Os
Cantares do Ciclo Natalício vão estar em primeiro plano na agenda cultural dos
próximos dias. São já quatro as iniciativas programadas:
DIA 28 de
DEZEMBRO: na Igreja Matriz de Penacova, pelas 21 horas, vão actuar, além do
grupo organizador - Rancho Folclórico de Penacova, o Rancho Folclórico e
Etnográfico de Alfarelos e o Rancho Folclórico de Paranhos da Beira.
DIA 29 de
DEZEMBRO: na Igreja Matriz de S. Pedro de Alva, pelas 16 horas, integrado no
Concerto de Natal, o Rancho Folclórico da Casa do Povo vai
interpretar também Cantares do Ciclo Natalício. Neste evento actua ainda o
organista João Guerra e o Grupo Vocal Ancãble. Uma organização conjunta da
Paróquia, do Grupo Onda Jovem do Alva e do Rancho local.
No mesmo
dia – e à mesma hora – em Lorvão, tem lugar o XVI ENCONTRO DE CANTARES DO CICLO
NATALÍCIO, na Igreja do Mosteiro. Actuam o Grupo Etnográfico de Lorvão, o
Rancho Folclórico São Salvador de Grijó, o Grupo Típico de Ancã e o Rancho
Folclórico de Mundão.
12 de
JANEIRO: na sede do União Popular da Rebordosa, pelas 16 horas, “Cantar do
Natal aos Reis”. No encontro participam o Grupo Cultural Os Medroenses (Medrão –
Sta Marta de Penaguião), Grupo de Cantares do Grupo Folclórico “Cravos e Rosas”
(Oliveira de Azeméis), Cantadeiras da Alma Alentejana (Almada) e, por fim, o
Grupo de Cavaquinhos da Rebordosa.
Neste
tipo de cantares há “uma união do espiritual e do profano, em que se testemunha
uma dualidade/unidade de princípios, de valores e de receptividade geral,
vincada na exaltação, no humorístico, no satírico e no agradecimento, com votos
de felicidade, de bem-estar, de gratidão, de louvor ao Menino e de penhor à
pessoa" - escreveu Mário Nunes,
historiador e investigador das tradições populares, (e à data Vereador da
Cultura), aquando do lançamento de um CD, em 2008, pela Câmara de Coimbra.
Segundo aquele
historiador, falecido no Verão passado, a distribuição cronológica da
festividade principia nos cânticos de alegria e de elevação espiritual ao
Menino, entoados na noite de Natal e nos dias seguintes. No primeiro de Janeiro cantam-se nos adros e de porta em porta as "Janeiras", cantares populares, outrora preparados para os lavradores e pessoas ricas e de linhagem, tendo por motivo agradecer os benefícios recebidos ao longo do ano, desejar Ano Novo repleto de alegria e saúde aos proprietários e familiares e pedir, em recompensa, alguns bens alimentares para festejar o evento.
Nos Reis,
a 6 de Janeiro, a última fase do ciclo natalício, cultivam-se os mesmos
sentimentos, emprestando-se o entusiasmo e a saudação, algumas vezes
personalizados, ao Senhor da Casa e pessoas queridas. "Na ausência do
esperado agradecimento, isto é, não correspondido, materialmente, cantam-se
quadras, previamente escolhidas, em que o humor, a sátira e até o brejeiro
dirigidos aos donos, acompanham as despedidas e formalizam o desagrado do grupo
aos distinguidos com a saudação".
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