A Evolução da Albarda, in a Paródia, Julho de 1900 Gravura Col. Alexandre Ramires clique na imagem para ampliar |
Rafael Bordalo
Pinheiro deu o nome de Zé Povinho à figura simbólica (1875) através da qual
pretendeu captar a verdade íntima dos mais numerosos, pobres e anónimos
portugueses daquele seu tempo – recorda-nos Amadeu Carvalho Homem no seu
recente livro, Memorial Republicano, editado
pelo Município de Coimbra. Escreve também este autor: “O destino
do Zé Povinho foi adivinhado por Bordalo Pinheiro desde o primeiro esboço:
enquanto o mundo se transforma em mil novas mutações, o Zé, bem povinho e
ignaro, ‘fica sempre na mesma’".
No entanto, recorda ainda A. C. Homem, "é capaz de arregalar um olho de alimária à beira de um coice vingador. E, sobretudo na cerâmica de Bordalo, o famoso "manguito" dar-se-á como sinónimo de uma clarividência sem teoria, sim, mas apesar de tudo, sábia, no desvendamento, mais intuído que demonstrado, de cumplicidades pulhas, de poderes apodrecidos e de bastidores corruptos".
Deixamos aqui este cartaz que tem 112 anos...palavras para quê? Cada um fará a sua leitura e reflexão.
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