeia - objecto de metal com bico por onde sai a torcida. Deita-se-lhe azeite e acende-se para dar luz.
Penas de ave talhadas - compõe-se de duas partes: a haste e as barbas.

SOBRE ESTA TEMÁTICA VEJA: