Parte final do Foral Manuelino onde se pode ler a data de 31 de Dezembro de 1513. |
Já nos referimos neste blogue, por diversas vezes, aos Forais de Penacova, em especial àquele com que o Rei Venturoso distinguiu estas terras "no derradeiro dia do mês de Dezembro" de 1513.
Transcrevemos hoje um excerto da nota introdutória à edição facsimilada, assinada pela Profª Doutora Maria Alegria Fernandes Marques:
"É
notório o interesse do poder local pelos aspectos históricos das suas
comunidades. E surge redobrado quando elas foram alvo da concessão de foral, em
um qualquer momento.
Essa
atenção pode justificar-se por muitas razões, mas há duas que convém registar,
muito particularmente. Referimo-nos à consciência da sua ancestralidade e
identidade e ao respeito pelos documentos da sua história.
Folhas XIII do Foral de 1513 |
Assim
o caso de Penacova, vila distinguida com dois forais um do rei D. Sancho I e outro
do rei D. Manuel. Se o facto de este concelho da beira do Mondego ser, sem
dúvida, depositário de uma história multissecular pois que, com toda a certeza,
o lugar existia em 1036, podendo, mesmo, ser herdeiro e continuador de outros,
mais antigos na região, e detentor de um património histórico, artístico e
cultural de um valor muito apreciável a começar pelo imponente e tão
significativo mosteiro de Lorvão, justificava, já de si, uma obra de pesquisa,
entendeu o poder autárquico actual fazer dedicar um estudo aos seus forais.
Assim,
tem este trabalho por fim a publicação fac-similada e o estudo dos dois forais
de Penacova. O primeiro, do mês de Dezembro do ano de 1192, havia de inserir-se
numa política de valorização do território, tão característica do rei Povoador,
o segundo, datado do último dia do ano de 1513, nasceu da grande reforma dos
forais levada a cabo no reinado do rei Venturoso.
D. Manuel I, o Venturoso |
No
intervalo, a vila de Penacova havia de conhecer o destino de tantas outras do
reino de Portugal: concedida a vários apaniguados régios, ao longo dos tempos,
no governo do Mestre de Avis, futuro rei D. João I, havia de conhecer a família
em cuja posse havia de persistir até ao fim do regime senhorial, em Portugal.
Então, era doada a Nuno Fernandes Cordovelos, em agradecimento daquele rei
pelos importantes serviços
e pelo apoio que esse seu vassalo lhe tinha prestado, quando ele lutara pelo
trono de Portugal, contra um partido adverso que tinha no poder castelhano a
sua cabeça e coração. Na sua família se manteria até à extinção dos forais."
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