sábado, outubro 05, 2024

No 5 de Outubro evocar António José de Almeida

A 31 de Outubro de 1937 era inaugurado em Lisboa o monumento a António José de Almeida, oito anos após a sua morte. Um projeto do arquiteto Porfírio Pardal Monteiro e do escultor Leopoldo de Almeida. 

A revista "Ilustração" publicou uma reportagem destacada sobre esta prestigiosa homenagem.

Durante o Estado Novo (1933-1974), o monumento acabaria por se transformar num local de "romaria" da oposição ao regime, em datas simbólicas como o 5 de outubro. Nessas ocasiões, a homenagem seguia muitas vezes para junto do jazigo de António José de Almeida no Cemitério do Alto de S. João.

Revista "Ilustração" nº 286, 16 de Novembro de 1937




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António José de Almeida nasceu em Vale da Vinha a 17.07.1866 e faleceu em Lisboa a 31.10.1929.

Formado em Medicina pela Universidade de Coimbra (1895) aderiu logo nessa época ao Partido Republicano e em 23 de Março de 1890 publicou na folha académica Ultimatum o artigo «Bragança, o último», que lhe custou a pena de três meses de prisão.

Exerceu medicina em Angola e depois, em São Tomé e Príncipe até 1903, após o que estagiou em Paris e regressou a Lisboa onde abriu o seu primeiro consultório, na Baixa, primeiro na Rua Áurea, que depois transferiu para Largo do Camões nº 6 – 1º (hoje, Praça Dom João da Câmara), onde ganhou fama de médico dos pobres.

A sua carreira política foi intensa. Começou por ser eleito deputado pelo círculo oriental de Lisboa (1906) e integrou a Maçonaria (1907) ainda antes da proclamação da República. 

Exerceu depois as funções de Ministro do Interior do Governo Provisório (1910-1911). Em 1912 fundou o Partido Republicano Evolucionista. Foi Chefe do Governo da chamada «União Sagrada» e Ministro das Colónias (1916-1917) e ainda Presidente da República (1919-1923).

É de destacar o seu papel na reforma do Ensino Superior, sobretudo no estudo da medicina e na criação das Universidades de Lisboa e do Porto, bem como a sua visita ao Brasil em Setembro de 1922 por ocasião do Centenário da  Independência daquele país, de que Luís Derouet fez reportagem: Duas Pátrias – O que foi a visita do Sr. Dr. António José de Almeida ao Brasil.

António José de Almeida colaborou em vários periódicos e fundou a revista Alma Nacional (1909) e o jornal República (1911). Em 1934, foram coligidos os seus principais artigos e discursos e publicados em 3 volumes sob o título Quarenta anos de vida literária e política

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