Terá existido nos arredores de Penacova um mosteiro, que não o de Lorvão?
Esta hipótese é avançada por Maria Alegria Fernandes Marques na obra "Memória de um mosteiro: Lorvão, séculos IX-XII - História de uma comunidade masculina", editada recentemente pelo Município de Penacova.
Existem documentos de 998, relativos ao Mosteiro de Lorvão que indiciam a sua existência. Pouco se sabe desse "ignorado" mosteiro, mas sabe-se que era em "Villa Cova", não a Vila Cova doada pela condessa Onega ao mosteiro de Lorvão mas outra Vila Cova, próxima de Penacova. A primeira seria, segundo Nelson Correia Borges, na zona da Granja do Rio, a segunda localizar-se-ia na zona da actual Cheira ou perto do local onde hoje é o centro histórico da vila. Sabe-se que houve renhidas contendas entre o Mosteiro de Lorvão e essa Vila Cova, relacionadas com a delimitação de territórios.
O possível mosteiro poderá mesmo ter surgido na sequência de alguma "cisão" entre os monges. Dissidência motivada pelo modo de encarar as relações com os muçulmanos que à época dominavam Coimbra.
Entretanto, terá havido um incêndio (neste e não no de Lorvão) e os monges ter-se-ão refugiado "na torre de Miranda", que seria o castelo de Penacova (de acordo com Manuel Luís Real in "O Castro de Baiões terá servido de atalaia ou castelo, na Alta Idade Média"? Manuel Real entende, no entanto, que o mosteiro queimado teria sido o de Lorvão...
Este tema do mosteiro na Cheira, ou quem sabe em Penacova, oferece muitas dúvidas aos historiadores, mas não deixa de ser um elemento curioso para a história de Penacova na Alta Idade Média.
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