A Educação
Tenho escrito - e pensado muito - sobre a temática da Educação, lactu senso considerada; acima de tudo porque é neste nosso sistema educativo que tive os meus filhos e que, agora, tenho os meus netos, em vários níveis, já.
As minhas conclusões levaram-me a expressar um enorme desencanto pelo “estado desta nobre arte de ensinar e de aprender”, pelo modo quase arregimentado como se tem passado, ano após ano, sem se resolverem os problemas, sendo alguns de lana caprina, mas outros com impactos brutais na criação de uma Juventude saudável, culta, empenhada, ocupada, capaz de saber produzir as alterações - muitas - que o nosso País precisa e que tardam demasiado a chegar.
Acho que os problemas [a partir de certa altura] passaram a ser mais políticos do que outra coisa qualquer, sinceramente. Tipo birra, daquelas que nos saem caras.
Caso contrário não teríamos uma plêiade de gente diferente a não saber querer resolver um problema a que chamo já “chaga nacional”!
Outros, até, que mudaram de opinião de um dia para o outro…
Mudaram-se Governos vários e o diacho da Educação lá continuava na mesma: sem arte na negociação, canalizando-a só para a discórdia; com alegações de sem dinheiro para pôr no problema; sem respeito nenhum por um Direito que até é Constitucional…
Sim, a nossa Constituição prevê no seu art. 74: “Todos têm direito ao ensino com garantia do direito à igualdade de oportunidades de acesso e êxito escolar”.
E, se assim é, devemos - mais próximo do que longe - chegar ao momento de pedir contas a todos aqueles a quem pagámos para tratar dos problemas básicos do nosso País, que se tenham mostrado relapsos, como se faz nos países adultos.
Não é mais possível permanecer a sucessão dinástica das ideias, o controle nefasto do pensamento crítico, a permanência de um estado de “tudo à bulha”, com os Alunos a roçar as calças e as saias nas escadas dos Estabelecimentos de Ensino, os Professores em autocarros pró trabalho ou pra Lisboa, os Funcionários aborrecidos por falta de motivação e os Pais sem saber bem o que fazer, p’além de pagar impostos. Se a Educação está tão em perigo nesse mundo em guerra, porquê imitarmo-lo cá, em paz. Seremos masoquistas?
A paz que é preciso (urgente) trazer à Comunidade Educativa (toda); dar fio condutor lógico ao ensino e empenho ao enriquecimento curricular…e cívico; e dar estabilidade às Famílias.
E concordar que este desiderato não pode ser visto, nunca, como um custo, mas sim como um investimento existencial.
!… e, já agora, transferir orçamento para as novas responsabilidades dos Municípios, sobre a matéria, o que estes não podem deixar de exigir, para poderem garantir qualidade …!
A instabilidade na Educação é mesmo crítica para o nosso País e para o nosso futuro próximo.
Luís Pais Amante