05 março 2011

81º Aniversário dos Bombeiros: os Homens e as Mulheres que integraram os primeiros Corpos Gerentes e Administrativos


Certificado de participação dos Bombeiros de
Angra do Heroísmo no Congresso do Estoril
no ano de 1930.Data  em que nasceram os
Bombeiros Voluntários de Penacova
 O texto que se segue é já conhecido de muitos dos leitores e refere-se à criação da Associação dos Bombeiros Voluntários de Penacova: “Conscientes da necessidade de se auto-protegerem um grupo de Penacovenses decidiu fundar a Associação dos Bombeiros Voluntários de Penacova. Estávamos no ano de 1930, e foi exactamente no dia 24 de Fevereiro que foi celebrada a escritura pública da constituição da Associação e assinada pelos Sócios fundadores cujos nomes se recordam e que a lápide colocada na entrada principal do actual quartel não deixa esquecer: António Esteves Amaral Viseu, Gualter Pereira Viseu, Alípio Carvalho, Alípio da Costa Miguel, Álvaro Alberto Santos, Álvaro Martins Coimbra, António Casimiro Guedes Pessoa, António da Costa, António Joaquim Pinto, Augusto Luís, Evaristo Joaquim Pinto, Joaquim Correia Almeida Leitão, Joaquim Luís, José Alberto de Almeida, José Augusto Pimentel.”
Talvez menos conhecidos serão os nomes dos penacovenses que fizeram parte dos primeiros Corpos Gerentes. Lendo uma notícia dos jornais locais datada de 1930 ficamos a saber que a 16 de Março foram eleitos os Corpos Gerentes e Administrativos da Associação: Dr. Sales Guedes, médico, D. Sara Sales Guedes, António Joaquim Pinto e Alípio da Costa Miguel, respectivamente, Presidente, Vice-Presidente, 1º Secretário e 2º Secretário. Direcção: José de Gouveia Leitão, D. Maria José Leitão, Evaristo Joaquim Pinto e Mário Lopes Barra, Álvaro Alberto dos Santos e Gualter Pereira Viseu, respectivamente, presidente, vice-presidente, tesoureiro, 1º secretário, 2º secretário e vogal. O vogal nato, conforme diz a notícia seria o “ Inspector Comandante”. Ao Conselho Fiscal ficou a presidir o Padre António Pinto, tendo como relator Filipe Mendes da Cunha e como vogal, Alípio de Carvalho.

04 março 2011

Embaixadores de Penacova: a pintura de Carlos Ramos

Rio Mondego na Região de Penacova

Carlos Ramos nasceu em Coimbra e nesta cidade residiu e desenvolveu toda a sua actividade.
De ascendência modesta, iniciou-se muito novo na profissão de pintor de construção civil. É nesta condição que se acentua o seu gosto pelo desenho e pela pintura artística. Incentivado pelos amigos e esposa, começa a produzir os seus primeiros trabalhos.
Matriculou-se na Escola Industrial e Comercial Brotero e, estudando à noite, ali concluiu o curso geral de desenho, tendo sido discípulo de Manuel Rodrigues Júnior.
Estagiário da primeira, quinta e sexta Missões Estéticas de Férias, Carlos Ramos é várias vezes contemplado com "Menções Honrosas" por diversas instituições, caso da Sociedade Nacional de Belas-Artes de Lisboa (1940-1943) e obtém outras distinções, em especial uma terceira medalha da mesma Sociedade, em 1947.
Em 1948 é galardoado com o "Prémio Malhoa", e a bolsa de estudo correspondente, que lhe permitiu uma viagem ao estrangeiro no ano seguinte. Participou em numerosas exposições na Sociedade Nacional de Belas-Artes, no Salão Silva Porto (1943-1952), na Exposição Internacional de Sevilha (1952), no Salão António Carneiro (1953), etc.
Expôs com regularidade na Delegação do Jornal «O Primeiro de Janeiro», em Coimbra.
Em Agosto/Setembro de 1989 foi evocado numa grande exposição de obras suas, organizada pela Câmara Municipal da Lousã, na Sala de Exposições do Museu Municipal Professor Álvaro Viana de Lemos, daquela localidade.
in
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Augusto_Ramos

Recorte do jornal O FAROL ( Coimbra, finais da década de 40)
Carlos Ramos (1912-1983)

02 março 2011

Frontal: Penacova na imprensa local e regional

Frontal nº 42 de 25 de Fevereiro.

Principais títulos relacionados com Penacova:

Cinco milhões de euros para recuperar três pontes
Centro Cultural foi inaugurado
Nemátodo tem os dias contados?
Professores contra Avaliação
Parque empresarial da Alagoa a dois meses de estar pronto
PCP considera: o rio e o concelho de Penacova estão ameaçados pelo Governo
Convívio dos Zés do concelho de Penacova
Bombeiros -Campanha: uma árvore por cada novo sócio
Festa do Dia da Mulher na Atalhada
Católicos celebram a " Festa da Amizade"
Um sentido diferente para o dia da Árvore
Baile de Carnaval na Casa do Concelho de Penacova
Ameaçou mãe com faca, ateou fogo à casa e pôs-se em fuga
Cavaquinhos da Rebordosa na BTL
Festival da Lampreia

No espaço de Opinião:
Editorial - "Que mundo tão parvo / Onde para ser escravo é preciso estudar", por Nuno Castela Canilho
Janela do Direito - O novo reegime jurídico do inventário, por Lara Duarte Ramos
Perspectivas - O Ruído Bom e o Ruido Mau. por Mauro Tomás
Guerra Colonial: viver para contá-la, por David Almeida

28 fevereiro 2011

Depois da luta em prol da realização de uma obra, um segundo combate se desenha agora contra a construção de uma outra que poderá inviabilizar a primeira...



São cerca de 3,5 milhões, sendo 2,5 de financiamento
comunitário e 1 milhão de comparticipação nacional,
conforme se pode ler nas placas

As obras a juzante do açude revelam uma dimensão
mais exacta da complexidade da obra

A montante da ponte açude também é visível o avanço da obra
FOTOS: PENACOVA ONLINE
São 3,5 milhões de euros por água abaixo?  A obra da escada de peixe avança ( ver fotos de hoje ) mas enquanto que uns entendem que mesmo com a construção da mini-hídrica vale sempre o investimento, pois serão sempre cerca de 15 quilómetros a montante ( além de garantirem que a obra na zona do Caneiro acautelará todos os problemas levantados quanto à passagem da lampreia), outros entendem que o investimento, tão ansiado, que está a ser feito na ponte-açude de Coimbra, corre o risco de ser desperdiçado se avançar-como se crê-com a mini-hídrica. Penacova está contra e este fim de semana que passou o Capítulo da Confraria da Lampreia reforçou essa contestação.

Escreve o Diário de Coimbra:

“Mini-hídrica será fatal
para lampreia de Penacova”

Vencida a batalha da “escada de peixe”, Confraria da Lampreia lutará contra projecto da Foz do Caneiro.

Primeiro a construção de açudes e barragens, agora o anúncio de uma mini-hídrica. No VIII Capítulo da Confraria da Lampreia, voltaram a erguer-se vozes contra o projecto da Foz do Caneiro, na certeza que tal afectará negativamente a já difícil subida da lampreia até Penacova. Na cerimónia de entronização dos novos confrades, o recém-eleito presidente, Fernando Lopes, considerou mesmo que «a mini-hídrica será fatal para a lampreia de Penacova».


«A lampreia que outrora subia o rio Mondego e que aqui chegava em grande quantidade, viu a sua população reduzir-se drasticamente, por via da construção de açudes e de barragens», lamentou o confrade-mor. Prometendo uma «defesa intransigente» da gastronomia do concelho, particularmente do arroz de lampreia, Fernando Lopes referiu que, vencido que parece estar o primeiro obstáculo para o percurso natural da espécie rio acima até Penacova, a confraria centrará esforços na barreira que se adivinha com a mini-hídrica.

A obra da escada de peixe na Ponte-Açude está a decorrer e terá um custo global de aproximadamente quatro milhões de euros, permitindo que lampreias e outras espécies piscícolas migratórias subam o rio. No entender do presidente da Confraria da Lampreia, é no mínimo contraditório que apenas 10 quilómetros a montante se anule o efeito da obra com a construção da mini-hídrica.

Admitindo a necessidade de criar energias alternativas, Fernando Lopes recomendou a «ponderação entre custos e benefícios», colocando do lado dos custos os prejuízos ambientais e turísticos de um paredão de nove metros de altura e da criação de uma albufeira. «Estaremos na linha da frente e vamos aceitar integrar ou promover movimentos que se criarem com o intuito de impedir que seja cometido um atentado grave ao nosso património natural», sublinhou.

27 fevereiro 2011

Lampreia de Penacova vai ser candidata às 7 Maravilhas da Gastronomia

Logotipo oficial do Concurso
Segundo declarações à imprensa do Presidente da Câmara, a lampreia de Penacova vai ser uma das candidatas às 7 Maravilhas da Gastronomia, concurso que vai decorrer em todo o país e que vai eleger os sete melhores pratos da gastronomia portuguesa. Humberto Oliveira, presidente da Câmara de Penacova, já teve uma primeira reunião nesse sentido. Segundo o autarca, como a lampreia é “a rainha da gastronomia de Penacova” estará “no topo da candidatura”, apesar de esta integrar também outros pratos característicos da região, que serão posteriormente anunciados.  Humberto Oliveira entende que esta é uma “excelente oportunidade” para a promoção da gastronomia de cada região e lembra que, sejam quais forem os eleitos como as 7 Maravilhas da Gastronomia, haverá muitos outros pratos “de grande qualidade que ficarão de fora mas que também poderiam integrar a mesma lista”.
VEJA
http://www.7maravilhas.sapo.pt/

Sobre o Capítulo da Confraria da Lampreia, veja notícia no Diário de Coimbra


Foto Diário de Coimbra.
Maurício Marques foi ontem entronizado, bem como Pedro Coimbra e outros


Penacova / Guarda teus segredos / Tua história e teus amores / E não esqueças a lampreia / Rainha dos teus sabores


Hino da Confraria da Lampreia

O teu nome, é mistério
Que hoje perdura;
Teus montes são deslumbrantes,
Tua água é a mais pura

Da Senhora do Monte Alto
Tenho uma vista sem par
Na claridade do sol
Ou na calma do luar

REFRÃO 
Penacova,
Princesa do Mondego
A teus pés murmurar:
Adoro a tua beleza,
e pr'a sempre te hei-de Amar!

Penacova,
Guarda teus segredos,
Tua história e teus amores,
E não esqueças a lampreia,
Rainha dos teus sabores.
Penacova,
Penacova.

Subindo ao Penedo do Castro,
Inda posso imaginar
Formosas as lavadeiras,
Nas areias a cantar.

E a nossa Confraria
Tem uma nobre missão:
Divulgar tuas raízes,
Preservar a tradição.

REFRÃO

Penacova,
Princesa do Mondego
A teus pés murmurar:
Adoro a tua beleza,
e pr'a sempre te hei-de Amar!

Penacova,
Guarda teus segredos,
Tua história e teus amores,
E não esqueças a lampreia,
Rainha dos teus sabores.
Penacova,
Penacova.

26 fevereiro 2011

25 fevereiro 2011

Festival da Lampreia em destaque na Imprensa Regional


Diário As Beiras publicou hoje Caderno Especial
sobre Penacova e o seu Festival da Lampreia
 Imagem: montagem de Penacova Online

24 fevereiro 2011

Bombeiros celebram hoje 81º Aniversário

Recorte de 1952

Foi há 81 anos, exactamente no dia 24 de Fevereiro de 1930, que um Grupo de ilustres Penacovenses, sentiu necessidade de criar uma estrutura preparada para os proteger, e para acautelar os bens e os haveres das gentes do concelho. 
Inicialmente vocacionada apenas para o combate aos incêndios, sobretudo nas habitações, à época mais vulneráveis devido à construção em madeira, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Penacova, cresceu ao ritmo da sociedade em que se insere e foi naturalmente acompanhando as novas necessidades dos cidadãos, ao nível da emergência pré-hospitalar, do transporte de doentes, dos socorros a náufragos, e nas mais diversas valências que, nas sociedades modernas, têm implicações na qualidade de vida dos cidadãos.

O grupo de fundadores da Corporação


As obras do quartel, há uns bons anos atrás. Actualmente, necessita urgentemente de ampliação.
A campanha já está em curso.


20 fevereiro 2011

As bilobites de Penacova

Já lá vão uns bons anos, enquanto estudante de Coimbra, que em visita ao Museu Mineralógico e Geológico da Universidade, fomos surpreendidos por uma lage-painel (com cerca de 2x3 m, se bem nos recordamos) de bilobites com a indicação de origem de Penacova. Por diversas vezes nos vinha à memória aquela estranha amostra geológica e o desejo de voltar àquele museu.  Hoje, por mero acaso, é com satisfação que, nas nossas pesquisas na internet, nos aparece uma fotografia da mesma e que partilhamos com os nossos leitores.

Grande lage com Cruziana colectada em Penacova patente numa parede do Museu Mineralógico e Geológico de Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra.

Aqui fica também parte de um texto publicado pela Câmara Municipal, aquando da Candidatura da Livraria do Mondego a Maravilha Natural e que nos ajuda a perceber como pode aparecer em Penacova este vestígio de fundos marinhos.

Há 500 milhões de anos a região do Buçaco, bem como toda a Beira Baixa, Beira Alta e região duriense, esteve coberta pela água de um mar que já desapareceu há muito e a que os geólogos chamam de Rheique. Na verdade cobria quase toda a Península Ibérica e era um mar raso de areias brancas, camada sobre camada, em águas transparentes com algumas zonas um pouco mais profundas e algumas ilhas não muito elevadas. Os areais extensos e os fundões mais lamacentos ou pedregosos perdiam-se de vista. Nestas areias e lamas viviam uns artrópodes marinhos, as Trilobites, que eram os seus principais habitantes. E foi nestas areias, tal como se interpreta hoje, que deixaram longos rastos das suas caminhadas, as bilobites.
Quando estes fundos foram apertados pela colisão de dois grandes continentes então existentes, começaram a ficar arqueados até serem completamente enrugados como as dobras de uma concertina. Contudo os fechos dessas dobras eram mais redondos tal como grandes caleiras ou como se estivéssemos a ver o ondulado de um velho telhado feito com telha lusitana.
Uma dessas grandes caleiras, a que os geólogos chamam sinclinais, constitui a Serra do Buçaco. Os dois bordos do sinclinal, por serem constituídos por aquelas areias endurecidas (quartzitos) ficam salientes no relevo, resistindo ao desgaste da chuva e do vento (erosão) e preservando o perfil da Serra, desde há muitos anos. O lado poente do sinclinal está mais partido e retalhado do que o lado nascente. No lado poente, desde o Penedo do Castro até aos Moinhos de Gavinhas e daí até Ponte da Mata, o alcantilado está muito segmentado. No lado nascente, desde o Luso, Cruz Alta, Moinhos da Portela da Oliveira até ao Mondego e daí até muito mais a sudeste, os quartzitos resistem e fazem um caminho quase contínuo. No fundo do sinclinal que se percorre por estrada antiga, pode descer-se desde Sazes passando pela Espinheira, Galiano até Penacova. Tudo isto foi detalhadamente estudado por Nery Delgado no séc. XIX e no princípio do séc. XX, tendo deixado como resultado desses trabalhos alguns mapas de grande beleza e rigor.
Nas fragas que o Mondego atravessa, os quartzitos estão cortados e mostram em qualquer das suas margens, mas especialmente na margem norte, as camadas de quartzitos verticais, como fiadas de prateleiras de livros da velha biblioteca da Universidade de Coimbra. Aqui, o espectáculo das antigas areias postas ao alto, hoje quartzitos, mereceram a designação de Livrarias do Mondego, pela sua beleza e pela posição particular em que se encontram, constituindo um património geológico e turístico que deve ser divulgado e preservado e não deve deixar de ser visitado.


Município de Penacova - Nota de Imprensa Janeiro de 2010

15 fevereiro 2011

Mosteiro de Lorvão espoliado: o que subsiste comporta um ínfimo teor do que foi roubado...


Mencionada no Paroquial Suevo, ou, Divisio Teodemiri – redigido entre 572 e 582-585 -, como uma das sete zonas pastorais da diocese de Conímbriga, Lurbine teve pujante cristandade, desde remota idade, como documentam as fontes arqueológicas e narrativas; e, do mosteiro paleocristão, em que era abade, veio o primeiro bispo conhecido, Lucêncio, que, nessa condição, assina as actas do 1º e do 2º concílio provinciais de Braga, realizados em 561 e 572, respectivamente.
Com a invasão e ocupação do território, actualmente português, pelos Muçulmanos (713-717), campeou a desorganização das estruturas sociais estabelecidas e, embora muitas comunidades eclesiais mantivessem a fé, de maneira bastante precária, o directo contacto com a civilização islâmica levou à geral arabização dos cristãos, ficando chamados Moçárabes.
Tal circunstância motivara o desaparecimento das principais autoridades civis e religiosas, porém, as campanhas militares de Afonso III, de Leão, reconquistaram Coimbra, em 878, e, fazendo repovoar as áreas anteriormente ocupadas, incrementaram o ressurgimento público da vida celebrativa, comprovada na multiplicidade de ermidas, igrejas e mosteiros entretanto fundados e constituintes de novas paróquias rurais.
Foram essas, de facto, as origens históricas desta veneranda casa monástica, desde início dedicada a São Mamede e São Pelágio, só por si afiançadores de um culto deveras antigo, a qual, nos começos do século X, em 907, é, também, um importante centro cultural, de povoamento e colonização, cujo crescente prestígio perdurara, mesmo sob domínio islâmico, pós as razias de Almançor, em 987, que o respeitou e dispensava de pagar o tributo exigido a todas as outras instituições cristãs.
Sempre habitado por monges, a regra beneditina foi ali introduzida, em 1051. Tendo vivo alento a comunidade, após a 2ª reconquista cristã de Coimbra, por Fernando Magno, em 9 de Julho de 1064, as sucessivas doações recebidas trouxeram-lhe máxima prosperidade, a ponto de Dom Henrique e Dona Teresa o terem doado, em 29 de Julho de 1109, à Sé de Coimbra, que vivia em manifesta penúria, sem ter, ao menos, as necessárias alfaias de culto.
Quando foi anulado o casamento de Dona Teresa (filha de Dom Sancho I), com Afonso IX de Leão, a infanta-rainha regressou a Portugal e procurou fazer vida claustral. A pretexto do pretenso relaxamento do mosteiro, expulsou os monges que, em parte, seguiram para Pedroso; apelando, estes, para Roma, a Santa Sé considerou o procedimento ilegal, mas, deu razão à infanta que, ali, quis ter acolhimento.
Para satisfazer o ensejo, a casa monacal foi-lhe entregue, em 24 de Dezembro de 1200, pelo rei, acompanhado pelo bispo de Coimbra, Dom Pedro, e pelo Dom Abade de Alcobaça, que lhe lançou o hábito de São Bernardo, assim como a outras senhoras, que a acompanhavam, na clausura. Dessa data até 1206, admitiu religiosas cistercenses e dedicou a instituição a Santa Maria.
Falecida em 18 de Junho de 1250, lá foi sepultada, na igreja, junto do túmulo da irmã, Dona Sancha, cuja ossada trouxera de Celas, onde esta havia fundado um mosteiro, muito semelhante.
Devido às virtudes exercidas, de maneira heróica, e pelas intervenções consideradas milagrosas, de comprovada autenticidade, foi beatificada, com as irmãs, pelo Papa Clemente XI, através da bula Sollicitudo Pastoralis Officii, de 13 de Dezembro de 1705.
Há, ainda, duas outras famosas personagens acolhidas a esta casa monástica: a infanta Dona Branca, filha de Dom Afonso III e heroína do poema homónimo, de Almeida Garrett, e Dona Maria Brandão, inspiradora de Crisfal.
Graças aos plúrimos benefícios e privilégios acumulados, o mosteiro mantinha o padroado, com direitos reais, sobre Botão e Esgueira, e fazia a apresentação dos vigários para as igrejas de Abiul, Almoster, Boidobra, Botão, Brasfemes, Cacia, Couto de Cima, Esgueira, Foz de Arouce, Salreu, Santiago da Guarda, São Martinho de Árvore, Sazes de Lorvão, Serpins, Souselas, Torre de Vilela, Treixedo e Lorvão.
Por decreto de 1834, foi proibido de receber noviças e, por força da morte lenta, desse modo preparada para extinguir as ordens religiosas femininas, ficou privado de meios de subsistência – denunciados por Alexandre Herculano –, sofreu extrema miséria e teve o falecimento da última freira em 8 de Julho de 1887.
Maioritariamente, os bens patrimoniais, acabados de registar, pertencem às antigas dependências monásticas, entregues à paróquia, e constituem uma ténue amostragem do muito que havia, pois, a dispersão de altares de talha e de imagens, pelos lugares vizinhos e pontos distantes da diocese, manifestam o desmantelamento sofrido, enquanto algumas boas esculturas calcárias, quatrocentistas e quinhentistas, terracotas seiscentistas e estofadas setecentistas atestam o poderio económico das encomendantes e os óptimos critérios estéticos seguidos, igualmente testemunhados na variada paramentaria deixada, nos poucos objectos de metal, nas pinturas, executadas sobre madeira e tela, e nos restantes objectos, incluindo painéis azulejares, das últimas centúrias indicadas.
Realmente, o que subsiste comporta um ínfimo teor do que foi roubado: os inestimáveis pergaminhos, manuscritos e códices membranáceos medievais, como o Liber Testamentorum e o comentário ao Apocalipse, levados para a Torre do Tombo; os incunábulos da Vision Delectable, de 1480, e da Vita Christi, impressos em Lisboa, em 1498, encaminhados para a Universidade; as alfaias, lambris, pratas e paramentos incorporados nos museus estatais; e o mobiliário abacial, também integrado num específico, lisboeta.
Bastantes outros tiveram a rapina de conceituados gatunos, como sucedeu aos riquíssimos valores levados para exposições nacionais, na capital, que jamais voltaram, e às centenas de quilos, em prata, dos objectos fundidos na Casa da Moeda e pilhados do santuário, que continha muitos bens alcobacenses e incluía espécimes em ouro, medievais, ocorridos na segunda metade do século XIX.
Já, por diferentes meios, intelectuais de Coimbra e magnates citadinos recorreram a carros de bois para fazerem transportar, quanto puderam carregar, para as próprias casas, num autêntico fartar de vilania liberal e maçónica: esta caterva de gente reles teve o desplante de deitar, ao riacho contíguo ao mosteiro, a biblioteca e o recheio do velho cartório, deixado das escolhas efectuadas sob ordens dos mesmos criminosos de lesa-cultura nacional, evocando defendê-la.
Visto bem, o sucedido, a destruição da memória, a traição cometida e a desfaçatez dos estatizantes hodiernos, em persistirem na posse ilegítima destes pertences da(s) igreja(s) espoliada(s) é a demonstração mais perfeita de todos eles permanecerem vinculados na mesma irmandade e na igual tacanhez mental, geradora de feudos nefandos, porque rogadas na ostentação indevida do quanto preconizam, contraditoriamente: a separação da Igreja do Estado, mas, dizendo seu o que é dos fiéis cristãos e das suas comunidades paroquiais.
José Eduardo R. Coutinho
29 de Outubro de 2008
Fonte :   correio de coimbra
NB: Título da nossa responsabilidade

Sessão de Esclarecimento sobre a Liga Portuguesa contra o Cancro em Penacova

 27 de Fevereiro

No final da sessão, actuam grupos musicais e é oferecido um lanche aos participantes

Local: Auditório da Biblioteca Municipal de Penacova, dia 27
Hora: 15:00
Organização: Liga Portuguesa Contra o Cancro


VER Fonte

Associação de Agricultores Filantrópica de Figueira de Lorvão - Notícias da Secção de Atletismo / Corta-Mato

Veja Notícia no SITE da Associação

13 fevereiro 2011

Casa - Museu António José de Almeida poderá tornar-se realidade

" A República, António José de Almeida e a Importância de Uma Casa-Museu" foi o tema geral do colóquio que se realizou no novo Auditório da Biblioteca e Centro Cultural, inaugurado ontem pelo Secretário de Estado da Administração Local, Dr. José Junqueiro.
O colóquio teve a participação dos Prof. Doutores  Luís Reis Torgal e Norberto Cunha  e dos Dr.s  David Almeida , Diogo Gaspar e António Arnaut.
“António José de Almeida e a República”, “Penacova e a República”,  “António José de Almeida e o Museu da Presidência da República”,  “A Importância de uma Casa-Museu como Centro de Animação Cultural ”e  “A República e a Cidadania”- foram os subtemas abordados, respectivamente, pelos citados oradores,  com a moderação da Prof. Doutora  Maria Manuela Tavares Ribeiro. Presente também o Dr. António José de Almeida Abreu, neto de António José de Almeida.
Atendendo à importância daquele Estadista, por   todos reconhecida, foi opinião de todos os presentes , incluindo o Presidente da Câmara, que se torna urgente o restauro da casa onde nasceu António José de Almeida  e que se justificaria plenamente a  criação de uma Casa-Museu em Vale da Vinha, ou tal não sendo viável, num outro espaço concelhio.
Museu, Casa-Museu, Centro de Estudos, qualquer que seja a solução, será pois um projecto a avançar, contando desde já com o apoio do Museu da Presidência, da Autarquia, da Família de António José de Almeida, e cremos, nós da maioria dos penacovenses.
Projecto que se pretende venha a ser mais um espaço vivo, dinâmico, de formação para a cidadania, do que um mero espaço museológico de características tradicionais.
Lisboa 
Estátua ao Dr. António José de Almeida,
por Leopoldo de Almeida e Pardal Monteiro (1929)

32º Aniversário de " As Paliteiras de Chelo"

No próximo Sábado, em Chelo, o Rancho Folclórico vai assinalar os seus 32 anos de vida, com um programa cultural pleno de interesse.


Secretário de Estado inaugurou Biblioteca e Centro Cultural

Penacova inaugurou “maior investimento municipal de sempre”
Penacova inaugurou ontem a nova Biblioteca e o Centro Cultural. «O maior investimento municipal de sempre», sublinhou o presidente da Câmara Municipal. Juntando às duas infra-estruturas o arranjo exterior, foi investido um valor global de 1,8 milhões de euros e se a este for acrescentado o investimento do recém-criado Centro Educativo, os equipamentos daquela zona da vila atingem o valor de 5,3 milhões de euros, contabilizou Humberto Oliveira.
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texto: diário de coimbra
Imagem: penacovaonline