Saiu um Relatório da Pordata - no Dia Internacional da Irradicação da Pobreza - abrangendo os anos de 2021 e 2022.
A Sociedade Civil séria é cada vez mais importante no nosso País!
Séria, neste caso, é a que não vive à custa de… porque os que vivem à custa da pobreza, são tantos e tão “amigos” de certos redutos políticos radicalizados e negócios que até já se atropelam na descoordenação, como ouvimos dizer a uma figura relevante, com intervenção na área, recentemente.
Gasta-se o dinheiro, mas não se chega à solução; é só nos meios incapazes que se investe e esses não resolvem nada, desde logo porque não são os adaptados. Criam-se Cova(s) da(s) Moura(s), sucessivamente; Abrem-se caminhos para conflitos sociais latentes.
A Constituição da República, no seu art. 9, diz que é tarefa fundamental do Estado:
“Promover o bem estar e a qualidade de vida do povo e a igualdade real entre os portugueses, bem como a efectivação dos direitos económicos, sociais, culturais e ambientais…”.
Na visão da ONU, a pobreza manifesta-se através da fome da malnutrição, do acesso limitado à educação e a outros serviços básicos, à discriminação e à exclusão social bem como à falta de participação na tomada de decisões.
Os dados saídos - que não me impressionam, porque já os percepcionava e até já os antecipei no que escrevi como alerta, nessa altura - colocam em causa toda aquela classe que está “alojada” na Assembleia da República e no Palácio de São Bento [5 hectares, talvez] que é como quem diz, os nossos políticos, assessores e consultores e outros amigos e titulares graduados de cargos públicos, por aqueles nomeados com base só na “confiança”.
Contrariamente ao que constou dos seus programas eleitorais e dos seus programas de governo e dos orçamentos e dos discursos, fizeram tudo ao contrário do que prometeram: ou seja, mentiram aos Portugueses; foram meros populistas com fito na obtenção dos votos.
Vejamos:
- A taxa de risco de pobreza subiu muito, apesar da “maravilha” que aí anda publicada;
- Quase 2.000.000 de pessoas vivem com menos de €600,00/mês; exactamente €591,00;
- O Grupo das Crianças e Jovens (até aos 18 anos) é o mais afectado, com um aumento de 2,2% no período em análise;
- Esta realidade afecta, agora, 20,7% de pessoas desta faixa etária (mais de 1 em cada 5);
- A taxa de pobreza geral subiu para 17%;
- Uma em cada 10 pessoas com emprego, não escapa, inexplicavelmente, à situação de pobreza.
Neste contexto,
- As Famílias monoparentais têm sido as mais castigadas (31,2%);
- E a Taxa de Intensidade de Pobreza só entre 2021 e 2022 subiu de 21,7% para 25,6%!
Que País maravilhoso este que estamos a construir para os nossos descendentes…
Das muitas análises possíveis -que os que têm estado implicados nisso e os seus seguidores, não gostam de ler ou de ouvir - e das variadas explicações [que incluem impreparação e irresponsabilidade, de grande parte dos titulares dos cargos] será, nomeadamente, o diferencial entre o aumento dos salários (de 35%, de 2015 a 2023) quando confrontado com o aumento, nesse período de análise, de 106%, nos custos de habitação. Que monstruosidade!
A habitação é “a telha” que separa os pobres assim, dos sem-abrigo, ainda mais pobres!
!… Só que estamos a falar de uma situação absolutamente preocupante que nos devia envergonhar a todos e que coloca muita gente ligada à Política para viver bem, como os que se apelidam de “inteligentes inúteis”, que começam por conduzir “a máquina de criar pobres”, para prosseguirem para experiências mais rentáveis, acompanhados dos seus séquitos…!
Haverá pessoas honestas no meio de tudo isso, claro. Até conheço alguns. Mas começam a ser as exceções. A pobreza não dá votos, a riqueza, essa sim até os “compra”…
O não aquecimento das casas está considerado como o pior da Europa (repito, o pior da Europa) vejam bem, num clima de sol que compara com as suas zonas geladas durante grande parte do ano.
Sobe exponencialmente a busca de alimentação junto do Banco Alimentar Contra a Fome, com o incremento, que nos deixa incrédulos, de empregados e de crianças.
A nossa realidade, no que respeita à pobreza, é intolerável, com a agravante de ter deixado de ser conjuntural e já ser estrutural.
Naturalmente, à vista de todas as pessoas de bem e honestas e preocupadas com os seus concidadãos -das que existem sem interesses, até anonimamente- ressalta a degradação extravagante da qualidade de Vida.
Pedem-se, por isso, clarificações a esta gente, que invocando Abril, repetidamente, na sua generalidade, não sabem o que isso é, nem encontram esse objectivo (do aumento da pobreza) em nenhum dos documentos do MFA!
Haja aprumo ético! Acabem as promessas vãs! Deixemo-nos de tretas!
Luís Pais Amante