Quanto à sua origem já não é assim tão consensual. Esta locução inglesa (norte-americana) é uma das mais controversas em relação à sua etimologia, tendo sobre o assunto sido já escritos imensos livros e artigos.
A explicação mais fundamentada defende que terá derivado de uma brincadeira jornalística, de um simples trocadilho. Em 23 de Março de 1839, num artigo publicado no ‘The Boston Morning Post’, a propósito de uma polémica local, apareceu a dado momento escrito "...et ceteras, o. k. [all correct]...", tal e qual assim. Tratava-se pois de uma piada editorial em que a expressão ‘O.K.’ era utilizada como abreviatura de ‘all correct’ pronunciado como ‘Oll Korrect’. De imediato entrou na linguagem coloquial da altura, tendo-se tornado, como agora se diz, viral.
Mas, muitas outras explicações têm sido invocadas:
Numas eleições americanas o candidato Martin Van Buren (1782-1862), nascido em Kinderhook, New York, tinha a alcunha de ‘Old Kinderhook’. Então, o acrónimo de ‘Old Kinderhook’ deu origem ao slogan da campanha, utilizando o ‘O.K.’ com duplo sentido, o de ‘all correct’/‘Oll Korrect’, e o de ‘Old Kinderhook’ que identificava o candidato.
Outra explicação remete para o mundo do telégrafo, em que, das estações, era enviada a mensagem telegráfica ‘OK’ para indicar que o comboio aí tinha passado sem problemas.
Outra hipótese vai no sentido de achar que a expressão se teria originado durante a Guerra da Secessão (1861-1865) em que era içada uma bandeira com os caracteres "OK", significando "0 Killed" (zero mortos), o que correspondia a dizer "tudo bem".
Há quem atribua também ao general Jackson os símbolos O.K. dado que os usava nos documentos públicos que aprovava. No entanto, não parece ser muito aceitável esta tese porque mesmo sabendo que Jackson não era muito culto, não seria assim tão ignorante ao ponto de pensar que ‘all correct’ se escrevia 'oll korrect’. Mas há quem defenda que o "O.K." tem a ver com os Choctaws [...] povo que viveu no Mississippi, tendo deles o General Jackson tomado a expressão.
Defendem outros que a locução teria nascido ainda no século XVIII, numa ordem de serviço de 6 de Setembro de 1780, em que se indicava como senha ‘RICHMOND’ e como contra-senha ‘O.K.’.
Outra teoria é a de que, quando começou a Guerra da Secessão (1861-1865), existia em Chicago uma firma conhecida como O. Kendall & Sons, liderada por Orrin Kendall, a qual começou a fabricar biscoitos para o exército, biscoitos que tinham gravadas numa das faces asletras ‘OK’, identificadoras da empresa.
Alguém defendeu que que a locução OK foi introduzida por escravos norte-americanos provenientes de África Ocidental, ou que vem do françês ‘aux quai’. ‘Aux Cayes’ (actualmente Les Cayes) é o nome de um porto no Haiti, que em crioulo haitiano se pronuncia precisamente Okay.
Outra versão situa a origem na Luisiana: durante a Revolução Americana, os soldados franceses aí
estacionados costumavam ir aos cais (aux quais) à procura de sexo com mulheres locais. Outra versão ainda, radica a origem da locução no mesmo lugar, mas derivaria de ‘au quai’ (para o cais) escrito nos fardos de algodão após estes eram aprovados pelo inspector.
Muitas outras palavras de línguas diversas têm sido propostas como origem de ‘Ok’.Nas línguas europeias é o caso, por exemplo, do escocês ‘och aye’ (Oh sim), do finlandês ‘oikea’ (correcto), do norueguês e dinamarquês ‘hah gay’ (pronto para acção), do alemão ‘ohne Korrektur’ (sem correcções, mas deste idioma, segundo alguns,poderia também provir de ‘Ober-kommando’ = Alto Comando ou de ‘alles korrekt’ = tudo certo), do grego ‘olla kalla’ (tubo bem). Alguns autores radicam mesmo a origem no latim, em ‘omnes korrecta’ (tudo correcto). Há atéquem considere que a expressão deriva do birmanês ‘hoak-keh’ (sim, é verdade).
Todavia, a grande maioria destas explicações não merece grande aceitação geral. O certo é que, passado bastante mais de século e meio daquele artigo de jornal - a verdadeira origem, para muitos - a expressão continua a ser usada em todo o mundo.
Todavia, a grande maioria destas explicações não merece grande aceitação geral. O certo é que, passado bastante mais de século e meio daquele artigo de jornal - a verdadeira origem, para muitos - a expressão continua a ser usada em todo o mundo.
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FONTE: "Repositório do conhecimento inútil", de Alvarinho Dias.
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