19 fevereiro 2014
17 fevereiro 2014
Cartas Brasileiras: meteram a mão na taça
Taça Jules Rimet (1958) |
A Copa do Mundo de 2014 está prestes a começar. Aqui está a maior correria, é preciso que tudo esteja pronto até lá. Temos visto manifestações nas ruas contra a realização da Copa, gente gritando atrasada, enquanto muita gente grande diz: “o Brasil” quis a Copa, então temos que dar conta do recado. Só faltava não dar.
Não foi bem o “Brasil”, ou a população que quis a Copa, foi decisão autônoma
do Governo, com apoio das construtoras e da mídia, os grandes interessados. Até
poderia ser verdadeiro que muitos a quisessem. Porém, com o sistema de saúde em
condições precárias, sistema de transportes em verdadeira pindaíba, a segurança
vivendo um enorme caos, o mundo enfrentando séria crise econômica, tudo levava
a crer que não era o momento. Pior é que teremos mais gastos com Rio - Olimpíadas
2016! Com o mundo na maior crise! Era evidente que o Brasil tinha outras
prioridades, e nelas não estava construir estádios. Aqui sabemos, depois da
Copa muitos estádios irão se transformar em “elefantes brancos.” Mas, deixando
de lado todos esses problemas, enveredo-me para um assunto mais ameno, contando
um pouco de história.
Em 1958 conquistamos, na Suécia, pela primeira vez a Taça Jules
Rimet. Depois, veio o “bi” em 1962 no Chile e o “tri” em 1970 no México. A terceira
conquista nos garantiu a posse definitiva do troféu. A peça, obra do artesão francês Abel Lafleur, representava a Vitória com
asas em forma estilizada, com os braços levantados segurando um vaso de formato
octogonal. Sobre as faces da base em mármore preto havia pequenas placas
em ouro, onde estavam gravados os nomes dos países campeões: Uruguai (1930 e
1950), Itália (1934 e 1938), Alemanha (1954), Inglaterra (1966) e Brasil (1958,
1972, 1970). Medindo cerca de 30 centímetros , todo o conjunto pesava 4
quilos, sendo 3,8
quilogramas em ouro.
O troféu correu o país, foi exposto em praça pública,
o povo fazia fila para ver a taça. Em São Paulo ela era exposta na Praça Roosevelt (ao
lado da Igreja da Consolação), e ao final da tarde era levada, em um carro
forte, para ser guardada na casa-forte da Matriz do Banespa; banco no qual eu trabalhava.
Então, quando a taça chegava para
ser recolhida, não havia como resistir à tentação, todos queriam tocar nela e
repetir os gestos de Hideraldo Luiz Bellini, Mauro Ramos de Oliveira e Carlos
Alberto Torrões, os nossos capitães. Tirar fotos nem pensar. O
tesoureiro não deixou. Ah! Se existisse celular naquela época tudo teria sido
registrado e postado nas redes sociais.
Pelé e a Taça Jules Rimet conquistada na Suécia em 1958. |
Depois dos nossos gestos à la
capitão do esquete nacional, não foram tantos mais que puderam repetir aquele
gesto. Na noite de 19 de dezembro de 1983, uma segunda-feira, enquanto uma réplica estava
guardada no cofre da CBF, o troféu original que estava exposto no 9° andar
daquela sede foi roubado por Peralta, Luiz Bigode e Chico Barbudo, que após o
roubo repassaram o produto para um argentino comerciante de ouro, Juan Carlos
Hernandez, que cortou a taça em três pedaços para poder derretê-la, formar
barras de ouro e vender.
E assim,
o troféu disputado por tantas nações, em partidas com gosto de suor, lágrima e
sangue, teve um triste fim, justamente porque caiu nas mãos de quem não poderia
“meter a mão na taça.”
P.T.Juvenal Santos
16 fevereiro 2014
Apresentação do livro "A ferramenta que faz os contos" trouxe a Penacova o debate sobre a Filosofia para Crianças
Ontem, 15 de fevereiro, falou-se
de Filosofia em Penacova. Mais, de Filosofia para Crianças. De facto, a
apresentação do livro A ferramenta que faz
os contos nada faria pensar que a
temática central do evento incidisse neste movimento pedagógico, assim lhe
podemos chamar, que teve como percursor MATTHEW
LIPMAN ((1922-2010). Sónia Marques Carvão, penacovense com ascendentes na
localidade de Chelo, escolheu Penacova
para, depois de o ter feito em Lisboa, divulgar o seu trabalho.
A sessão decorreu na sala Leitão
Couto (Biblioteca Municipal). Presidiu Humberto Oliveira, presidente da Câmara
Municipal. A mesa contou, além da autora, também com a presença de Fernanda Veiga,
vereadora da Cultura e de Joaquim Pinto, professor da Universidade Católica.
Formada em Filosofia e
Antropologia e com uma especialização em Filosofia para Crianças, Sónia Marques
Carvão, pretendeu com a publicação deste livro, não só concretizar um sonho de
infância (conforme confidenciou) mas também passar para o papel algo da sua
experiência de trabalho com crianças num colégio de Lisboa. A própria sessão de
apresentação incluiu a demonstração de uma sessão prática de Filosofia (com)
para Crianças, seguindo a metodologia da “comunidade de investigação”. Hoje a “internet”
está cheia de documentação sobre esta corrente pedagógica, desenvolvida em todo
o mundo, mas com grande aceitação no Brasil e Espanha, a título de exemplo. Em
Portugal existem também muitos projetos
isolados, mas é praticamente desconhecida. Daí a importância destas iniciativas
editoriais que nunca são de mais para questionar o modo como se educa e o
próprio sentido do que é educar.
O professor Joaquim Pinto fez a
apresentação do livro. A sua intervenção focou muitos dos problemas daquilo que
na sua óptica deve ser o Filosofar e o Filosofar com Crianças, acabando por
coincidir com a referência que a autora fez a L. Wittgenstein : a Filosofia é
uma Tarefa de Liberdade.
Voltando ao livro em si,
refira-se que é composto por sete contos (edição bilingue português-inglês) distribuídos
por cerca de noventa páginas. “ Um livro para todos e não só para crianças. Um
livro que leva à reflexão de conceitos como o Belo, o Bom, a Ferramenta, o
Amor, o Jogo, o Saber e Não Saber, bem como à reflexão de valores éticos,
costumes e tradições, brincando” – refere uma pequena nota inserida junto à
ficha técnica do mesmo.
Ser pretexto para falar de
Filosofia em Penacova (fora das paredes da Escola Secundária) foi, além da
importância que o livro tem, o grande mérito desta iniciativa.
Texto e fotos de Penacova Online / David Almeida
15 fevereiro 2014
08 fevereiro 2014
Ainda o caso Luiza de Jesus que manchou o concelho de Penacova
Fizemos ontem referência ao "crime mais espantoso" ocorrido durante o séc XVIII em Portugal e que
envolveu uma mulher natural de Figueira de Lorvão.
Apesar de só passados cerca de cem anos a pena de morte ser abolida em Portugal (1867) , Luiza de Jesus passou à história, não apenas pelo seu horrendo crime, mas também porque foi a última mulher a ser condenada à pena capital no nosso país.
Hoje, acrescentamos um recorte do jornal O Conimbricense que transcreve a sentença deste caso ocorrido em 1772.
Mulher natural de Penacova matou cerca de 30 crianças para receber "subsídio"
Descobriu-se em Coimbra que uma mulher de 27 (ou 22, segundo algumas fontes) anos de idade,
casada e natural de Figueira de Lorvão cometeu cerca de 30 crimes crimes de infanticídio.
Corria o ano de 1772. Luiza de
Jesus morava em Gavinhos, Figueira de Lorvão e tinha o costume de ir à Roda, a Coimbra, buscar recém - nascidos com o pretexto de se encarregar da sua educação. Só que aintenção era outra. Depois
– contam os jornais da época - em sua casa ou no olival de Montarroio, matava as
crianças, esquartejando-as, asfixiando-as ou enforcando-as. Não terão sido duas
ou três: ao confessar o crime referiu 28.
Passada
busca à casa, foram encontrados ainda dentro de um pote de barro, crânios , ossos
e mesmo alguns corpos putrefactos.
Malvadez?
Loucura? Para receber
a “esportula” , isto é, a gratificação em dinheiro, no valor de 600 réis, um côvado
de baeta e 1 berço por cada uma, ia à roda buscar as indefesas crianças, matando-as de seguida.
Foi condenada
em Lisboa. Depois de “atazanada” pelas ruas públicas daquela cidade, foram-lhe
cortadas as mãos ainda em vida, foi garrotada e queimada em 1 de Julho de 1772. Um caso que gerou grande repulsa. Penacova, de onde era natural, entra assim na história por um motivo horrendo. Luisa de Jesus foi a última mulher a ser condenada à pena de morte em Portugal.
Este caso é muito conhecido em Portugal e também no estrangeiro.
Veja :
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADsa_de_Jesus
http://unknownmisandry.blogspot.pt/2013/02/luisa-de-jesus-portuguese-serial-killer.html
01 fevereiro 2014
Viagem no tempo vai recriar serões das nossas aldeias - hoje no Centro Cultural
clique nesta imagem para aceder ao blogue do Rancho |
O Rancho Folclórico e Etnográfico do Zagalho e Vale do Conde foi fundado no ano de 1979, por iniciativa de três mulheres oriundas destas duas aldeias (da esquerda para a direita: Altina Carril, Lurdes Simões e Natália Marcelo) com o objectivo de recolher, proteger e divulgar as tradições, os usos e os costumes mais antigos do concelho de Penacova. Se no início da sua formação o grupo actuava apenas no seu local de origem, dois anos mais tarde, em 1981, fazia a sua primeira apresentação formal na Barragem da Aguieira, sendo já um fidedigno representante das actividades artesanais, trajes, danças e cantares do concelho de Penacova. Uma das principais recolhas a que se dedicou foi ao ciclo do linho, uma arte ancestral que está na origem de lindas e valiosas peças de roupa que o grupo ainda hoje possui preservadas. Este rancho foi o primeiro do seu concelho a filiar-se na Federação de Folclore Português. Actualmente é também membro do INATEL, do IPJ e da Associação de Folclore e Etnografia da Região do Mondego (AFERM). Ao longo dos seus trinta e dois anos de existência, este grupo já fez actuações por todo o país e na Ilha da Madeira. Realiza todos os anos o seu festival de folclore na aldeia do Zagalho e recria a tradicional malha dos cereais. (in http://rancho-zagalho.blogspot.pt/)
PROGRAMAÇÃO 2014
Cantar aos Reis
4,5,6 de Janeiro de 2014
Aniversário, Rancho Folclórico Etnográfico de Zagalho e Vale do Conde
19 de Janeiro de 2014
Apresentação “Teatral”, auditório municipal de Penacova de R.F.E.Z.V.C.
1 de Fevereiro de 2014
Ceia da Avó
15 de Fevereiro de 2014
Surriar
28 de Fevereiro de 2014
Cantar ás Almas
22 de Março de 2014
Bela Cruz
3 de Maio de 2014
Festa Do Linho
1 de Junho
Festival de Folclore do Rancho do Zagalho e Vale do Conde e a II feira Feira Tradicional e Rural Encosta da Serra
21 de Junho de 2014
Malha dos Cereais
24 ou 31 de Agosto de 2014 ( data ainda a confirmar)
Festa de encerramento de actividades
25 de Outubro de 2014
Lanche e troca de prendas
13 de Dezembro de 2014
31 janeiro 2014
Penacovense envolvido na revolta de 31 de Janeiro
- O que terá havido lá pelo Porto?
- O que terá havido santo Deus?
Durante o dia 31 continuou a expectativa. Tudo parecia depender das notícias que por certo viriam no comboio da noite...
Ansiedades vividas por um jovem de 24 anos natural de Penacova, estudante de Medicina. As paredes da prisão já o haviam acolhido há um meio ano atrás (durante três meses) por abuso de liberdade de imprensa. A luta pelos seus ideais políticos a isso havia conduzido. Agora, se a revolta do Porto vingar irá receber as armas ao quartel de Sant' Ana e depois de descer pelo Quebra Costas dirigir-se-á até ao quartel da Sofia.
Referimo-nos, como já se percebeu, a António José de Almeida e ao "31 de Janeiro" de 1891. Depois de em 2011 termos assinalado a efeméride, gostaríamos de recordar mais uma vez este marco da história de Portugal, e salientar o facto de já na preparação da primeira tentativa de implantar a República em Portugal ter estar fortemente envolvido este ilustre penacovense.
Ver também a obra António José de Almeida e a República de Luís Reis Torgal (edição Círculo de Leitores), pp 50 ss
- O que terá havido santo Deus?
Durante o dia 31 continuou a expectativa. Tudo parecia depender das notícias que por certo viriam no comboio da noite...
Ansiedades vividas por um jovem de 24 anos natural de Penacova, estudante de Medicina. As paredes da prisão já o haviam acolhido há um meio ano atrás (durante três meses) por abuso de liberdade de imprensa. A luta pelos seus ideais políticos a isso havia conduzido. Agora, se a revolta do Porto vingar irá receber as armas ao quartel de Sant' Ana e depois de descer pelo Quebra Costas dirigir-se-á até ao quartel da Sofia.
Referimo-nos, como já se percebeu, a António José de Almeida e ao "31 de Janeiro" de 1891. Depois de em 2011 termos assinalado a efeméride, gostaríamos de recordar mais uma vez este marco da história de Portugal, e salientar o facto de já na preparação da primeira tentativa de implantar a República em Portugal ter estar fortemente envolvido este ilustre penacovense.
Documento
disponibilizado via Museu da Presidência da República
citado no blogue Almanaque Republicano
|
24 janeiro 2014
A doação que passou despercebida
Fonte: site da cm_penacova |
Varela Pècurto, um nome prestigiado da fotografia regional e nacional, doou ao Município de Penacova um conjunto de originais em formato de diapositivo que na década de setenta e oitenta recolheu no nosso concelho. Muitas das imagens constam do livro que foi publicado em 1984. No Verão passado, por altura do Feriado Municipal teve lugar a formalização deste nobre gesto. Também por essa ocasião esteve patente ao público uma exposição de fotografia de Pècurto. Eventos que, lamentavelmente terão passado ao lado da grande maioria dos penacovenses.
Livro publicado em 1984 |
Varela Pècurto tem vindo, nos últimos anos, a demonstrar atitude semelhante para com muitos municípios da região. Destacaríamos o modo como o concelho da Mealhada acolheu a doação. Penacova muito lhe deve também. O seu livro constitui um documento precioso que nos permite traçar um retrato multifacetado da Penacova de há trinta anos . Além das imagens, integra uma síntese - redigida em português, francês, inglês e alemão - da história e cultura das diversas freguesias do nosso concelho. Documentos preciosíssimos, em especial as fotografias, para a nossa história recente
Por motivos alheios à nossa vontade, Penacova Online não teve a possibilidade de marcar presença na cerimónia de assinatura da doação. Por isso, aqui fica este apontamento em jeito de homenagem e agradecimento a este amigo de Penacova.
Fotografia colhida na Aveleira e publicada no livro Penacova
Mais duas imagens publicadas na mesma obra: Rebordosa e esplanada do Café Turismo |
As imagens seguintes reproduzem o catálogo da exposição de
Varela Pècurto na Mealhada e que achamos pertinente recordar.
Pode visualizar agora ( clique na imagem) uma entrevista que passou na RTP 2
em 18 de Dez. de 2013. A não perder!
17 janeiro 2014
Cartas Brasileiras: Eusébio e Cristiano Ronaldo
Não vou dizer que não gosto
mais de futebol, diria que já não sou mais tão apaixonado. Que ninguém me diga
que seria por causa da idade, porque os setenta anos me aguardam logo mais pelo
meio do ano, até porque há muito bom velhinho ainda morrendo por causa da
pelota a rolar pelos gramados.
Diria mais que se deve à violência das torcidas, se bem que isso é
apenas parte do problema. Acho que a perda da identidade entre jogador e clube
contribui muito mais para o desinteresse, tanto para o time do coração, como pela Seleção.
Antes os jogadores permaneciam muito mais tempo nas equipes (aqui
dizemos times), daí em seus países, e por consequência eram unanimidades
nacionais na Seleção. O craque era adorado, jogasse em que time fosse, na
Seleção virava deus. Hoje, há selecionado que mal sabemos por qual time teria
atuado no Brasil, há uns que foram levados ainda meninos.
Meu “gostinho” maior começou em Copa do Mundo de 1958, com os deuses
da bola, o jovem Pelé, Garrincha e Cia encantando o mundo. Repeteco em 1962
(Chile), com quase todos os mesmos “monstros”.
Em 1966, na Copa da Inglaterra, a bagunça começou na preparação
aqui, formaram umas quatro seleções, todo mundo botando o bico, sendo que
alguns jogadores entraram em campo somente com o nome, sem condições físicas,
como foi o caso de Garrincha e que Pelé foi caçado em campo. Mas isso é choro
de perdedor.
O que nos derrubou de forma contundente foi o timaço de Portugal,
jogando a melhor de suas copas com José Pereira, Morais, Baptista, Vicente e
Hilário; Jaime Graça e Mário Coluna; José Augusto, Eusébio, Torres e Simões.
O placar da Copa de 1966: Portugal 3 x 1 Brasil, com dois golos
(dizemos gols) de Eusébio, um de Simões,
e o nosso de Rildo.
Grande Eusébio, moçambicano nascido em 25 de janeiro de 1942, em
1960 foi levado para jogar no Benfica. O craque faleceu dia 5 de janeiro de
2014, causando uma grande comoção em Portugal e no mundo esportivo.
Dias depois, a nova alegria portuguesa tratou de aliviar um pouco a
dor, Cristiano Ronaldo, nascido em 5 de fevereiro de 1985, em Funchal (Madeira)
foi eleito o Melhor do Mundo.
Quando estive em Portugal em 2003, estava no lobby do hotel em
Leiria e via uma partida do campeonato português. Fiquei de boca aberta vendo
um jovem jogando pelo time de camisa verde (Sporting). Perguntei quem é, me
disseram, Cristiano Ronaldo. Falei para todos ouvirem, esse é craque. Fácil!
P.T.Juvenal
Santos – ptjsantos@bol.com.br
16 janeiro 2014
Arquivo RTP: vídeo sobre António José de Almeida já está disponível
CLIQUE NA IMAGEM PARA ACEDER AO VÍDEO |
A RTP acaba de lançar um portal a que chamou "Ensina", disponibilizando programas com interesse para o enriquecimento curricular das disciplinas escolares. Entre muitos outros conteúdos é possível, desde já, aceder a um conjunto de vídeos sobre os Presidentes da República. Entre eles, figura naturalmente, António José de Almeida, nascido em Vale da Vinha - freguesia de Farinha Podre, hoje S. Pedro de Alva.
"Ao longo das últimas décadas, a
Rádio e Televisão de Portugal (RTP) produziu inúmeros conteúdos cujo interesse
não se esgotou na sua divulgação televisiva ou radiofónica. Entrevistas com
figuras notáveis das letras, das artes, das ciências, bem como documentários
sobre o património e a história, frequentemente procurados por professores e
estudantes, têm tido acesso limitado ou caem até no esquecimento. Esses conteúdos
são um complemento relevante para o trabalho feito na sala de aula, e passam
agora a estar disponíveis online, através das várias plataformas digitais que o
Ensina utiliza. Pretendemos construir um espaço de consulta fácil para os
utilizadores, através de computadores, tablets ou smartphones, em permanente
construção e – dentro em breve – com o contributo de entidades externas à
própria RTP. Nos próximos meses esperamos conseguir apresentar, com elevada
frequência, novos materiais trabalhados a partir do arquivo do serviço público
de rádio e televisão, ou produzidos especificamente para este projeto.
Que tipo de conteúdos?
Estão disponíveis, numa primeira
fase, videos, audios, infografias e fotografias produzidas pelos diferentes
canais da Rádio e Televisão de Portugal ao longo das últimas oito décadas. Para
além de pequenos excertos de entrevistas ou programas, apresentamos também
alguns grandes documentários com grande relevância para determinadas matérias
escolares". (RTP/ENSINA)
13 janeiro 2014
Engenheiro mecânico penacovense radicado no Brasil lança mais um livro
Do Brasil, acabamos de receber uma mensagem de um nosso conterrâneo, natural da Rebordosa, dando conta do lançamento de um livro técnico sobre Automóveis. É com muita satisfação que deixamos aqui a notícia e que transcrevemos a sua "carta", bem como um artigo publicado a propósito do lançamento daquela obra.
Bom dia Prezados,
Meu nome é Hélio da Fonseca
Cardoso, sou natural da Rebordosa, Lorvão, Penacova e resido há mais de
cinquenta anos em São Paulo, Brasil.
Tenho grande orgulho de ter
nascido nessa Terra abençoada e muito linda. Sou neto do Sr. Joaquim Luís
Miguel que foi um grande comerciante de ervas medicinais de Penacova.
Em 2012 lancei meu primeiro livro
sozinho (já tinha escrito outros três em coautoria com outros companheiros) e
tive a honra de que Penacova Online mostrasse aos meus conterrâneos essa minha
façanha.
Pois bem, no final do ano passado
foi lançado o meu segundo livro individual e gostaria muito que divulgassem
esse feito aos meus amigos de Portugal.
O livro tem o título de Automóvel
sem Mistérios.
Um grande abraço a todos os
amigos de Penacova, que tenham um excelente ano pela frente.
Grato
Hélio Cardoso
Especialista
esclarece dúvidas sobre cuidados com automóveis
O engenheiro mecânico Hélio da Fonseca Cardoso
aborda os principais pontos e polêmicas sobre tecnologia veicular em seu livro
“Automóvel sem Mistérios”
Ao longo de três anos, o engenheiro mecânico
HÉLIO DA FONSECA CARDOSO, NATURAL DE REBORDOSA, PENACOVA, RESIDENTE EM SÃO
PAULO BRASIL, diretor do IBAPE/SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e
Perícias de Engenharia de São Paulo) escreveu uma série de artigos voltados ao
esclarecimento de dúvidas sobre a escolha e utilização de automóveis e, agora,
os reúne no livro “Automóvel sem Mistérios – 50 Dicas Sobre Tecnologia Veicular”.
A obra é voltada para todos os amantes de carros e aos que buscam informações
para comprar o primeiro automóvel ou trocar o que já possuem.
O livro foi lançado pela editora Leud traz com
uma linguagem didática diversas informações sobre cuidados com automóvel. “São
informações importantes que visam minimizar uma série de dúvidas que surgem
quando precisamos executar algum tipo de manutenção, passar por uma inspeção ou
escolher um veículo novo ou usado”, afirma o autor.
Entre as dicas contidas no livro, o engenheiro
destaca os pontos que devem ser observados antes de comprar um novo veículo.
“Muitas pessoas levam em conta simplesmente a estética na hora de comprar um
carro, mas é importante saber exatamente como ele será utilizado e, assim,
escolher um modelo com características compatíveis ao objetivo do usuário”,
explica Cardoso.
De acordo com o especialista, é preciso saber,
por exemplo, se o veículo será utilizado na estrada ou na cidade, se é para uma
família ou se fará transporte de cargas. Essas informações devem influenciar a
escolha do tipo de motorização, um carro mais potente ou mais econômico. “É
preciso observar também os gastos que o veículo gera. Além de ver se o preço do
carro cabe no bolso, devem-se checar os custos com manutenção, seguro e
impostos”, alerta.
Escrito em linguagem acessível, a leitura do
livro não requer do leitor qualquer conhecimento técnico prévio para total
compreensão dos assuntos abordados. Segundo o autor, os artigos foram escritos
pensando inclusive no interesse crescente das mulheres na temática. “Escrevi
para que elas também se habituem ao tema. Hoje as mulheres escolhem o próprio
carro, antigamente eram os homens que escolhiam para elas”, explica o
engenheiro.
Para Cardoso, o livro dá uma visão geral sobre
o assunto e também serve de apoio em situações comumente enfrentadas por
proprietários de veículos. “Esta obra fará com que o leitor se torne mais
analítico e crítico ao discutir sobre o assunto em qualquer ocasião, inclusive
para evitar que o sonho vire pesadelo”, afirma o autor.
12 janeiro 2014
Louvado seja Deus pela Voz Solene do Órgão
Aspectos das obras de restauro / fotos da APDML |
Na página
do facebook da Associação Pró-Defesa do Mosteiro de Lorvão, podemos ler que “o órgão já
tem voz”. Aí se noticia que se encontra “em fase de afinação e instalação final
dos últimos registos o órgão monumental de Lorvão”. Recorda-se que foram “mais
de duas décadas de luta” e acrescenta-se que “os trabalhos deverão ainda prolongar-se pelo
mês de Janeiro, findos os quais poderemos assistir ao concerto inaugural.”
A importância histórica, cultural, musical do Órgão de Lorvão é inegável. Mais uma vez vamos reler um dos muitos
escritos do Prof. Doutor Nelson Correia Borges no Notícias de Penacova.
NOTÍCIAS DE PENACOVA_1968 |
Este ilustre historiador
penacovense escreveu (1968) naquele periódico um conjunto de quatro artigos
sobre este tema onde nos apresenta “alguns dados de ordem técnica e histórica”.
No primeiro artigo Nelson Correia Borges lamenta que “depois de importantes
obras de restauro levadas a cabo em 1955 pela DGEMN e que fizeram voltar o
alentado instrumento ao seu antigo esplendor, dum momento para o outro elas ficassem
inutilizadas parcialmente por injustificável incúria, em virtude de ter-se dado
infiltração de água das chuvas durante umas obras de reparação do telhado”.
Segundo este especialista da
temática lorvanense “é provável que existisse em Lorvão em eras mais recuadas
um órgão”. Todavia “ o primeiro órgão de que há notícia foi o que em 1718
mandou fazer a abadessa D. Cecília d’Eça e Castro. A abadessa D. Maria da
Trindade resolveu reformá-lo, mandando mudá-lo, acrescentar-lhe mais registos e
dourar-lhe a caixa.
Entretanto dão-se as obras de
reconstrução da Igreja que começaram em 1748 e se prolongaram por cerca de
vinte anos. Depois das obras, as religiosas quiseram dotar os mosteiro com um
órgão que primasse pela “grandiosidade e perfeição técnica.” Assim, foi a
abadessa D. Madalena Maria Joana Caldeira (1783-1786) que encomendou a António
Xavier Machado e Cerveira, (que seria irmão de Machado de Castro) o actual
órgão. Só ficou concluído em 1795, com o número 47 de fabrico. Em estilo “neo-clássico,
conjuga-se admiravelmente com o interior da Igreja” – escreve o Prof. Nelson
Correia Borges.Apresenta duas fachadas, uma para a nave e outra para o coro, “
sendo o único, no nosso país, com este aspecto”.
“Pouco tempo depois vieram as
invasões francesas com os seus dias atribulados e começou a decadência que já
se adivinhava com o fim do séc. XVIII. O tempo se encarregou de emudecer o
alentado instrumento que desde os fins do século passado [XIX] não voltou a
ouvir as suas vozes.”
A opinião do eminente organista americano E. Power Biggs que visitou Lorvão |
Em 1955 o órgão “recuperou a voz” graças às obras acima referidas, levadas a
cabo pela Firma João Sampaio (Filhos), Lda. Neste restauro foram introduzidas
modificações nos foles e na cobertura do teclado. Os primitivos foles eram em
forma de cunha e necessitavam de dois homens que tinham de se revezar com
frequência. Foram substituídos por um único fole paralelo, instalado em sala
contígua, com a vantagem de fornecer sempre a mesma pressão de ar. O seu
conjunto harmónico é constituído por cerca de dois mil e quinhentos tubos de
metal e madeira.
“Por nunca ter sido publicado – refere o Prof.
Nelson Correia Borges – julgamos de certo interesse dar a conhecer o seu
dispositivo”.
São dois os teclados que agrupam os
sessenta e um registos, correspondendo a dois órgãos distintos: um voltado para
a igreja e outro para o coro.
CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR Descrição do complexo dispositivo harmónico, publicado pela 1ª vez pelo Prof. Nelson Correia Borges em 1968 |
A pedaleira é composta por cinco
pedais para o comando dos diversos efeitos (crescendos, decrescendos…). O tubo
mais pesado tem cerca de 120 quilos e mede aproximadamente 6 metros de
comprimento e tem 40 centímetros de diâmetro. Pode ver-se na fachada voltada
para a nave.
“Teria o órgão de Lorvão tido
música escrita propositadamente para ele? “ - tudo leva a crer que sim –
entende Nelson Correia Borges - pois Lino d’Assunção refere uma monja que era
exímia em música, D. Teresa Sancha Mafalda e que teria composto muitos hinos,
uma missa e várias matinas.
Já em 1968 Nelson Correia Borges
escrevia que “ é necessário que o órgão volte a poder fazer-se ouvir” (…)
oferecendo, assim, Penacova “a par de
bucólicos passeios nas barcas serranas do manso Mondego, recitais no órgão de
Lorvão”
Esse sonho parece agora estar
prestes a ser concretizado.
OBS: o título desta postagem refere-se a um conhecido cântico litúrgico, verso que é subtítulo dos artigos referidos.
OBS: o título desta postagem refere-se a um conhecido cântico litúrgico, verso que é subtítulo dos artigos referidos.
04 janeiro 2014
Penacova (bem) representada no Roteiro dos Museus e Espaços Museológicos da Região Centro
Uma edição da CCDRC coordenada pela Drª Ana Faria |
Com data de
edição de Dezembro de 2010 (mas só em 24 de Novembro de 2011 apresentado ao público)
o Roteiro
dos Museus e Espaços Museológicos da Região Centro, publicado pela Comissão
de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, resulta do “ esforço de
recolha, organização, requalificação e mostra de todo um conjunto de bens,
testemunhos materiais da História, pertencentes às comunidades rurais e urbanas
da Região”- refere a nota introdutória. Este trabalho, coordenado pela Drª Ana Santiago
Faria, “é essencial para que se tome consciência do longo percurso que une as
gerações passadas e presentes, para as projectar no futuro, levando a um
reforço identitário urgente e indispensável à sua promoção pessoal e colectiva”-
lê-se também no texto de introdução.
O concelho
de Penacova está presente nas páginas 50-53. Não aparece referido o Museu da Casa da Freira, provavelmente, devido ao seu encerramento, à data da elaboração desta obra. Além da edição em livro, está
disponível um espaço na internet que permite a consulta dos conteúdos referidos
na edição impressa. Além disso, através do site http://roteiromuseus.ccdrc.pt/
temos acesso ao livro integral na versão electrónica.
Páginas dedicadas ao Museu do Mosteiro de Lorvão e ao Museu do Moinho Vitorino Nemésio |
Página 52 e 53 relativas aos Fornos de Cal e ao Museu do Rancho de Zagalho/Val do Conde |
Além do
interesse concelhio que esta obra tem, há todo um panorama cultural a nível da
região centro que nos é apresentado e que merece ser consultado.
03 janeiro 2014
Centro Cultural de Penacova exibe amanhã (sábado) o filme A Gaiola Dourada
Integrado no programa Fitas ao Luar a Biblioteca / Centro Cultural de Penacova vai exibir, com entrada livre, o filme "A GAIOLA DOURADA". Veja aqui o trailer oficial. O filme de Ruben Alves, luso-descendente conta com os actores
Joaquim de Almeida, Rita Blanco, Maria Vieira Bárbara Cabrita, Chantal Lauby e Roland Giraud.
O filme, que se estreou em Portugal a 1 de Agosto, entrou diretamente para o primeiro lugar das exibições de cinema comercial no país, com 109.366 espetadores e 561.217 euros de receita bruta de bilheteira, noticiaram os jornais.
01 janeiro 2014
Efemérides: Foral Manuelino, extinção do concelho de Farinha Podre e República
Poucas horas depois de o dia 31
de Dezembro de 2013 ter terminado, duas efemérides gostaríamos de destacar: 500
anos do Foral Manuelino (31/12/1513) e 160 anos da extinção do concelho de Farinha
Podre (31/12/1853). Destes temas falámos já neste blogue e na imprensa regional.
Sobre o foral, pode espreitar a
referência ao lançamento da edição fac-similada, bem como um artigo sobre estas “joias patrimoniais”. Pode ficar também a saber que o exemplar concelhio do foral
manuelino esteve em vias de se perder como se um maço de papéis se tratasse, e
pode ainda visualizar algumas páginas do foral onde a data de 31 de Dezembro de
1513 é fácil de ler.
No que se refere ao concelho de
Farinha Podre, pode ficar a saber qual o âmbito geográfico do mesmo (as
freguesias e os lugares que o compunham, o número de fogos) e aperceber-se do “desastre”
que constituiu essa decisão de extinguir um concelho que tinha todas as
condições para se desenvolver.
Além destas duas referências,
façamos uma terceira viagem no tempo. Recuemos 100 anos. Em 1913-1914, viviam-se
tempos “atribulados” da República, onde as divisões no seio dos republicanos já
se faziam sentir, em especial entre António José de Almeida e Afonso Costa, o
mesmo é dizer, entre Evolucionistas e Democráticos.
No início de 1914 ( 3 de Janeiro) António José de
Almeida escrevia no Jornal de Penacova
um artigo intitulado “Ano Novo”. Aí perguntava, no seu estilo coloquial: “
Esta república, como no actual momento se encontra é má? Sem dúvida. Podemos
mesmo, leitor amigo, sem forçar a expressão do vocábulo, chamar-lhe péssima.”
Assim, depois de tecer fortes
críticas ao governo presidido por Afonso Costa apela a uma mudança urgente na
condução do Governo e diz:
“Não te fiques nirvanicamente
nas queixas e nos lamentos. Trabalha, mexe-te, congrega-te, conjura-te e anda
para a frente” (…) Lembra-te que uma simples mudança ministerial, coisa que se
faz sem abalos nem perturbações de espécie alguma, é o suficiente para que a
paz, a ordem, a justiça serena, a equidade conciliadora, ponham em equilíbrio
esta sociedade, que fazendo a evocação dos seus males, sobretudo deveria
queixar-se de si.” Esta mudança ministerial que
refere significava uma mudança de Governo e de Política.
“Anda e olha que a missão é
facílima” – volta a reafirmar António José de Almeida, que conclui o artigo
deste modo: “Nessa suposição [de mudança] te agoiro um novo ano que te faça,
pelas suas vantagens, esquecer o 1913, com todos os seus desastres”.
29 dezembro 2013
Ao derradeiro dia do mês de Dezembro de mil quinhentos e treze...
Parte final do Foral Manuelino onde se pode ler a data de 31 de Dezembro de 1513. |
Já nos referimos neste blogue, por diversas vezes, aos Forais de Penacova, em especial àquele com que o Rei Venturoso distinguiu estas terras "no derradeiro dia do mês de Dezembro" de 1513.
Transcrevemos hoje um excerto da nota introdutória à edição facsimilada, assinada pela Profª Doutora Maria Alegria Fernandes Marques:
"É
notório o interesse do poder local pelos aspectos históricos das suas
comunidades. E surge redobrado quando elas foram alvo da concessão de foral, em
um qualquer momento.
Essa
atenção pode justificar-se por muitas razões, mas há duas que convém registar,
muito particularmente. Referimo-nos à consciência da sua ancestralidade e
identidade e ao respeito pelos documentos da sua história.
Folhas XIII do Foral de 1513 |
Assim
o caso de Penacova, vila distinguida com dois forais um do rei D. Sancho I e outro
do rei D. Manuel. Se o facto de este concelho da beira do Mondego ser, sem
dúvida, depositário de uma história multissecular pois que, com toda a certeza,
o lugar existia em 1036, podendo, mesmo, ser herdeiro e continuador de outros,
mais antigos na região, e detentor de um património histórico, artístico e
cultural de um valor muito apreciável a começar pelo imponente e tão
significativo mosteiro de Lorvão, justificava, já de si, uma obra de pesquisa,
entendeu o poder autárquico actual fazer dedicar um estudo aos seus forais.
Assim,
tem este trabalho por fim a publicação fac-similada e o estudo dos dois forais
de Penacova. O primeiro, do mês de Dezembro do ano de 1192, havia de inserir-se
numa política de valorização do território, tão característica do rei Povoador,
o segundo, datado do último dia do ano de 1513, nasceu da grande reforma dos
forais levada a cabo no reinado do rei Venturoso.
D. Manuel I, o Venturoso |
No
intervalo, a vila de Penacova havia de conhecer o destino de tantas outras do
reino de Portugal: concedida a vários apaniguados régios, ao longo dos tempos,
no governo do Mestre de Avis, futuro rei D. João I, havia de conhecer a família
em cuja posse havia de persistir até ao fim do regime senhorial, em Portugal.
Então, era doada a Nuno Fernandes Cordovelos, em agradecimento daquele rei
pelos importantes serviços
e pelo apoio que esse seu vassalo lhe tinha prestado, quando ele lutara pelo
trono de Portugal, contra um partido adverso que tinha no poder castelhano a
sua cabeça e coração. Na sua família se manteria até à extinção dos forais."
[SAIBA MAIS NO PENACOVA ONLINE NO DIA 31]
25 dezembro 2013
Penacova, Lorvão, S. Pedro de Alva e Rebordosa vão reviver Cantares de Natal
Os
Cantares do Ciclo Natalício vão estar em primeiro plano na agenda cultural dos
próximos dias. São já quatro as iniciativas programadas:
DIA 28 de
DEZEMBRO: na Igreja Matriz de Penacova, pelas 21 horas, vão actuar, além do
grupo organizador - Rancho Folclórico de Penacova, o Rancho Folclórico e
Etnográfico de Alfarelos e o Rancho Folclórico de Paranhos da Beira.
DIA 29 de
DEZEMBRO: na Igreja Matriz de S. Pedro de Alva, pelas 16 horas, integrado no
Concerto de Natal, o Rancho Folclórico da Casa do Povo vai
interpretar também Cantares do Ciclo Natalício. Neste evento actua ainda o
organista João Guerra e o Grupo Vocal Ancãble. Uma organização conjunta da
Paróquia, do Grupo Onda Jovem do Alva e do Rancho local.
No mesmo
dia – e à mesma hora – em Lorvão, tem lugar o XVI ENCONTRO DE CANTARES DO CICLO
NATALÍCIO, na Igreja do Mosteiro. Actuam o Grupo Etnográfico de Lorvão, o
Rancho Folclórico São Salvador de Grijó, o Grupo Típico de Ancã e o Rancho
Folclórico de Mundão.
12 de
JANEIRO: na sede do União Popular da Rebordosa, pelas 16 horas, “Cantar do
Natal aos Reis”. No encontro participam o Grupo Cultural Os Medroenses (Medrão –
Sta Marta de Penaguião), Grupo de Cantares do Grupo Folclórico “Cravos e Rosas”
(Oliveira de Azeméis), Cantadeiras da Alma Alentejana (Almada) e, por fim, o
Grupo de Cavaquinhos da Rebordosa.
Neste
tipo de cantares há “uma união do espiritual e do profano, em que se testemunha
uma dualidade/unidade de princípios, de valores e de receptividade geral,
vincada na exaltação, no humorístico, no satírico e no agradecimento, com votos
de felicidade, de bem-estar, de gratidão, de louvor ao Menino e de penhor à
pessoa" - escreveu Mário Nunes,
historiador e investigador das tradições populares, (e à data Vereador da
Cultura), aquando do lançamento de um CD, em 2008, pela Câmara de Coimbra.
Segundo aquele
historiador, falecido no Verão passado, a distribuição cronológica da
festividade principia nos cânticos de alegria e de elevação espiritual ao
Menino, entoados na noite de Natal e nos dias seguintes. No primeiro de Janeiro cantam-se nos adros e de porta em porta as "Janeiras", cantares populares, outrora preparados para os lavradores e pessoas ricas e de linhagem, tendo por motivo agradecer os benefícios recebidos ao longo do ano, desejar Ano Novo repleto de alegria e saúde aos proprietários e familiares e pedir, em recompensa, alguns bens alimentares para festejar o evento.
Nos Reis,
a 6 de Janeiro, a última fase do ciclo natalício, cultivam-se os mesmos
sentimentos, emprestando-se o entusiasmo e a saudação, algumas vezes
personalizados, ao Senhor da Casa e pessoas queridas. "Na ausência do
esperado agradecimento, isto é, não correspondido, materialmente, cantam-se
quadras, previamente escolhidas, em que o humor, a sátira e até o brejeiro
dirigidos aos donos, acompanham as despedidas e formalizam o desagrado do grupo
aos distinguidos com a saudação".
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