A América em contra-ciclo
Estamos, por estes dias, “afundados” em tudo o que se passa ou acontece relacionado com as eleições presidenciais nos Estados Unidos da América.
Ao longo da vida, as pessoas da minha idade (70 anos, já velhos, portanto) foram tendo posições diversas relativamente àquele país que muito ajudou o mundo, nomeadamente a nossa Europa, no post guerra; ou o prejudicou, numa outra visão radicalmente diferente.
E, ainda hoje, se têm algumas certezas e, também, muitas dúvidas.
As certezas:
- é um grande país, uma economia muito forte, uma grande potência e tem sido uma grande democracia.
As dúvidas:
- serão assim tão inteligentes como já foram, tão fazedores, tão solidários com os mais pobres?
- ou passaram a gozar do prestígio que acumularam e estão a adormecer à sombra da bananeira?
- fora das questões das guerras e das indústrias de armamento, praticam assim tantas parcerias desinteressadas; ou são iguais às outras economias?
Ora bem,
Começo por afirmar que ser exemplo nas questões da Democracia, para mim, tem um inestimável valor, sobretudo quando isso se projecta como bom exemplo no mundo.
Os EUA permitem que um ser humano -independentemente das suas origens- com cabeça e trabalho, atinja patamares absolutamente ímpares de satisfação em sociedade e isso não é normal em qualquer outro local do mundo; nós, em Portugal, conhecemos muita gente que por lá singrou.
Mas começa a perceber-se que o fenómeno da imigração faz dependê-los quase em absoluto dos que ali chegam em condições dramáticas e assim permanecem por muito, muito tempo.
A emigração (tal como as armas) estão a atingir foros do descrédito internacional da América.
Uma grande potência (ainda a maior, indubitavelmente), não pode permanecer assim por muito mais tempo, sob pena de ser ameaçada pelos seus concorrentes mais directos!
Só que, na minha modesta opinião, as coisas (em política pura) só se conseguem mudar através das pessoas (geração) que sejam portadoras de mensagens e de conhecimentos e de práticas e de tempo para que as mudanças possam operar com a necessária rapidez e consolidação.
Esses atributos não reciclados, só nas gerações mais jovens (e preparadas) podem surgir.
E isso não está a acontecer na América do mundo novo; na América estão 2 velhos a tentar manter linhas de governação esgotadas: um com quase 82 anos e outro com 78…
Naturalmente que eu fico estupefacto com esta falta de capacidade regenerativa. Serei só eu?
Luís Pais Amante