segunda-feira, agosto 24, 2020

Nos 200 anos da Revolução Liberal recordemos os Penacovenses que foram presos e fuzilados.



Hoje, 24 de Agosto de 2020, assinalam-se os 200 anos da Revolução Liberal que inaugurou um novo capítulo da História de Portugal. Novas ideias, novos caminhos que não foram fáceis de trilhar, que inclusivamente deram origem a uma Guerra Civil.

Antes de terminar o dia de hoje, recordemos o trágico episódio da “Queima da Pólvora” na Cortiça que acabou por trazer o luto ao nosso concelho humilhando aqueles que defendiam os ideais do Liberalismo.

Lembremos os nomes das pessoas da região que foram fuziladas em Viseu: António Homem de Figueiredo, da Cruz do Soito; António Joaquim, da Várzea de Candosa; Padre António da Maya, natural da Cruz do Soito, pároco de Covelo; Francisco Homem da Cunha e o irmão Guilherme Nunes da Silva, da Cortiça; José Maria de Oliveira, da Cortiça e, os irmãos Francisco de Sande Sarmento e Felizberto de Sande Sarmento da Carvoeira.

A feroz perseguição feita pelos Absolutistas conduziu à prisão e fuzilamento de muitos outros, alguns deles penacovenses: António Homem de Figueiredo e Sousa, da Cruz do Soito, irmão de D. Rita, mulher do capitão-mor José Félix, e este, irmão de Bernardo Homem; António Joaquim de Moura; António Francisco; António José de Frias, da Sobreira; António (Padre) da Maya, da Cruz do Soito; António Marques Guerra, dos Poços; António de Sousa Maldonado Bandeira; Bernardo Homem, da Cortiça (este nome consta da lista, mas haverá equívoco, pois ja estava preso, há muito, nas cadeias de Almeida); Francisco, filho de Bernardo Homem, da Cortiça; Francisco de Sande, da Carvoeira; Guilherme, filho de Bernardo Homem, da Cortiça; João Pereira Saraiva; Joaquim José Gonçalves; José Maria, filho de Bernardo Homem, da Cortiça; José Félix da Cunha Figueiredo Castelo-Branco, que faleceu nas prisões; José Henriques, de Farinha Podre, alfaiate; José Joaquim Pereira, de Farinha Podre; José Lopes; José de Loureiro e Almeida, de Farinha Podre; José Inácio Martins; José Maria de Figueiredo Castelo-Branco, filho do dito capitão mor José Félix da Cunha Castelo-Branco; José Maria de Oliveira, da Cortiça; Manuel Correia; Manuel Lourenço Gomes Cascão e Veríssimo Gonçalves.

De acordo com um historiador  “o despotismo raivoso encarcerou muita mais gente do que a constante da lista, com quanto não houvesse metido nem prego nem estopa na queima da pólvora”. 

Foi o caso de Francisco António da Assumpção, da Sobreira, de cuja prisão resultou perder a sua mãe o uso da razão; Maria Benedita e Maria Antónia, filhas de Bernardo Homem, bem como uma criada das mesmas; Ana Marques, da Cortiça, solteira; José Joaquim Pereira, de Farinha Podre, bacharel formado; Joaquina da Fonseca, de Farinha Podre, “e outras [pessoas], das quais umas não foram pronunciadas, mas outras, ou o fossem ou não, jazeram nas cadeias de Lamego até que esta cidade foi libertada.

4 comentários:

  1. o despotismo raivoso mutas vezes nao esta do lado que esta gente pensa

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  2. em geral esses que falavam em despotismo raivoso foram os semeadores das ideias como o stalinismo ,a maior organizaçao criminal conhecida

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    1. O liberalismo do século XIX não tem nada a ver com o estalinismo. Quem o afirma é alguém que foi professor de História durante 43 anos. Por muito que isso desagrade a muitos, o regime de D. Miguel foi uma forma de despotismo primário e dos mais violentos que existiram em Portugal. RUI CASCÃO

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  3. Um dos implicados na Queima da Pólvora Manuel Lourenço Gomes Cascão, meu parente muito afastado (primo em 5.º grau de meu tetravô paterno). Foi capitão de ordenanças. Nasceu na povoação do Coval, freguesia de Mortágua (22 de outubro de 1787) e faleceu (05 de novembro de 1832), como "preso político que estava na Cadeia da cidade de Viseu" [Registo Paroquial, freguesia de Mortágua, óbitos, 1830-1849, 0008. jpg]. O genro, Francisco José Nogueira Cordeiro Cascão, nascido no Barril, freguesia de Mortágua (1816), foi um ilustre democrata e republicano, "o valente lutador em quem se sintetiza a alma de Mortágua há cinquenta anos", como escreveu Manuel Ferreira Martins e Abreu, autor do opúsculo Coisas de Mortagua no ultimo quartel do seculo XIX (1889). Francisco Cascão foi pai do notável arquiteto Albano Cordeiro Cascão (nascido no Coval, 1845) que, entre outros trabalhos, executou o projeto da capela do Divino Coração de Jesus, mais conhecida por Capela dos Pestanas, no Porto. RUI CASCÃO

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