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sexta-feira, outubro 18, 2024

Rota do Pão: da Aldeia do Sobral à Praia do Vimieiro

No dia 5 de Outubro foi inaugurada a Rota do Pão (PR6-Penacova), trajecto de traçado linear com cerca de 17 Km de extensão, que se inicia no Forno Comunitário da aldeia do Sobral. Daí,  segue para a Fonte do Castinçal, passa pela Fonte do Púcaro e atinge a Vila de S. Pedro de Alva. Depois, numa extensão de cerca de 5 km, por caminho florestal, dirige-se a Laborins. Seguindo a margem esquerda do Rio Alva, atinge a Praia Fluvial do Vimieiro, passando junto a terrenos agrícolas e moinhos, bem como pela Praia do Cornicovo. 


A "Comarca de Arganil" publicou ontem uma reportagem assinada por Alfredo Fonseca e que nós dá uma imagem do ambiente que se viveu neste dia que considera "memorável". Além de transcrevermos o seu texto, publicamos igualmente uma síntese das muitas fotografias que podemos ver na página do Facebook da União de Freguesias. 


"Foi sem dúvida um dia muito grande em eventos, pois logo pela manhã iniciava-se no Vimieiro uma monumental caminhada sob a égide da Rota do Pão, passando por Hombres, onde foi servido um pequeno almoço aos caminhantes, seguindo de-pois até ao Caçote, Bica e Cornicovo à beira do rio Alva, outro ex-libris da nossa Freguesia a jusante do Vimieiro que espera, na próxima época balnear, obter a Bandeira Azul na sua praia fluvial. 

A caminhada seguiu para Laborins, onde foi muito bem acolhida pala população local. Foram ainda à Maria Delegada, onde permanece uma moenda e casa do moleiro em bom estado de conservação. De Laborins seguiram para a povoação da Ribeira, passando nas alminhas da Servacã e pelo Vale acima em plena comunhão com a natureza, saboreando a beleza que esse vale nos oferece. 

Findo este percurso de elevado sentido histórico e pedagógico, a próxima etapa seria rumarem para a Fonte do Púcaro (um aprazível parque de merendas), aproveitado e embelezado pelo executivo municipal anterior, mas hoje já com alguns indícios de vandalismos praticados por alguém sem escrúpulos que estão sempre contra tudo e contra todos, até um dia serem apanhados na ratoeira. O tempo chuvoso, com aquela chuva de "molha tolos," aconselhava a não irem para lá e ficarem no salão polivalente da Casa do Povo a degustarem um maravilhoso porco no espeto. 

Mas o dia ainda era uma criança e mais eventos esperavam a comitiva e não só, pois para cumprir cabalmente a égide da Rota do Pão, nada melhor que ir inaugurar um forno comunitário, que foi construído na aldeia rural do Sobral (terra da naturalidade do nosso presidente da União das Freguesias de S. Pedro de Alva e S. Paio do Mondego, Victor Manuel Cunha Cordeiro), cuja obra deve ser enaltecida a todos os níveis até pelo que simboliza, pois daqui a alguns anos, a continuar assim, os mais jovens não sabem nem fazem ideia como nos tempos recuados se cozia o pão e muito especialmente a broa, que era a principal iguaria para matar a fome, colocada nas mesas dos agregados familiares. 

Todos os caminhantes rumaram para o Sobral. Alguns notava-se algum cansaço, mas com o apoio de um pau ou dois, não desistiram até chegar à meta dos mais de dezassete quilómetros. O Sobral nunca terá visto tanta gente dentro das suas fronteiras e havia fortes razões para que assim acontecesse. 

O espaço onde foi implantado o forno, foi oferecido por um familiar, herdeiro de Serafim Alves, que foi um bom e santo homem daquela comunidade e, por isso, foi descerrada uma placa dando o seu nome ao forno comunitário aquele espaço.

Estiveram presentes as altas esferas do Município. com o presidente da Câmara, Álvaro Coimbra, e todos os membros do executivo, o presidente da Assembleia Municipal, Humberto Oliveira, o presidente da Adelo, Mário Fidalgo, que financiou aquele empreendimento e muito mais entidades, a quem peço desculpa por não os nomear (única e simplesmente) porque não fixei os seus nomes.

Depois do descerramento da placa alusiva, dando o nome do saudoso Serafim Alves, usou da palavra o presidente da União das Freguesias, Victor Cordeiro, que com palavras amistosas e calorosas, cumprimentou e agradeceu todas às entidades presentes para quem teceu palavras ter-nas e de agradecimento. Seguiu-se Mário Fidalgo, que com muita destreza explicou que quando lhe chegou às mãos a candidatura daquele projeto não teve qualquer objeção em o aprovar dado que se enquadrava plenamente no âmbito da recuperação das aldeias rurais, como era o caso em apreço.

Seguidamente foi o presidente da Câmara Municipal, confessando-se rendido àquela obra ali erguida. Comungamos com ele quando se referiu às mulheres e jovens que voluntariamente se empenharam ali, não só na organização mas também na confeção daquele abundante repasto a que todos tiveram acesso, mas também a outro grupo que se dedicaram a aquecer o forno para cozer uma deliciosa fornada de broa, que foi saboreada quentinha, partida à mão como se impunha enquanto o pão estiver quente. A tarde já ia avançada e os visitantes e caminhantes começaram a afastar-se dando assim por findo este magnifico evento, que honra sobremaneira os seus autores, com especial destaque para o presidente da União das Freguesias, Victor Cordeiro. 

Mas o dia ainda era uma criança e outro evento nos esperava na Casa do Povo. Assim, promovido pelo grupo voluntariado comunitário do concelho de Penacova da Liga Portuguesa Contra o Cancro, foi leva-do a efeito um magnifico espetáculo que ficará gravado na nossa memória na qualidade de grata recordação. Este evento foi enriquecido com a preciosa colaboração da dona Natália Amaral, médica ginecologista e secretária geral do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro, a qual proferiu uma brilhante palestra aconselhando e incentivando as senhoras após atingirem os 50 anos a fazerem o rastreio do cancro da mama pois é fundamental para evitar males maiores. À voluntária Lígia Fonseca, coube a tarefa de fazer as apresentações e agradeceu a todos por terem vindo. Finda a palestra da dra Natália Amaral, que foi ouvida com muita atenção e agrado pela vasta plateia, foi oferecido a Saudade Lopes um lindo ramo de flores em agradecimento pelo brilhante trabalho que desempenhou quando liderou o grupo de voluntariado de Penacova.  Depois deu-se início a um magnifico "Café Concerto" à luz das velas, que nos proporcionou um maravilhoso momento musical com os encantadores fados de Coimbra, sublimemente cantados por uma jovem chamada Beatriz Villar, que não só cantou como encantou o vasto publico arrancando-lhe vibrantes aplausos num reconhecimento inequívoco de que o fado de Coimbra não é para ser cantado apenas por homens, pois a Beatriz demonstrou que pode e deve ser cantado também por senhoras. Foi acompanhada à viola por Diogo e à guitarra portuguesa por João Martinho, que com os seus vibrantes acordes, arrancaram do público prolongados aplausos. Momentos muito altos lá vividos foi quando a fadista Beatriz Villar pediu ao público que a acompanhassem em vários trechos da canção coimbrã que a aplaudiram de pé. Parabéns à organização de tão profícuo espetáculo e queremos mais. Assim terminou este dia memorável, que deverá ficar gravado a letras de ouro na história desta União das Freguesias de S. Pedro de Alva e S. Paio do Mondego. 
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sábado, setembro 21, 2019

Republicanismo em Penacova na vigência da monarquia

Neste edifício (foto da época) se reuniu (em 1908)  um grupo de republicanos
para formar a 1ª Comissão Republicana de Penacova

Em Penacova, as ideias republicanas foram ganhando força por acção de médicos e juristas, muitos deles formados na academia coimbrã. Também alguns emigrantes regressados do Brasil vieram engrossar as fileiras dos opositores ao regime monárquico.

Ainda na vigência da Monarquia, em 1908, constitui-se, primeiro, a Comissão Municipal Republicana, com sede em Penacova e, de seguida, o Centro Republicano de S. Pedro de Alva. Esta dinâmica culminou com o grande comício nesta freguesia, no dia 1 de Agosto de 1909, com a presença de António José de Almeida.

No dia 8 de Março de 1908 teve lugar uma reunião de republicanos ''no edifício onde funcionavam as fábricas[1] de José Pedro Henriques''[2], com o objectivo de fundar uma Comissão Municipal Republicana. Assim, da primeira comissão concelhia, passaram a fazer parte, como membros efectivos, Rodolfo Pedro da Silva, médico, José Alves de Oliveira Coimbra, comerciante, José Pedro Henriques, industrial e Amândio dos Santos Cabral, proprietário. Como suplentes: Manuel Correia da Silva, farmacêutico, António Maria, ferrador, Joaquim de Almeida Coimbra, comerciante, Joaquim Pereira Castanheira, comerciante, e Augusto Ferreira de Carvalho, farmacêutico.

A 14 de Março, o Jornal de Penacova, que à data já estava nas mãos dos republicanos, noticia aquela reunião e avança com uma relação dos inscritos, à data, no Partido Republicano:

Dr. Alípio Barbosa Coimbra, Dr. Rodolfo Pedro da Silva, José de Almeida Coimbra, Francisco de Almeida, Joaquim Pereira Castanheira, David Cordeiro de Brito, Albino Leonardo, Francisco Rodrigues da Silva, José António de Almeida Júnior[3], José de Matos Vieira, Augusto Ferreira de Carvalho, António Pedro Gonçalves, António de Matos Vieira, António Maria, Joaquim de Almeida Coimbra, João António de Almeida, José Joaquim Duarte Júnior, Vitorino de Almeida, Serafim José de Almeida, Francisco Duarte Almeida, José Pedro Henriques, José Alves de Oliveira Coimbra, Amândio dos Santos Cabral, Eduardo Pedro da Silva, José Augusto Ribeiro, José Esteves Viseu, Joaquim Serra Cardoso (que anunciará a implantação da República na manhã de 6 de Outubro), Manuel Correia da Silva, Luís Pereira de Paiva Pita, Alípio Carvalho, Aníbal Duarte de Vasconcelos, Alípio Lopes Flórido, António Joaquim Dias e Fernando da Assumpção.
Rodolfo Pedro da Silva

Em 1909 realizam-se as eleições para aquela Comissão, onde vamos encontrar nomes já conhecidos. Efectivos: José de Almeida Coimbra, José Alves de Oliveira Coimbra, Manuel Correia da Silva, Luís Pereira de Paiva Pita e Augusto Ferreira de Carvalho. Substitutos: dr. Alípio Barbosa Coimbra, dr. Rodolfo Pedro da Silva, José Pedro Henriques, Eduardo Pedro da Silva e Urbano Ferreira da Natividade.

Por sua vez, S. Pedro de Alva acabou por ser pioneira na criação dos Centros Republicanos a nível do concelho de Penacova. Em Junho de 1909 foi provisoriamente instalado o Centro Republicano naquela localidade. A inauguração oficial fora anunciada para o dia 1 de Agosto, coincidindo com a data do Comício. Da comissão instaladora faziam parte José de Almeida Coimbra, Eduardo Pedro da Silva (ambos cunhados de António José de Almeida), António Henriques da Fonseca Júnior, Francisco da Costa Gonçalves, José Maria Henriques, Joaquim Pereira Castanheira e Joaquim de Almeida Coimbra.

O novo Centro terá sido instalado num antigo edifício pertencente à família de António José de Almeida (onde hoje existe o Talho Abranches). Joaquim António Madeira ofereceu ''um belo quadro da República'', um outro com o ''notável Manifesto do Partido Republicano'' e ainda outro com os ''retratos dos deputados Republicanos''. Também foram oferecidos livros para a biblioteca por António Joaquim dos Santos, António dos Santos e José Madeira Marques. Este ofereceu, entre outras obras, Cartas Políticas de João Chagas e Pró-Pátria de Homem Cristo.

O Centro Republicano de S. Pedro de Alva irá, nos tempos mais próximos, exercer a sua acção política, cultural e cívica. Nesse sentido, achamos particularmente significativo o facto de Eduardo Pedro da Silva ter, em Outubro de 1909, apresentado uma moção, que foi aprovada por unanimidade, contra o assassinato de Francisco Ferrer[4], considerando aquele acto como ''o maior crime do século XX''. Em Abril de 1910 o Centro procedeu à escolha do delegado[5] ao 11.º Congresso do Partido Republicano Português que iria decorrer no Porto nos dias 29 e 30. Foi eleito, por unanimidade, António dos Santos Henriques, residente naquela cidade.[6]
José de Almeida Coimbra

As adesões sucedem-se. Angariadas por João António de Almeida, irmão de António José de Almeida e presidente da Comissão Paroquial Republicana de Paradela da Cortiça, temos: José Henriques Castanheira, comerciante e regedor, Joaquim Henriques Castanheira, proprietário, José Lourenço Rodrigues, barbeiro, José Neves Pinhão, carpinteiro, Joaquim Ferreira, serrador, António das Neves Carvalho, proprietário, todos de Paradela, e ainda Abel Mateus, da Cova do Barro.

Em Penacova, o Centro Democrático António José de Almeida, situado na Avenida 5 de Outubro,  só será inaugurado oficialmente já depois da queda da monarquia, no dia 1 de Dezembro de 1910. Discursou o Dr. Daniel Silva e foi descerrado um retrato de António José de Almeida (pintura a óleo) oferecido por Leonel Lopes Serra. O jantar de confraternização teve lugar ''no hotel da Sr.ª Altina Amaral.'' Foi também inaugurado neste dia, o sistema de iluminação pública a ''acetylene'', o que levou o Jornal de Penacova a reconhecer que ''com vagar embora, o progresso” ia “penetrando na nossa terra."
 . David Almeida
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Bibliografia:
ALMEIDA, David - Penacova e a República na Imprensa Local. Penacova: Câmara Municipal de Penacova, 2011.



[1] Muito provavelmente, ocupava o edifício onde funciona hoje a Escola Beira-Aguieira. Edifício que, segundo fotografias de 1909, já tinha a estrutura actual.
[2] Pedro Henriques & Cª, empresa que era detentora de uma fábrica de conservas e se dedicava também à indústria de palitos. Representou o distrito de Coimbra na Expo 1908, no Rio de Janeiro, conquistando medalhas de ouro e prata, pela qualidade dos seus produtos: palitos e azeite.
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[3] Irmão de António José de Almeida, bem como de João António de Almeida, que também consta da lista.
[4] Francisco Ferrer i Guardia, republicano catalão,  foi o fundador de um movimento de pedagogia libertária que deu origem à Escola Moderna. Os aspectos educacionais que defendia foram considerados "perigosos" para a aceitação social da autoridade e, em 1909, Francisco Ferrer foi preso na Catalunha, Espanha. Depois de julgado por um Conselho de Guerra foi executado em 13 de Outubro de 1909 na Fortaleza de Montjuich.
[5] Em 25 de Abril de 1910.
[6] Cfr. Jornal de Penacova, 30 de Abril de 1910.           

terça-feira, abril 30, 2019

Afinal a Igreja caiu ou não caiu?


É voz corrente que o actual edifício da Igreja Matriz de S. Pedro de Alva é o resultado do “acrescentamento de uma mais pequena, do século XV, destruída pelo sismo de 1755.” Assim se pode ler no sítio web [1] da Junta de Freguesia.

Também o “Inventário Artístico de Portugal” [2], no volume dedicado ao distrito de Coimbra, da autoria de Virgílio Correia e A. Nogueira Gonçalves, refere que “o edifício actual pertence a duas épocas: a capela-mor ao segundo quartel do séc. XVI e o corpo da igreja à segunda metade do séc. XVIII, por ter desabado o da época quinhentista, com o terramoto de 1755”. Nogueira Gonçalves foi padre, professor e Conservador do Museu Machado de Castro, sucedendo a Virgílio Correia naquele cargo. O trabalho destes dois investigadores é reconhecido como sendo modelar. No entanto, contrariando estas afirmações, deparámo-nos, há tempos, com a existência de um documento datado de 1756 que poderá pôr em causa a tese da destruição parcial da igreja na sequência do terramoto.

No rescaldo do forte abalo sísmico ocorrido em 1755, D. José I - com a colaboração de Sebastião José de Carvalho e Melo - mandou fazer um inquérito para ser enviado a todos os párocos do reino. Essas INFORMAÇÕES DOS PÁROCOS DE DIVERSAS REGIÕES DO PAÍS RELATIVAS ÀS CONSEQUÊNCIAS DO TERRAMOTO DE 1755 encontram-se arquivadas na Torre do Tombo, em Lisboa. Nem todos os vigários responderam mas, naquele conjunto de documentos, encontra-se o relato do pároco de Farinha Podre onde, o mesmo, escreveu: “Não houve ruinas algumas ainda nos edifícios de maior grandeza, como esta Igreja (Padroado Real) que pelo levantado, e majestoso de seu arco cruzeiro e capela-mor excede as mais deste arcediagado, obra antiga, de que não há memória, e só tradição ser fundada pelos Templários.”

Mais à frente, reforça o facto de não ter havido danos materiais: “É esta freguesia povoada só de lugares ou aldeias em um sítio vulgarmente chamado Casconha e como o terramoto não causou mais abalo, que horror e espanto, não houve providência alguma imediata.”
 


O documento tem a data de 15 de Maio de 1756. Mais tarde, em 1758, foi lançado um novo questionário, onde, além de outras questões, se perguntava novamente se a freguesia havia “padecido” de alguma “ruina no terramoto de 1755” e, no caso de ter existido, em quê e se estavam reparados os danos. Ora, também neste documento, nada se refere quanto ao pretenso desabamento da Igreja, e nem sequer se responde à questão 26, que dizia respeito às consequências do terramoto.

Se tivesse havido tão significativo estrago na Igreja Matriz o que poderia ter levado o pároco a não o comunicar, passado apenas meio ano? Por outro lado, em que fontes se terão baseado os autores do Inventário Artístico? Ficam as perguntas.
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[1] http://www.uf-spaspm.pt/
[2] Inventário Artístico de Portugal-Distrito de Coimbra, de Vergílio Correia (reorganizado e completado por A. Nogueira Gonçalves publicado pela Academia Nacional de Belas Artes em 1952.

quarta-feira, janeiro 23, 2019

Memórias da Beira Serra: gravuras do boletim “A Acção Regional” 1931-1934




De 1931 a 1934 publicou-se em Lisboa um boletim trimestral que tinha como título “A Acção Regional”. Dirigido por José Maria Dias Ferrão, assumia-se como órgão do Grémio Regionalista da Comarca de Arganil. Esta publicação teve a particularidade de apresentar um número significativo de fotografias de lugares e de actividades das gentes da região da Beira Serra com destaque para Arganil mas, abrangendo também Tábua, Vila Nova de Poiares, Pampilhosa da Serra, Oliveira do Hospital e Penacova.  
Seleccionámos algumas delas. Muitas dizem respeito à freguesia de S. Pedro de Alva. Destacaríamos a que retrata o Vimieiro e a que regista uma festa da catequese naquela vila. Também as do Preventório de Penacova (boletim de Outubro de 1934) se revestem de algum interesse. Todas as restantes apresentam também uma ou outra particularidade que, no nosso entender, justifica o seu resgate e a nossa análise e apreciação crítica.