A Associação Pró-Defesa do Mosteiro de Lorvão acaba de publicar na sua página no Facebook informação mais pormenorizada sobre o fragmento de machado de pedra polida encontrado em 1973. O Prof. Doutor Nelson Correia
Borges defende que ”a
história do local de Lorvão pode, provavelmente, estender-se ao período
eneolítico."
É muito difícil estabelecer-lhe uma cronologia que tanto
pode ir do Neolítico até à Idade do Ferro. Em números, tanto poderá ser do
quarto milénio a.C. como do século VIII a.C. Talvez seja do período eneolítico,
aí entre 2.500 a 1.500 a.C. Na Antiguidade e na Idade Média acreditava-se que
estes machados, a que por vezes se chamava "pedras de raio", traziam
fortuna e felicidade ao seu proprietário, sendo protectores da casa e muitas
vezes se colocavam sob o lar dos fornos ou das lareiras.
Ora este machado, encontrado sob o lar de um forno, em
Lorvão, além de colocar a hipótese da terra ter sido povoada em eras remotas,
comprova a sobrevivência de uma tradição com muitos séculos.
Do povoamento que, a ter-se dado no Eneolítico, seria,
certamente, de pastores restam na região alguns indícios, embora os vestígios
materiais faltem.
Assim, no topónimo PENACOVA, temos o prefixo celta PEN, que
significa monte. Nota-se que ainda hoje uma parte da população denuncia origem
céltica, igualmente. Querem alguns etnólogos que o característico surriar
carnavalesco seja também de origem céltica, pois teria origem no imitar do
relincho do cavalo, animal sagrado para aquele povo indo-europeu.
Mas os Celtas chegaram ao nosso território em diversas vagas
iniciadas no século VIII a.C. e situam-se na Idade do Ferro e da cultura
castreja. O nosso machado será, certamente, anterior."
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