21 março 2014

Récita em Sábado de Aleluia e outras histórias sobre Teatro em Penacova

Já, por diversas vezes,  fizemos referência às crónicas IN ILLO TEMPORE assinadas por Zé do Mirante. Desta feita, é um texto publicado em 1952 no Notícias de Penacova que nos fala da tradição teatral na vila, tema que abordámos recentemente. Espaços, pessoas, vivências culturais que nos transportam à Penacova dos finais do séc. XIX.

"Pequenino, mas um amor de elegância"

“O teatro era onde hoje está instalado o posto da GNR. Pequenino, mas um amor de elegância. Além da plateia tinha um balcão, em forma de lira, unicamente reservado às senhoras. Havia somente um cenário, de duas faces-um pobre, outro rico; o pano de boca era pesado, mas da leveza do coração para os penacovenses – era o panorama de Penacova, vista da Cheira, pintada pelo artista António Eliseu; do mesmo era o cenário e toda a decoração do teatro, do qual não era estranha a a sensibilidade e delicado gosto do Sr. Joaquim Carvalho.
Não havia mobiliário próprio; mas em dia de récita não faltava no palco a mais insignificante parcela decorativa ou indumentária dos figurantes. Com orgulho se poderia afirmar que o nosso teatrinho não envergonharia qualquer vila provinciana.
Teve três fases - uma brilhante, outra sombria e outra de escuridão.
Nos dois primeiros períodos, passaram por ali artistas de Lisboa em digressão pela província e companhias ambulantes, que davam duas ou três récitas; uma houve que esteve nesta vila quase dois meses, dando dois espectáculos por semana e sempre casa à cunha.
"O Morgado de Fafe" foi uma das peças
representadas em Penacova por pessoas da terra.

Nesta foto: João Guedes, Alda Rodrigues e Ruy Furtado em “O Morgado de Fafe Amoroso”*, de Camilo Castelo Branco, com encenação de António Pedro (TEP 1958). Fotografia de Fernando Aroso

Ali se representou o Santo António, a Senhora da Nazaré, Inês de Castro, Filha do Saltimbanco, Morgadinha de Vale Flor, Burro do Sr. Alcaide, Gaspar Serralheiro; dramas e comédias então em voga e pelos amadores de Penacova o Morgado de Fafe (lembram-se de D. Raimunda, D. Maria de Melo e Sr. Alipinho? ). Foi nesse período brilhante que se notaram vocações e habilidades de amadores locais. Destacamos José Oliveira, pai do Dr. Aristides, candidato a Medicina e ao Matrimónio…
Aquele amador, logo que pisava o palco, sem dizer uma única palavra, desarticulava os espectadores, com um nunca acabar de rir! Personagem labrego ou agalegado, tinham em José Oliveira uma graça, um cómico tal, que algumas vezes descia o pano, findava a peça sem ele poder dizer o seu recado! Tentava-se o prosseguimento mas o público não se continha…e era ele que representava a rir, enquanto o José Oliveira no palco, somente com um simples gesto…era o espectador!
Foi no período da escuridão, com o teatro há anos fechado, aos ratos, às aranhas, ao pó, que num final de patuscada de chouriços e ovos, tirados a cantar as Janeiras pelos Reis, que o António Dias lamentava o abandono a que estava votado o teatro-escola de educação e recreio. Logo ali se constitui uma companhia para animar a Arte e para distracção do povo, já familiarizado como o borralho, a má-língua dos soalheiros ou a fatídica taberna.
O grupo compunha-se de António Dias, José Alves, Pinheiro, Augusto (o Pilica), Alípio Flórido, Duarte Mamede, J. R., Maria, Júlia, Laura e…não me recordo de quem mais. Com excepção do primeiro, todos os outros nunca tinham pisado o palco e, da Nobre Arte, só conheciam a dos saltimbancos, ao ar livre do Terreiro, pelo preço de 5 reis, ou pela fuga a tempo de beber um golo de água fresca da fonte…enquanto durava o peditório. Eu já era familiarizado com o meio teatral, por um dia ser encarregado de receber os bilhetes que davam acesso ao balcão…
Imediatamente a nova companhia se responsabilizou com o senhorio pela s rendas em dívida e logo no domingo seguinte ao dia de Reis – há mais de 50 anos – se tiraram as teias de aranha e se fez limpeza geral, ficando tudo como um brinquinho, procurando cada um fazer mais e melhor. Bons tempos!
Escolheram-se peças e figurantes e com o entusiasmo que a mocidade é capaz, se resolveram dificuldades e se iniciaram os ensaios de forma a dar-se a primeira récita em sábado de Aleluia.(...)"

*Quatro anos após o sucesso público d’O Morgado de Fafe em Lisboa [1861], e no contexto de assombrosa operosidade criativa, Camilo Castelo Branco publica uma nova comédia de costumes com o mesmo protagonista, O Morgado de Fafe Amoroso [1865], comédia em três actos, cuja acção decorre agora na Foz do Douro, em 1862. 

16 março 2014

As Bruxas do Reconquinho

"Numa noite enluarada as bruxas pegaram uma
barca do Reconquinho e foram de abalada até à Índia"

A obra Portugal Lendário – Tesouro da Tradição Popular, de  José Viale Moutinho, publicada em 2013 pelo Círculo de Leitores, inclui a lenda “As bruxas do Reconquinho”.  Em 2008, o relatório de Gestão da  Câmara Municipal regista que a Unidade de Acompanhamento e Coordenação (UAC) dinamizou uma Feira à Moda Antiga com animação de rua subordinada ao tema “As bruxas do Reconquinho vão à India”. Já Martins da Costa, no jornal Nova Esperança, havia recordado esta história. Além de grande pintor, foi também um grande escritor. Ninguém melhor do que ele para recontar esta lenda. Assim, das suas crónicas "Ao Correr da Pena” (Novembro de 1987), passamos a transcrever:

AS BRUXAS DO RECONQUINHO

Conta a tradição que, numa noite enluarada as bruxas pegaram uma barca do Reconquinho e foram de abalada até à India.

Isto passou- se no tempo em que o rio Mondego era sulcado por grandes barcas chamadas «serranas», que iam do Parto da Raiva à Figueira da Foz transportavam produtos, destinados ao comércio da zona ribeirinha.

A vida do rio tinha pois uma grande importância para as populações que em grande parte dele dependiam e as lendas e narrativas a que dava origem eram muitas.

Era ainda o tempo, das gentes de poucas letras ou nenhuma que, pela transmissão oral, contando e recontando à lareira nas longas noites de inverno, estabeleciam a memória dos tempos idos.

E, enquanto os dedos se afadigavam nas rotineiras tarefas de fiar a lã ou de com ela confeccionar as grossas meias e camisolas destinadas aos barqueiros, lá vinha o pedido de mais uma história, geralmente contada pela pessoa mais idosa do grupo.

E foi assim que, ouvida pela minhas bisavó e contada à minha avó e depois por esta de novo aos filhos o pela minha mãe a mim o aos meus irmãos que, esta história de bruxas, objecto desta crónica o ainda a outras de fadas e lobisomens chegaram ao meu conhecimento, povoando de imagens fantásticas os sonhos da minha infância.

Era no tempo em que ainda havia bruxas e que, aqui em Penacova, segundo reza a tradição, era coisa que não faltava. Não era bruxa quem queria e os membros eleitos auferiam direitos sociais importantes:  cair em desgraça, relativamente à bruxa, era mal que ninguém queria já que, dum simples mau olhado ou de  mistela preparada com os mais estranhos ingredientes, com rezas e defumadoiros à mistura, grandes desgraças poderiam advir.

O Reconquinho, curva do rio bem conhecida de todos os que aqui vivem ou vêm passar as férias de verão, era pelos vistos, um dos locais habitualmente frequentados por essas «mulheres de virtude» como também eram designadas. Um pouco mais adiante ainda hoje existe uma velha casa, ponto de referência obrigatória e mencionada como a “casa da bruxa».

Os barqueiros, pelo que se infere da lenda, também ali faziam local de amarração e pernoita e assim, numa noite de lua cheia, uma das barcas foi desamarrada com todas as cautelas e com artes de bruxedo, transportada até à Índia distante, onde as bruxas nessa noite tinham encontro marcado.

A bordo da nave, e ignorado, ia o barqueiro que nessa noite ali dormia num dos arrumos da proa e que, só  muito longe e já no mar alto, deu pela insólita viagem em que também era participante.

Cheio de medo, como é de calcular, para ali se deixou ficar encolhido, assistindo multo admirado a tudo o que se passou e que viria a contar no outro dia de manha quando as bruxas, com as mesmas cautelas da noite anterior deixaram a barca amarrada no Reconquinho.

O difícil foi fazer-se acreditar pois, coisa assim nunca se vira. Mas, para comprovar o que afirmava, lá estava, na sua barca um bonito ramo florido que, às escondidas,  apanhara , na praia onde as bruxas tinham feito os seus bailados e que, tão bonito e tão diferente, nunca fora visto nestas terras.

0 nome das bruxas, esse nunca o mencionou pois, ao que consta  foi ameaçado de morte. Mas, à boca fechada, passaram a ser apontadas certas mulheres que, pela forma isolada como viviam e sobretudo pelo fogo do seu olhar, bem podiam ser algumas dessas tais, das que por artes de magia eram capazes  de numa barca serrana  fazer, numa só noite, uma viagem de ida e volta à Índia.

E ainda outras coisas mais em que, só o pensar nelas, até nos causam arrepios.

É que, como o outro, «eu cá não acredito em bruxas, mas que existem, lá isso é verdade!...

Martins  da Costa

07 março 2014

Cartas Brasileiras: notas para a história da emigração penacovense para o Brasil

Capitão Arthur Cocks

Durante algum tempo persistiu a dúvida: de qual navio Maria Castanheira, da região de Penacova, e seus dois filhos (Lucília, minha sogra, e Orácio) desembarcaram em Santos no dia 6 de março de 1934. Apenas para recordar, escrevi na “carta” anterior, que no Passaporte de Desembarque constavam os carimbos de dois navios “Highland Brigade”  e  “Ruy Barbosa”.

Navio "Ruy Barbosa"  
A dúvida não existe mais. Conforme certificado, emitido em 29/01/2014, a meu pedido, pelo Arquivo Público do Estado de São Paulo, consta que chegaram pelo navio Highland Brigade, que integrava o Royal Mail Lines (Linha de Correios do Reino Unido). Diz ainda o Certificado que o navio estava sob o comando do Capitão Arthur Cocks, e que a bordo estavam  todos sob os cuidados médicos do Dr. Ernest Leach.
Ainda que nem todos os desembarques com suas listas tenham sido digitalizados ou disponibilizados para pesquisa, os arquivos digitais do Museu da Imigração   http://museudaimigracao.org.br/acervodigital são importante fonte de informação e bases para pesquisa. Tendo isso em mente, encontrei que o último desembarque do Cap. Arthur no porto de Santos se deu no dia 11/08/1940.
Acredito que a última viagem deve ter sido mesmo por volta dos anos 40, porque o Capitão aposentou-se em 1943, como comodoro, graduação na marinha de guerra inglesa, acima de capitão-de-mar-e-guerra e abaixo de contra-almirante.  Certamente, o Capt. Arthur Cocks elegantemente vestido, charmosamente fumando seu cachimbo, surgia na noite do Jantar com o Capitão, ostentando as honrosas condecorações na lapela:

Este segundo conjunto corresponde a várias condecorações recebidas por ter participado da Segunda Guerra.

A Gazeta de Londres, do dia   8 março de 1918 destaca a recomendação para honras recebidas em 31/12/1917,  assinado pelo comandante do 7 º Destroier: "Um funcionário zeloso e capaz, que tem estado desde o início da guerra, comandando, sucessivamente: " Earnest "," P-52 "e" Rother. " Atua com o seu navio com cuidado e habilidade; foi mencionado nos despachos em outubro de 1916, e é novamente recomendado pelo bom trabalho, e recomendado para o posto de Comandante”.
O Capitão Arthur, que trouxe muitos portugueses para o Brasil,  nasceu no dia 21/11/1879, em Colyton, Beer, Devon e faleceu em 16/11/1949, em Exmouth, Devon.

P.T.Juvenal Santosptjsantos@bol.com.br

Obs: as informações sobre o Capitão Arthur Cock foram obtidas no site http://www.unithistories.com/officers/rnr_officersc.html da Reserva Naval Real.

02 março 2014

Memórias de Teatro em Penacova no tempo em que na vila não havia um único piano…

A propósito da recente apresentação em Penacova da revista à portuguesa “Isto Só Visto!”, que fez esgotar duas sessões programadas, recordemos um episódio da história do teatro na vila.

Desde as quase esquecidas memórias das ruínas de um velho teatro que terá existido no actual “ténis”, passando pela organização de grupos cénicos mais ou menos duradouros, há registos de iniciativas e de pessoas que foram animando a vila e deixando a sua marca cultural. Por exemplo, a figura do “Prior Queiroz”, fundador da Filarmónica, que antes de seguir a carreira eclesiástica fora militar (daí, muito provavelmente, a sua vocação não só para o teatro mas também para a música, dado que as bandas militares estarão na origem das filarmónicas).

Surgem-nos também ecos de uma récita que se terá realizado em meados do século XIX, onde a Comédia “A Porta Falsa” foi o ponto alto do programa (segundo cremos, tratou-se da peça em três actos, do espanhol Ildefonso António Bermejo [1820-1892]). O espectáculo foi apresentado por alguns dos estudantes do concelho nesse tempo a estudar em Coimbra, por exemplo, o Nicolau Leitão, irmão do Conselheiro Alípio Leitão, então estudante de preparatórios, o Padre João Guedes, o Padre Casimiro e o prior Queiroz, estes três, então, estudantes do Seminário. Teria também participado “um tal António Joaquim de Paredes, que para Coimbra acompanhara, como era de uso então entre as famílias ricas, o conselheiro Alípio Leitão e os irmãos.”

Tal terá acontecido nas férias da Páscoa de 1859 ou mesmo no domingo de Páscoa, pois “os rapazes haviam-se ensaiado no período escolar que decorre entre as férias de Entrudo e da Páscoa e os ensaios realizavam-se no Colégio de São Bento [em Coimbra] onde hoje [em 1917] é o liceu, e que era nesse tempo um acreditadíssimo colégio de preparatórios com um corpo docente composto dos mais distintos professores e de que era diretor o Dr. Manuel Xavier Pinto Homem”- conta tudo isto um interveniente, no Jornal de Penacova.

“A récita realizou-se na casa das senhoras de Lisboa como eram aqui conhecidas a mãe e a avó do Sr. José de Oliveira, casa que é hoje deste, em duas salas com comunicação, numa o palco e na outra a plateia.” Assistiu a ela “tudo quanto havia de mais distinto na sociedade de Penacova desse tempo.”

A iluminação da sala era feita “à luz de velas que ardiam em profusão em candelabros ricos.”

“-Não se admire, era isto no tempo em que Penacova não havia um único piano.”- conta um dos protagonistas do espectáculo.

“- Não me admiro nada – diz um interlocutor - progredimos sem dúvida. Quanto a iluminação, é certo que a guerra nos fez voltar ao petróleo, mas quanto a pianos, vila abaixo, é um céu aberto do dueto As Cartolinhas e As Adelaides”.

Os bilhetes “foram feitos todos à pena pelo Padre João Guedes, que tinha “uma notável vocação para o desenho e desenhava principalmente caracteres de imprensa”

Os actores saíram-se muito bem. “O ensaiador foi o prior Queiroz que antes de estudar teologia fora sargento e na vida militar contraíra o gosto pelo teatro. “

A récita foi um sucesso. O entusiasmo levou a que logo se projectasse outra para as férias grandes. Desta vez, não entrariam só os estudantes: além dos intérpretes da primeira recita actuariam também “os Carvalhos”, da Carvoeira. Chegaram a realizar-se alguns ensaios mas a família que havia cedido as instalações ficou de luto e o espectáculo ficou pelo caminho.


27 fevereiro 2014

Bombeiros Voluntários de Penacova assinalaram 84 anos de existência

Foi com o auditório cheio que  foi inaugurada a exposição “Bombeiros, escola e Sociedade", uma iniciativa que marca os 84 anos de história da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Penacova e concretizada em parceria com o Agrupamento de Escolas de Penacova.

Na sessão de abertura, para além da Tesoureira e da Secretária da direção dos Bombeiros, marcaram presença o Vice-presidente do Município que agradeceu o convite e endereçou os parabéns à Associação, a Diretora do Agrupamento que salientou a importância desta parceria e o Comandante do Corpo de Bombeiros que se dirigiu de uma forma particular aos jovens presentes, incentivando-os a adquirirem práticas de vida saudáveis que conduzam a ações preventivas. A exposição vai estar patente ao público até ao próximo dia 28.


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22 fevereiro 2014

Penacova, o Mondego e a Lampreia - uma obra que todos os penacovenses deveriam conhecer

Veja AQUI a referência ao lançamento do livro
Penacova, o Mondego e a Lampreia.

Penacova, o Mondego e a Lampreia” é uma obra da autoria dos biólogos Fernando Correia e de Carlos Fonseca. Depois de um livro dedicado aos javalis, os autores publicaram em 2010, desta vez dedicada à lampreia, uma nova obra, com o apoio da Câmara Municipal de Penacova. Ao longo das suas cerca de 300 páginas, magnificamente ilustradas, somos presenteados com uma caracterização do concelho de Penacova, abordando o património natural do Mondego, a evolução da lampreia em Portugal, os factores de ameaça e conservação e muitos mais aspectos cientificamente tratados. Algumas receitas gastronómicas feitas à base desta apreciada iguaria são também apresentadas.

Da leitura do  capítulo dedicado à lampreia ficamos a saber que se trata de “um animal que pertence ao grupo dos peixes (em termos de evolução) mais primitivos que chegaram até aos tempos de hoje – os Agnatas, ou peixes sem mandíbulas.” tendo-se desenvolvido e tido "o seu pico de diversidade durante a Era Paleozóica, provavelmente durante o Câmbrico, há aproximadamente 510 a 505 milhões de anos.”


Uma das páginas do livro

Os sobreviventes actuais deste grupo (lampreias e mixinas) são hoje reunidos informalmente sob a designação de ciclóstomos (sem valor taxonómico) ou seja, animais de boca circular.

Uma outra nota a registar: em Portugal ocorrem dois géneros diferentes, Petromyzon e Lampetra, reunindo  três espécies diferentes: a lampreia marinha, a lampreia-de-rio e a lampreia-de-riacho. Como sabemos, a lampreia-marinha constitui um recurso natural associado a uma tradição gastronómica. è o caso do concelho de Penacova,  “um dos que mais fama grangeia, estabelecida que foi esta prática comensal e de restauração, principalmente desde os finais do século XIX. “

Infografia sobre o Ciclo de
Vida da Lampreia-Marinha

Ainda sobre a "lenda" da “lampreia fenomenal” pescada em 1908, concluímos, pelo que este livro nos informa, que terá sido mesmo uma brincadeira de Carnaval. 
É que “este animal é o maior ciclóstomo europeu, podendo atingir um peso superior aos 2 Kg e medir mais de um metro(a maior lampreia-marinha já capturada pesava 2,3 kg exibia um comprimento de 1,2m). Em Portugal as lampreias que regressam aos rios têm geralmente um peso e um comprimento médio de 1,3 kg e 88 cm."

Penacova, o Mondego e a Lampreia, é uma obra de leitura indispensável para o conhecimento  de Penacova, em especial da sua fauna e flora, onde se destaca a “divina lampreia”.


A lampreia com cinco metros e outras histórias

A "notícia" foi publicada em 1908. Durante muitos anos terá ficado esquecida. Ao pesquisar outros assuntos nos periódicos locais, chamou-nos a atenção o título " Lampreia Phenomenal" ,inserto no Jornal de Penacova nº 332 de 29 de Fevereiro. As dimensões estão lá, fala-se mesmo no autor de tal pescaria. Intrigante. Nunca mais se escreveu sobre o facto. Ao consultarmos o calendário de 1908 verificamos que estávamos no fim de semana anterior ao Carnaval, o que nos leva a pensar que se tratou de uma brincadeira de Entrudo. O texto aqui fica para que não haja dúvidas. Agora se foi verdade ou não...só os zoólogos poderão dizer se tais dimensões são possíveis...
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Mas de outra história queríamos falar: do livro "Penacova, o Mondego e a Lampreia". Da autoria do nosso conterrâneo, Carlos Fonseca e de Fernando Correia. Uma das melhores obras que a Câmara Municipal patrocinou nos últimos anos. Pelo seu conteúdo e também pela ilustração. Um álbum que fala não só da lampreia, mas também de outras espécies animais e vegetais do nosso concelho. Que fala ainda da geomorfologia, onde tem especial destaque o vale cavado pelo rio que nos banha . Livro que traça também o percurso histórico e cultural do concelho, freguesia por freguesia. 

E, no momento em que Penacova está a viver o seu Festival da Lampreia, é do capítulo que trata desta espécie, duma forma cientifica, rigorosa,  que gostaríamos de tratar com mais desenvolvimento. Tarefa que ainda hoje concretizaremos. Até mais logo.





17 fevereiro 2014

Cartas Brasileiras: meteram a mão na taça

Taça Jules Rimet (1958)

A Copa do Mundo de 2014 está prestes a começar. Aqui está a maior correria, é preciso que tudo esteja pronto até lá. Temos visto manifestações nas ruas contra a realização da Copa, gente gritando atrasada, enquanto muita gente grande diz: “o Brasil” quis a Copa, então temos que dar conta do recado. Só faltava não dar.

Não foi bem o “Brasil”, ou a população que quis a Copa, foi decisão autônoma do Governo, com apoio das construtoras e da mídia, os grandes interessados. Até poderia ser verdadeiro que muitos a quisessem. Porém, com o sistema de saúde em condições precárias, sistema de transportes em verdadeira pindaíba, a segurança vivendo um enorme caos, o mundo enfrentando séria crise econômica, tudo levava a crer que não era o momento. Pior é que teremos mais gastos com Rio - Olimpíadas 2016! Com o mundo na maior crise! Era evidente que o Brasil tinha outras prioridades, e nelas não estava construir estádios. Aqui sabemos, depois da Copa muitos estádios irão se transformar em “elefantes brancos.” Mas, deixando de lado todos esses problemas, enveredo-me para um assunto mais ameno, contando um pouco de história.
Em 1958 conquistamos, na Suécia, pela primeira vez a Taça Jules Rimet. Depois, veio o “bi” em 1962 no Chile e o “tri” em 1970 no México. A terceira conquista nos garantiu a posse definitiva do troféu. A peça, obra do artesão francês Abel Lafleur, representava a Vitória com asas em forma estilizada, com os braços levantados segurando um vaso de formato octogonal. Sobre as faces da base em mármore preto havia pequenas placas em ouro, onde estavam gravados os nomes dos países campeões:  Uruguai (1930 e 1950), Itália (1934 e 1938), Alemanha (1954), Inglaterra (1966) e Brasil (1958, 1972, 1970). Medindo cerca de 30 centímetros, todo o conjunto pesava 4 quilos, sendo 3,8 quilogramas em ouro.
            O troféu  correu o país, foi exposto em praça pública, o povo fazia fila para ver a taça. Em São Paulo ela era exposta na Praça Roosevelt (ao lado da Igreja da Consolação), e ao final da tarde era levada, em um carro forte, para ser guardada na casa-forte da Matriz do Banespa; banco no qual eu trabalhava.
            Então, quando a taça chegava para ser recolhida, não havia como resistir à tentação, todos queriam tocar nela e repetir os gestos de Hideraldo Luiz Bellini, Mauro Ramos de Oliveira e Carlos Alberto Torrões, os nossos capitães. Tirar fotos nem pensar. O tesoureiro não deixou. Ah! Se existisse celular naquela época tudo teria sido registrado e postado nas redes sociais.
Pelé e a Taça Jules Rimet conquistada na Suécia em 1958.
Depois dos nossos gestos à la capitão do esquete nacional, não foram tantos mais que puderam repetir aquele gesto. Na noite de 19 de dezembro de 1983, uma segunda-feira, enquanto uma réplica estava guardada no cofre da CBF, o troféu original que estava exposto no 9° andar daquela sede foi roubado por Peralta, Luiz Bigode e Chico Barbudo, que após o roubo repassaram o produto para um argentino comerciante de ouro, Juan Carlos Hernandez, que cortou a taça em três pedaços para poder derretê-la, formar barras de ouro e vender.
E assim, o troféu disputado por tantas nações, em partidas com gosto de suor, lágrima e sangue, teve um triste fim, justamente porque caiu nas mãos de quem não poderia “meter a mão na taça.”   

P.T.Juvenal Santos 
            



16 fevereiro 2014

Apresentação do livro "A ferramenta que faz os contos" trouxe a Penacova o debate sobre a Filosofia para Crianças


Ontem, 15 de fevereiro, falou-se de Filosofia em Penacova. Mais, de Filosofia para Crianças. De facto, a apresentação do livro A ferramenta que faz os contos  nada faria pensar que a temática central do evento incidisse neste movimento pedagógico, assim lhe podemos chamar, que teve como percursor MATTHEW LIPMAN ((1922-2010). Sónia Marques Carvão, penacovense com ascendentes na localidade de Chelo,  escolheu Penacova para, depois de o ter feito em Lisboa, divulgar  o seu trabalho.
A sessão decorreu na sala Leitão Couto (Biblioteca Municipal). Presidiu Humberto Oliveira, presidente da Câmara Municipal. A mesa contou, além da autora,  também com a presença de Fernanda Veiga, vereadora da Cultura e de Joaquim Pinto, professor da Universidade Católica.
Formada em Filosofia e Antropologia e com uma especialização em Filosofia para Crianças, Sónia Marques Carvão, pretendeu com a publicação deste livro, não só concretizar um sonho de infância (conforme confidenciou) mas também passar para o papel algo da sua experiência de trabalho com crianças num colégio de Lisboa. A própria sessão de apresentação incluiu a demonstração de uma sessão prática de Filosofia (com) para Crianças, seguindo a metodologia da “comunidade de investigação”. Hoje a “internet” está cheia de documentação sobre esta corrente pedagógica, desenvolvida em todo o mundo, mas com grande aceitação no Brasil e Espanha, a título de exemplo. Em Portugal  existem também muitos projetos isolados, mas é praticamente desconhecida. Daí a importância destas iniciativas editoriais que nunca são de mais para questionar o modo como se educa e o próprio sentido do que é educar.

O professor Joaquim Pinto fez a apresentação do livro. A sua intervenção focou muitos dos problemas daquilo que na sua óptica deve ser o Filosofar e o Filosofar com Crianças, acabando por coincidir com a referência que a autora fez a L. Wittgenstein : a Filosofia é uma Tarefa de Liberdade.
Voltando ao livro em si, refira-se que é composto por sete contos (edição bilingue português-inglês) distribuídos por cerca de noventa páginas. “ Um livro para todos e não só para crianças. Um livro que leva à reflexão de conceitos como o Belo, o Bom, a Ferramenta, o Amor, o Jogo, o Saber e Não Saber, bem como à reflexão de valores éticos, costumes e tradições, brincando” – refere uma pequena nota inserida junto à ficha técnica do mesmo.
Ser pretexto para falar de Filosofia em Penacova (fora das paredes da Escola Secundária) foi, além da importância que o livro tem, o grande mérito desta iniciativa. 




Texto e fotos de Penacova Online / David Almeida

08 fevereiro 2014

Ainda o caso Luiza de Jesus que manchou o concelho de Penacova


Fizemos ontem referência ao "crime mais espantoso" ocorrido durante o séc XVIII em Portugal e que
envolveu uma mulher natural de Figueira de Lorvão.

Apesar de só passados cerca de cem anos a pena de morte ser abolida em Portugal (1867) , Luiza de Jesus passou à história, não apenas pelo seu horrendo crime, mas também porque foi a última mulher a ser condenada à pena capital no nosso país. 

Hoje, acrescentamos um recorte do jornal O Conimbricense que transcreve a sentença deste caso ocorrido em 1772.

Mulher natural de Penacova matou cerca de 30 crianças para receber "subsídio"

Descobriu-se em Coimbra que uma mulher de 27 (ou 22, segundo algumas fontes) anos de idade, casada e natural de Figueira de Lorvão cometeu cerca de 30 crimes crimes de infanticídio.  

Corria o ano de 1772. Luiza de Jesus morava em Gavinhos, Figueira de Lorvão e tinha o costume de ir à Roda, a Coimbra, buscar recém - nascidos com o pretexto de se encarregar da sua educação. Só que aintenção era outra. Depois – contam os jornais da época - em sua casa ou no olival de Montarroio, matava as crianças, esquartejando-as, asfixiando-as ou enforcando-as. Não terão sido duas ou três: ao confessar o crime referiu 28.
Passada busca à casa, foram encontrados ainda dentro de um pote de barro, crânios , ossos e mesmo alguns corpos putrefactos.
Malvadez? Loucura? Para receber a “esportula” , isto é, a gratificação em dinheiro, no valor de 600 réis, um côvado de baeta e 1 berço por cada uma, ia à roda buscar as indefesas crianças, matando-as de seguida.

Foi condenada em Lisboa. Depois de “atazanada” pelas ruas públicas daquela cidade, foram-lhe cortadas as mãos ainda  em vida, foi garrotada e queimada em 1 de Julho de 1772. Um caso que gerou grande repulsa. Penacova, de onde era natural, entra assim na história por um motivo horrendo. Luisa de Jesus foi a última mulher a ser condenada à pena de morte em Portugal.


Este caso é muito conhecido em Portugal e também no estrangeiro. 
Veja :
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADsa_de_Jesus

http://unknownmisandry.blogspot.pt/2013/02/luisa-de-jesus-portuguese-serial-killer.html

01 fevereiro 2014

Viagem no tempo vai recriar serões das nossas aldeias - hoje no Centro Cultural


clique nesta imagem para aceder ao blogue do Rancho

O Rancho Folclórico e Etnográfico do Zagalho e Vale do Conde foi fundado no ano de 1979, por iniciativa de três mulheres oriundas destas duas aldeias (da esquerda para a direita: Altina Carril, Lurdes Simões e Natália Marcelo) com o objectivo de recolher, proteger e divulgar as tradições, os usos e os costumes mais antigos do concelho de Penacova. Se no início da sua formação o grupo actuava apenas no seu local de origem, dois anos mais tarde, em 1981, fazia a sua primeira apresentação formal na Barragem da Aguieira, sendo já um fidedigno representante das actividades artesanais, trajes, danças e cantares do concelho de Penacova. Uma das principais recolhas a que se dedicou foi ao ciclo do linho, uma arte ancestral que está na origem de lindas e valiosas peças de roupa que o grupo ainda hoje possui preservadas. Este rancho foi o primeiro do seu concelho a filiar-se na Federação de Folclore Português. Actualmente é também membro do INATEL, do IPJ e da Associação de Folclore e Etnografia da Região do Mondego (AFERM). Ao longo dos seus trinta e dois anos de existência, este grupo já fez actuações por todo o país e na Ilha da Madeira. Realiza todos os anos o seu festival de folclore na aldeia do Zagalho e recria a tradicional malha dos cereais. (in http://rancho-zagalho.blogspot.pt/)


PROGRAMAÇÃO 2014
Cantar aos Reis
4,5,6 de Janeiro de 2014 

Aniversário, Rancho Folclórico Etnográfico de Zagalho e Vale do Conde
19 de Janeiro de 2014 

Apresentação “Teatral”, auditório municipal de Penacova de R.F.E.Z.V.C.
1 de Fevereiro de 2014 

Ceia da Avó 
15 de Fevereiro de 2014

Surriar
28 de Fevereiro de 2014

Cantar ás Almas
22 de Março de 2014

Bela Cruz
3 de Maio de 2014

Festa Do Linho
1 de Junho

Festival de Folclore do Rancho do Zagalho e Vale do Conde e a II feira Feira Tradicional e Rural Encosta da Serra

21 de Junho de 2014

Malha dos Cereais
24 ou 31 de Agosto de 2014 ( data ainda a confirmar)

Festa de encerramento de actividades
25 de Outubro de 2014

Lanche e troca de prendas
13 de Dezembro de 2014

31 janeiro 2014

Penacovense envolvido na revolta de 31 de Janeiro

- O que terá havido lá pelo Porto?
- O que terá havido santo Deus?
Durante o dia 31 continuou a expectativa. Tudo parecia depender das notícias que por certo viriam no comboio da noite...
Ansiedades vividas por um jovem de 24 anos natural de Penacova, estudante de Medicina. As paredes da prisão já o haviam acolhido há um meio ano atrás (durante três meses) por abuso de liberdade de imprensa. A luta pelos seus ideais políticos a isso havia conduzido. Agora, se a revolta do Porto  vingar irá receber as armas ao quartel de Sant' Ana  e depois de descer pelo Quebra Costas  dirigir-se-á até ao quartel da Sofia.

Referimo-nos, como já se percebeu, a António José de Almeida e ao "31 de Janeiro" de 1891. Depois de em 2011 termos assinalado a efeméride, gostaríamos de recordar mais uma vez este marco da história de Portugal, e salientar o facto de já na preparação da primeira tentativa de implantar a República em Portugal ter estar fortemente envolvido este ilustre penacovense.

Documento disponibilizado via Museu da Presidência da República  
citado no blogue Almanaque Republicano
Ver também a obra António José de Almeida e a República de Luís Reis Torgal (edição Círculo de Leitores), pp 50 ss

24 janeiro 2014

A doação que passou despercebida

Fonte: site da cm_penacova
Varela Pècurto, um nome prestigiado da fotografia regional e nacional, doou ao Município de Penacova um conjunto de originais em formato de diapositivo que na década de setenta e oitenta recolheu no nosso concelho. Muitas das imagens constam do livro que foi publicado em 1984. No Verão passado, por altura do Feriado Municipal teve lugar a formalização deste nobre gesto. Também por essa ocasião esteve patente ao público uma exposição de fotografia de Pècurto. Eventos que, lamentavelmente terão passado ao lado da grande maioria dos penacovenses.
Livro publicado em 1984
Varela Pècurto tem vindo, nos últimos anos, a demonstrar atitude semelhante  para com muitos municípios da região. Destacaríamos o modo como o concelho da Mealhada acolheu a doação.  Penacova muito lhe deve também. O seu livro constitui um documento precioso que nos permite traçar um retrato multifacetado da Penacova de há trinta anos . Além das imagens, integra uma síntese - redigida em português, francês,  inglês e alemão - da história e cultura das diversas freguesias do nosso concelho. Documentos preciosíssimos, em especial as fotografias, para a nossa história recente  
Por motivos alheios à nossa vontade, Penacova Online não teve a possibilidade de marcar presença na cerimónia de assinatura da doação. Por isso, aqui fica este apontamento em jeito de homenagem e agradecimento a este amigo de Penacova.
Fotografia colhida na Aveleira e publicada no livro Penacova

Mais duas imagens publicadas na mesma obra: Rebordosa e esplanada do Café Turismo


As imagens seguintes reproduzem o catálogo da exposição de 
Varela Pècurto na Mealhada e que achamos pertinente recordar.







Pode visualizar agora ( clique na imagem) uma entrevista que passou na RTP 2 
em 18 de Dez. de 2013. A não perder!


17 janeiro 2014

Cartas Brasileiras: Eusébio e Cristiano Ronaldo

Eusébio &  Cristiano Ronaldo

 Não vou dizer que não gosto mais de futebol, diria que já não sou mais tão apaixonado. Que ninguém me diga que seria por causa da idade, porque os setenta anos me aguardam logo mais pelo meio do ano, até porque há muito bom velhinho ainda morrendo por causa da pelota a rolar pelos gramados.
Diria mais que se deve à violência das torcidas, se bem que isso é apenas parte do problema. Acho que a perda da identidade entre jogador e clube contribui muito mais para o desinteresse, tanto para o time do coração,  como pela Seleção.
Antes os jogadores permaneciam muito mais tempo nas equipes (aqui dizemos times), daí em seus países, e por consequência eram unanimidades nacionais na Seleção. O craque era adorado, jogasse em que time fosse, na Seleção virava deus. Hoje, há selecionado que mal sabemos por qual time teria atuado no Brasil, há uns que foram levados ainda meninos.
Meu “gostinho” maior começou em Copa do Mundo de 1958, com os deuses da bola, o jovem Pelé, Garrincha e Cia encantando o mundo. Repeteco em 1962 (Chile), com quase todos os mesmos “monstros”.
Em 1966, na Copa da Inglaterra, a bagunça começou na preparação aqui, formaram umas quatro seleções, todo mundo botando o bico, sendo que alguns jogadores entraram em campo somente com o nome, sem condições físicas, como foi o caso de Garrincha e que Pelé foi caçado em campo. Mas isso é choro de perdedor.
O que nos derrubou de forma contundente foi o timaço de Portugal, jogando a melhor de suas copas com José Pereira, Morais, Baptista, Vicente e Hilário; Jaime Graça e Mário Coluna; José Augusto, Eusébio, Torres e Simões.
O placar da Copa de 1966: Portugal 3 x 1 Brasil, com dois golos (dizemos gols) de Eusébio, um  de Simões, e o nosso  de Rildo.   
Grande Eusébio, moçambicano nascido em 25 de janeiro de 1942, em 1960 foi levado para jogar no Benfica. O craque faleceu dia 5 de janeiro de 2014, causando uma grande comoção em Portugal e no mundo esportivo.
Dias depois, a nova alegria portuguesa tratou de aliviar um pouco a dor, Cristiano Ronaldo, nascido em 5 de fevereiro de 1985, em Funchal (Madeira) foi eleito o Melhor do Mundo.
Quando estive em Portugal em 2003, estava no lobby do hotel em Leiria e via uma partida do campeonato português. Fiquei de boca aberta vendo um jovem jogando pelo time de camisa verde (Sporting). Perguntei quem é, me disseram, Cristiano Ronaldo. Falei para todos ouvirem, esse é craque. Fácil!

P.T.Juvenal  Santosptjsantos@bol.com.br


16 janeiro 2014

Arquivo RTP: vídeo sobre António José de Almeida já está disponível

CLIQUE NA IMAGEM PARA ACEDER AO VÍDEO
A RTP acaba de lançar um portal  a que chamou "Ensina", disponibilizando programas com interesse para o enriquecimento curricular das disciplinas escolares. Entre muitos outros conteúdos é possível, desde já, aceder a um conjunto de vídeos sobre os Presidentes da República. Entre eles, figura naturalmente, António José de Almeida, nascido em Vale da Vinha - freguesia de Farinha Podre, hoje S. Pedro de Alva.

"Ao longo das últimas décadas, a Rádio e Televisão de Portugal (RTP) produziu inúmeros conteúdos cujo interesse não se esgotou na sua divulgação televisiva ou radiofónica. Entrevistas com figuras notáveis das letras, das artes, das ciências, bem como documentários sobre o património e a história, frequentemente procurados por professores e estudantes, têm tido acesso limitado ou caem até no esquecimento. Esses conteúdos são um complemento relevante para o trabalho feito na sala de aula, e passam agora a estar disponíveis online, através das várias plataformas digitais que o Ensina utiliza. Pretendemos construir um espaço de consulta fácil para os utilizadores, através de computadores, tablets ou smartphones, em permanente construção e – dentro em breve – com o contributo de entidades externas à própria RTP. Nos próximos meses esperamos conseguir apresentar, com elevada frequência, novos materiais trabalhados a partir do arquivo do serviço público de rádio e televisão, ou produzidos especificamente para este projeto.
Que tipo de conteúdos?

Estão disponíveis, numa primeira fase, videos, audios, infografias e fotografias produzidas pelos diferentes canais da Rádio e Televisão de Portugal ao longo das últimas oito décadas. Para além de pequenos excertos de entrevistas ou programas, apresentamos também alguns grandes documentários com grande relevância para determinadas matérias escolares". (RTP/ENSINA)