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sexta-feira, setembro 27, 2024

A Batalha do Buçaco relatada por um ajudante de campo de Massena


Naquele dia 27 de Setembro deu-se a maior e mais sangrenta batalha travada em Portugal durante a Guerra Peninsular. 

Depois de terem invadido Portugal por duas vezes, em 1807 e 1809, os exércitos napoleónicos, comandados pelo Marechal Massena, voltaram, no Verão de 1810, a atacar as nossas fronteiras.

As tropas francesas entraram em Almeida em Julho de 1810, depois de terem tomado Ciudad Rodrigo. No âmbito do plano de defesa da península, as tropas aliadas comandadas pelo General Wellesley, Duque de Wellington, e compostas por soldados ingleses e portugueses, tinham já iniciado a construção das Linhas de Torres, cujo objetivo era a defesa da cidade de Lisboa. A marcha dos franceses com destino a Coimbra, foi interceptada por Wellington no Buçaco. 

Aceda AQUI ao relato de Marbot, na altura segundo ajudante de campo e mais tarde general. Pode também LER AQUI outros apontamentos que o Penacova Online tem vindo a publicar sobre a Guerra Peninsular.


sexta-feira, setembro 13, 2024

Invasões Francesas: para lá do "espectáculo da batalha", o horrível sofrimento do povo anónimo das nossas terras

Na diocese de Coimbra, em 290 paróquias, apenas em 26 delas não terão entrado os franceses, principalmente aquando da retirada em Março de 1811. Os cálculos das mortes estão subestimados, mas, no mínimo, três mil pessoas foram assassinadas e em consequência da epidemia que se seguiu teriam morrido também 35 mil habitantes da nossa diocese. 

Veja-se com atenção o quadro que elaborámos, demonstrativo das mortes, pilhagens e destruição no concelho de Penacova com base nos relatórios paroquiais que consultámos no Arquivo da Universidade de Coimbra: 

Afirma a historiadora Maria Antónia Lopes, historiadora e professora na Universidade de Coimbra, que “nunca mais a população portuguesa voltou a sofrer tanto como na terceira invasão francesa” – 

Em Maio de 2021 esta investigadora concedeu ao Diário de Notícias uma entrevista que sintetiza esta tragédia da nossa história. Passaremos a transcrevê-la:


 Nunca mais a população portuguesa voltou a sofrer tanto como na terceira invasão francesa” – afirma a historiadora Maria Antónia Lopes

ENTREVISTA LEONÍDIO PAULO FERREIRA

Diário de Notícias Terça-feira 4/5/2021 15

Das três invasões ordenadas por Napoleão a Portugal, a terceira, em 1810-1811, comandada pelo marechal Massena, é tida como a mais terrível para os portugueses. O que a distingue das anteriores?

Foi, sem dúvida, a mais terrível pelo número de assassínios, violações e maus-tratos infligidos à população civil, destruição de campos agrícolas e aldeias, pilhagem sistemática das cidades e vilas, fugas em pânico de multidões.

O que a distingue? A política de terra queimada ordenada pelos ingleses: evacuação total das povoações com destruição de searas, moinhos e tudo o que não pudesse ser transportado, para vencer os invasores pela fome. Agora imagine-se a violência de um exército esfomeado, a deitar mão a tudo o que pode e a perseguir os/as camponeses/as que encontra para que revelem onde esconderam os víveres. Um médico de Leiria refere-se ao “horroroso quadro, quando voltei para este desgraçado território: aldeias desertas, todo o território inculto, uma solidão espantosa, não aparecendo nem quadrúpedes nem voláteis, casas incendiadas ou derrotadas, imundícies amontoadas, vivos agonizantes, esqueletos ambulantes formavam então um espetáculo estranho, pavoroso e mortificante”. Seguiu-se a epidemia e os preços dos géneros dispararam. Só muito lentamente a situação se normalizou. Nunca mais a população civil portuguesa voltou a sofrer assim. Por isso as invasões persistem na memória popular. Cresci [no norte da Beira Alta] a ouvir contar histórias “dos franceses”. A dimensão da tragédia que se viveu em toda a região centro não tem sido devidamente realçada pela historiografia.

A região de Coimbra, e o centro do país em geral, foi a mais afetada pela guerra, mas não a cidade, certo?

Em 1 de outubro de 1810, quando os franceses entraram em Coimbra depois da batalha do Buçaco, encontraram a cidade deserta, evacuada por ordem de Wellesley. Foi saqueada pelas tropas invasoras durante três dias, até ser reconquistada pelas milícias comandadas pelo coronel Trant. Só a universidade escapou parcialmente, protegida pelos cuidados dos oficiais portugueses que integravam o exército napoleónico. Nem as residências mais humildes foram poupadas. Às pilhagens dos franceses seguiram-se as do povo que voltara e as dos refugiados. Em inícios de 1811 viveu-se na cidade um cenário dantesco. Os habitantes de Miranda do Corvo, Lousã e vizinhanças até ao rio Alva haviam sido obrigados a retirar para norte do Mondego e acorreram a Coimbra. Os dirigentes da Misericórdia registam em ata tratar-se de “uma calamidade incomparável, de que não há memória nos séculos passados”. Em dezembro de 1811, o provisor da diocese de Coimbra afirma que a miséria é geral pois em “290 paróquias, apenas contará 26 delas onde não entrasse o inimigo”. Segundo os seus cálculos, morreram às mãos dos soldados 3 mil pessoas e em consequência da epidemia que se seguiu teriam falecido, no mínimo, 35 mil habitantes da diocese. Os cálculos das mortes estão subestimados. Já contabilizei 3305 civis assassinados, representando as mulheres quase 30%, e as fontes estão incompletas. Também não estará muito empolado o número de mortos por doença. Na Figueira da Foz, onde não houve assassínios porque os invasores não passaram por aí, terão sucumbido na epidemia umas 4 mil pessoas, entre naturais e refugiadas. Contudo, a julgar pela distribuição dos auxílios em 1811, a devastação foi muito maior nos atuais distritos de Guarda, Leiria, Santarém e Cas-telo Branco. O assunto carece de investigação.

A violência pior contra civis aconteceu durante a invasão ou já aquando da retirada, quando as forças luso-britânicas do general Wellesley, futuro duque de Wellington, se mostraram superiores às francesas?

A violência contra os civis aconteceu desde o início, agudizou-se quando os franceses estiveram imobilizados nas linhas de Torres Vedras e ainda mais na retirada, a partir de março de 1811. Durante a permanência nas Linhas de Torres, a pilhagem foi organizada pelas chefias em larga escala e em zonas distantes. Quando retiraram, desesperados pela fome, buscando mais a sobrevivência do que o combate, os soldados intensificaram as atrocidades. A 19 e 20 de março, sem encontrarem nada para comer, espalhavam-se por Pinhanços, Sandomil, Penalva do Castelo, Celorico da Beira, Vila Cortês, Vinhó, Gouveia, Moimenta da Serra, etc.

Os chefes militares franceses mostraram-se incapazes de controlar assassínios, violações e pilhagens pelos soldados? Tentaram, pelo menos?

Nas memórias que conheço de antigos oficiais franceses não encontro essa preocupação. Omitem-se homicídios, torturas e violações. E estas aconteceram em massa. Quanto às pilhagens, eram imprescindíveis e podiam ser planificadas superiormente, como relata, por exemplo, o general Marbot. Mas os militares aliados também pilhavam. Segundo uma testemunha de Arganil, “por onde passou a tormenta nada absolutamente ficou, nem de mantimentos, nem de carnes, nem de hortaliças. E se alguma coisa escapou ao inimigo, o limpou a nossa tropa e assim mesmo os pobres soldados vão mortos de fome”.

É verdade que a destruição foi tanta que, no âmbito da estratégia geral de combate a Napoleão na Europa, a Grã-Bretanha teve de enviar ajuda humanitária para o seu aliado

Sim, a tragédia suscitou uma campanha de auxílio na Grã-Bretanha, onde o parlamento e a população arrecadaram mais de 60 milhões de réis destinados às vítimas portuguesas da terceira invasão. Para organizar a repartição das verbas, foi constituída uma comissão central em Lisboa, a Junta dos Socorros da Subscrição Britânica, dirigida pelo cônsul inglês. O donativo foi distribuído pela população miserável (dinheiro e pano para roupa), por lavradores para sementeiras e por instituições de assistência.

A imagem de Napoleão foi manchada irremediavelmente no imaginário popular, apesar de alguns nas elites defenderem as suas ideias, depois desta terceira invasão?

Sem dúvida, era inevitável. Surgem por todo o lado folhetos que o diabolizam e isso foi alimentado e aproveitado pelas forças políticas conservadoras. Mas parte das elites estava conquistada pelas ideias políticas liberais, que eram também, não esqueçamos, as dos aliados ingleses.

O povo sentia-se abandonado pela família real, que a primeira invasão napoleónica, em 1807, tinha levado a embarcar para o Brasil?

A avaliar pelos relatos das testemunhas e as petições das vítimas, não era assunto que as preocupasse. Referiam-se à tragédia sem invocar as causas da invasão nem cenários que a tivessem impedido. Era como se de um terramoto se tratasse, sem outros responsáveis que não a própria catástrofe. 

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Penacova vai, mais uma vez, recriar alguns episódios da Guerra Peninsular ocorridos às nossas portas. Que além do enaltecimento da vitória anglo-lusa no Bussaco, nos lembremos também do "desgraçado" povo humilde do nosso concelho, dos familiares remotos de muitos de nós que foram assassinados, que viram as suas casas incendiadas, que ficaram sem os seus escassos víveres, que viram o património religioso roubado e profanado...


domingo, setembro 27, 2020

Os 210 anos da Batalha do Bussaco

Um ano diferente para o projeto " Caminhos da Batalha do Bussaco" - podemos ler hoje na página do Município. "Este ano não tivemos os nossos passeios encenados, as nossas atividades que de forma diferente tentam levar de uma forma lúdica e cativante a história da Batalha do Bussaco e a sua importância nesta região. Este vídeo é uma retrospetiva do nosso trabalho até aqui realizado, mas é também uma homenagem ao grande responsável pela existência deste projeto. Em memória do "General" Luís Rodrigues."


No entanto, desenvolveu-se um programa que começou em Penacova , onde o Presidente da Federação Europeia das Cidades Napoleónicas, Charles Bonaparte, foi recebido pelo Presidente da Câmara, Humberto Oliveira.

A visita ao Centro de Interpretação “Mortágua na Batalha do Bussaco”, no Município de Mortágua, foi outro ponto.

De referir também que o Presidente da Federação Europeia de Cidades Napoleónicas, Charles Bonaparte, descendente de Napoleão Bonaparte plantou, uma oliveira na Mata Nacional do Bussaco, símbolo da Paz. Um ato de duplo significado: celebrar o Dia da Cooperação Europeia e marcar a integração do projeto europeu Interreg NAPOCTEP na Federação Europeia das Cidades Napoleónicas.

Além da assinatura do Protocolo de integração teve também lugar a apresentação de um vídeo promocional do projeto NAPOCTEP, “De Almeida ao Bussaco: na Rota das Invasões Francesas"









FONTE: Município de Penacova e CIM - Comunidade Intermunicipal Região de Coimbra

quarta-feira, setembro 27, 2017

Batalha do Bussaco foi há 207 anos

Muito se escreveu sobre a célebre Batalha do Bussaco. Em jeito de efeméride, aqui fica um mapa retirado do 3º volume de uma extensa obra sobre a Guerra Peninsular:
v. 1. 1807-1809. From the treaty of Fontainebleau to the Battle of Corunna.
v. 2. Jan.-Sept. 1809. From the Battle of Corunna to the end of the Talavera campaign
v. 3. Sept. 1809-Dec. 1810. Ocaña, Cadiz, Bussaco, Torres, Vedras.
v. 4. Dec. 1810-Dec. 1811. Masséna's retreat, Fuentes de Oñoro, Albuera, Tarragona.
v. 5. Oct. 1811-Aug. 31, 1812. Valencia, Ciudad Rodrigo, Badajoz, Salamanca, Madrid.
v. 6. Sept. 1, 1812-August 5, 1813. The Siege of Burgos; the Retreat from Burgos; The Campaign of  Vittoria; The Battles of the Pyrenees.
v. 7. August 1813-April 14, 1814. The capture of St. Sebastian; Wellington's invasion of          France;battles of the Nivelle, the Nive, Orthez and Toulouse


Duque de Wellington
(gravura publicada no referido livro)


segunda-feira, setembro 21, 2015

As Vésperas da Batalha do Bussaco descritas por Simões de Castro


Muito se escreveu (e se escreve ainda hoje) sobre a Batalha do Bussaco. Muitos e muitos  relatos ficaram registados quer pela mão de franceses, quer de ingleses e portugueses. O texto que se segue,  não trazendo nada de novo, tem no entanto a particularidade de ter como autor Augusto Mendes Simões de Castro  que,  como todos os penacovenses sabem, deu origem à designação do Penedo do “Castro” outrora conhecido por Penedo da Cheira. Simões de Castro deixou muitas obras entre as quais o “Guia Histórico do Viajante do Bussaco” onde dedica um capítulo àquele acontecimento militar que marcou a nossa região, o país, e mesmo grande parte do “mundo ocidental”.

O capítulo começa com uma sextilha de Delfim Maria d’Oliveira Mata:

Aqui a águia vencedora,
Ofuscar seu brilho de outrora
Por nossas armas já viu.
-Empolgava quasi a Europa
Mas à forte lusa tropa
O colosso sucumbiu.

Escreveu Simões de Castro na parte inicial do capítulo em causa:

“Junto dos muros do Bussaco se feriu no dia 27 de Setembro de 1810 uma famosa batalha, em que o exército anglo-luso, sob o comando de lord Wellington, ofuscou pela primeira vez a glória militar do afortunado e célebre Massena - o filho querido da Vitória, como lhe chamava Napoleão.
 
Havendo as tropas francesas invadido por duas vezes o nosso pais, sem que obtivessem vantagem decidida, a primeira em 1807 capitaneadas por Junot, e a segunda em 1809 por Soult, resolveu Napoleão mandar de novo invadir Portugal por um grande exército sob o comando do marechal Massena, que efectivamente transpôs a nossa fronteira em Agosto de 1810, depois de tomar Astorga e Ciudad Rodrigo.
 
Era Massena precedido pela grande fama de seus esplêndidos feitos militares; alcançara vitórias assinaladas, e ufanava-se de ter salvado a França com a batalha de Zurique, que havia ganhado contra os russos, e com a memorável defesa de Génova, com que facilitara a Napoleão a passagem dos Alpes. Trazia consigo generais de grande perícia; e suas tropas eram numerosas, aguerridas e valentes. Os nossos soldados eram em menor número, grande parte recrutas, que nunca se tinham encontrado em campo com o inimigo. Bem desigual era pois o partido; todavia os brios da nação tudo supriram, e o Filho Querido da Vitória, que segundo a linguagem soberba de Napoleão, vinha arrojar Wellington para o Oceano, teve de se reconhecer vencido e de evacuar o país depois de muitos revezes.
 
Entradas as tropas francesas em Portugal, o seu primeiro passo foi o cerco de Almeida. Uma terrível explosão, sucedida nos armazéns de polvora d'esta praça no dia 26 do dito mês de Agosto, obrigou a guarnição a capitular.
 
Tratou Massena imediatamente de dispor as coisas para realizar o seu plano de invasão, e ordenou aos diversos corpos do seu exercito fizessem colheitas e se provessem de viveres para dezassete dias - tempo que calculara o necessário para a conquista de Portugal.
 
No dia 20 de Setembro acamparam as tropas junto de Viseu. Esta cidade fora abandonada pelos habitantes, e Massena, encontrando-a deserta, ficou surpreendido e viu transtornados seus planos; pois não só esperava que o povo português o receberia bem, mas contava por consequência encontrar facilmente os necessários recursos para o exército prosseguir sem embaraço na sua marcha até Lisboa.
Convocou Massena os oficiais de estado maior, e alguns portugueses que trazia consigo, para o instruírem da estrada que mais conviria seguir em direcção a Lisboa, e deliberou que se marchasse pela de Tondela e que em Santo António do Cântaro se atravessasse a serra do Bussaco.
 
No dia 25 pôs-se todo o exército em movimento, e veio acampar em Tondela e cercanias. Encontrou esta vila deserta e completamente desprovida de mantimentos.
No dia 26 continuaram as tropas a sua marcha. Na ponte do Criz achou a vanguarda alguma resistência por parte dos aliados, mas depois de ligeiro combate abandonaram estes a ponte, deixando-a cortada. Repararam- na logo os Franceses e por ela pôde passar a artilharia; a cavalaria e infantaria passaram num vau pouco acima da ponte.
 
A vanguarda dos aliados continuou a afastar-se até Santo António do Cântaro, e neste ponto opôs forte resistência. Viram os franceses que lhes era impossivel vencer esta posição, e ao mesmo tempo descobriram uma força superior sobre a montanha do Galhano. Fizeram então reconhecimentos para todos os lados, mas foram rechaçados sucessivamente.
 
Nessas circunstâncias participaram a Massena (que havia ficado muito para trás) que os aliados se opunham à passagem da montanha com forças consideráveis.
 
Veio Massena reconhecer a posição, e seguidamente perguntou ao general Pamplona se julgava que os aliados ofereceriam batalha. Respondeu este que sem dúvida, visto como sobre a montanha se descobriam forças tão consideráveis. 

Disse então Massena, convencidíssimo e em tom de oráculo: — «Eu não me persuado que Lord Wellington se arrisque a perder a sua reputação; mas se o faz, je le tien: demain nous finirons la conquête du Portugal, si en peu de jours je noyerai le léopard.»
Mal diria Massena que dentro de poucas horas haviam as coisas de suceder tanto pelo contrário do que esperava!

terça-feira, junho 21, 2011

Vertebrados da Serra do Buçaco e áreas envolventes objecto de estudo de Milena Matos

No dia 28 Junho, Milene Matos, bióloga da Universidade de Aveiro, vai apresentar a tese de doutoramento, intitulado "Diversidade de Vertebrados na Serra do Bussaco e áreas envolventes". Um trabalho científico de 6 anos que demonstra o importante valor conservacionista da Mata do Buçaco e aborda o tema da conservação da biodiversidade nesta região. As provas são públicas, portanto fica o convite para quem quiser assistir.
Milene Matos participando num Seminário da Fundação Mata do Buçaco

terça-feira, outubro 19, 2010

Arthur Wellesley e as Invasões Francesas foram relembradas em Lorvão

Imagens da Conferência e do
descerramento da lápide
(Fotos originais de Mauro Carpinteiro / Arranjo de Penacova Online)
A Associação Pró-Defesa do Mosteiro de Lorvão, com o apoio da Junta de Freguesia e da Câmara,   associou-se  às comemorações dos 200 anos da Batalha do Bussaco.  

No sábado, realizou-se naquela Vila uma conferência sobre “As invasões francesas e o Mosteiro de Lorvão”, presidida por Regina Anacleto, professora jubilada da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Além disso, teve lugar o descerramento de uma lápide comemorativa no edifício onde o general  Wellesley e o seu Estado Maior estiveram alojados.

De referir que também no nosso concelho, se   localizou o Posto de Comando do Duque de Wellington, na parte mais alta da serra do Bussaco, tendo sido daqui que o Comandante do Exército Luso-Britânico observou o combate de Santo António do Cântaro.

QUEM FOI ARTHUR WELLESLEY, DUQUE DE WELLINGTON?
Podemos ler no site da Câmara Municipal o seguinte:
"Arthur Wellesley, Duque de Wellington foi um célebre general e político inglês com um papel determinante na Guerra Peninsular. Nasceu em Dublin a 30 de Abril de 1764 e viria a falecer em Walmer Castle a 14 de Setembro de 1852.
Em 01 de Agosto de 1808, o exército britânico por si comandado desembarcou em Lavos (Figueira da Foz) e, ao longo das duas primeiras invasões, desempenhou uma acção decisiva para a vitória das tropas anglo-lusas. Na Primavera de 1810, Napoleão ordena nova invasão, a terceira, que se inicia por Almeida. André Massena, avança com os seus 65 000 homens até ao Bussaco, em cujas proximidades se encontrava o exército anglo-luso.
A 20 de Setembro, Wellesley envia, a partir do Mosteiro de Lorvão, onde havia passado a noite, diversas missivas. No dia 21, as forças do General Hill atingem o Rio Alva, tendo sido chamadas, juntamente com a divisão portuguesa do General Leith para o Bussaco. As forças anglo-lusas ocuparam a Serra do Buçaco da seguinte forma: em Nossa Senhora do Mont'alto encontravam-se cinco companhias da Leal Legião Lusitana; o corpo do General Hill, compreendido por uma divisão inglesa e uma divisão portuguesa, ocupava todo o Alto da Chã, compreendido entre as estrades Gondelim - Casal e Gondelim - Palmazes, passando, esta última na Portela de Oliveira; a divisão de Leith estava dividida em duas facções: ala direita junto à Portela de Oliveira, sobre o caminho que liga Alcordal a Midões e, a ala esquerda, mais afastada, nas proximidades de Santo António do Cântaro. A sul da povoação de Cerquedo, colocavam-se a divisão Picton e a divisão Spencer. Foi à sua direita que Wellington se instalou, no dia 27 de Setembro, durante a Batalha do Bussaco, que as tropas anglo-lusas viriam a vencer exemplarmente."

domingo, setembro 26, 2010

1810 - 2010 : duzentos anos depois, Batalha do Bussaco é assinalada com um programa especial

UM POUCO DE HISTÓRIA

A batalha de Buçaco teve uma importância capital para o resultado da campanha pela acção moral que exerceu nos dois exércitos contrários.
O exército anglo-luso perdeu o medo às águias napoleónicas, que ameaçavam dilacerar a Península. Os ingleses reconheceram que os soldados portugueses eram dignos émulos no valor e brio militar, com os quais podiam e deviam contar. O moral do exército dos aliados foi exaltado.

Os franceses reconheceram que não eram invencíveis ao medirem-se com as tropas inimigas, que até então tinham em pouca conta. As desinteligências que lavravam entre os generais franceses mais se acentuaram; e a incapacidade de Massena, já apontada por Ney antes da batalha do Buçaco, tornou-se frisante. Massena sentiu-se golpeado no seu amor próprio: a Vitória abandonava o seu filho querido. E, quando este julgava fazer calar os descontentes e insofridos por um estrondoso triunfo, viu que, ao contrário, a sua derrota mais ia insuflar a
indisciplina dos generais seus subordinados. Não estava de todo perdido o exército, podia haver ainda
probabilidades de uma vitória; mas era preciso proceder com ponderação.

No Buçaco vira ele quanto Wellington. se soubera aproveitar das propriedades defensivas do terreno. Atacar novamente em terreno análogo seria uma temeridade, porque uma nova derrota poderia trazer consigo uma capitulação, mancha vergonhosa que viria empalidecer e murchar os verdejantes louros do herói de Rivoli, de Zurique, de Génova, de Caldiero e de Essling. Era necessário ser-se prudente,  ponderado.

A derrota do Buçaco cortou as asas a Massena e impediu que voasse até aos cerros de Alhandra, do Sobral de Monte Agraço, de Torres Vedras...

Continue a ler AQUI
Veja também site oficial das comemorações