A apanha da azeitona é (era) uma das fainas agrícolas que mobilizava grande número de pessoas. As condições adversas em que antigamente decorria este trabalho (rigor do inverno, longas distâncias percorridas) deixaram na memória de muitos de nós - então crianças - uma penosa recordação.
Nalgumas regiões do país assistíamos a ranchos de pessoas oriundas de outras zonas à procura deste trabalho sazonal, hospedando-se em barracões sem o mínimo de condições. Do nosso concelho partiam muitas pessoas para esse trabalho. Eram despertados, manhã cedo, pelo som de um búzio e por vezes também a hora das refeições era assinalada por este sinal. Entre nós, não propriamente o búzio, mas um corno de boi, anunciava a partida do grupo de trabalhadores para mais uma jornada, que por vezes implicava calcorrear montes e vales em busca de oliveiras tresmalhadas.
A apanha da azeitona e a tecnologia tradicional do azeite em Portugal está, assim, envolta num conjunto de práticas, de usos e costumes, que de região para região apresentam peculiaridades que ainda hoje estão presentes na memória de muita gente.
Sobre este tema, deixamos aqui uma referência bibliográfica muito interessante:
Benjamim Pereira, Tecnologia Tradicional do Azeite em Portugal, Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, 1997
Rancho da Região de Idanha-a-Nova |
Região de Santarém (anos 50) |
Bragança (1971) |
Lagar do Pisão - Lorvão (anos oitenta) |
Lagar do Pisão |
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