Capela do Mont'Alto - Penacova [PenacovaOnline_2016] |
Houve mesmo
quem defendesse que o feriado municipal deveria ser no dia 8 de Setembro dada a
importância que a romaria do Mont'Alto assume para as gentes de Penacova. Tal
pretensão não vingou mas isso não impede que muitos continuem a subir o
monte sobranceiro à vila, onde apesar de
escondida pela invasão dos eucaliptos se encontra a muito antiga capela que
acolhe a imagem de Nossa Senhora da Natividade.
Muitos
autores têm vindo, ao longo dos tempos, a escrever sobre este santuário mariano.
Em 1711, Frei Agostinho de Santa Maria e, mais perto
de nós, o Professor Nelson Correia Borges. Do livro Coimbra e Região (Novos Guias de Portugal, da Editorial Presença):
“A capelinha é um encanto
na sua singeleza de ermidinha bem portuguesa. Antecede-a um alpendre de seis
colunas toscanas do século XVII e em toda a volta tem um banco corrido, para os
romeiros se sentarem a saborear os farnéis.”
De acordo com as informações paroquiais de 1721, nesse tempo «os moradores da Vila de Botão e os de S. João de Figueira vinham todos os anos em procissão à Senhora do Mont’Alto em cumprimento de um voto antiquíssimo, trazendo as suas ofertas em tabuleiros à cabeça de donzelas."
De acordo com as informações paroquiais de 1721, nesse tempo «os moradores da Vila de Botão e os de S. João de Figueira vinham todos os anos em procissão à Senhora do Mont’Alto em cumprimento de um voto antiquíssimo, trazendo as suas ofertas em tabuleiros à cabeça de donzelas."
Diz-nos ainda
este historiador penacovense que, nos referidos documentos de 1721, podemos ler o seguinte:
“ao pé do monte, contam os naturais, nascem umas pedras redondas como seixos, as quais partidas, se lhe acha dentro outra pedrinha do tamanho e redondeza de uma noz, que com pouca violência se desfaz em pó, e este aplicado à enfermidade da asma é singular remédio e tanto que por singular é único de muitas partes deste Reino são procuradas, e como se fossem milagrosas saram os asmáticos e ficam de novo livres."
Como se aplicava o pó não o diz o Padre informador…mas quem subir ao santuário pelos caminhos tortuosos pode encontrar ainda alguns dos tais seixos…” - escrevia Nelson Correia Borges em 1987 na referida obra, acrescentando:
“ao pé do monte, contam os naturais, nascem umas pedras redondas como seixos, as quais partidas, se lhe acha dentro outra pedrinha do tamanho e redondeza de uma noz, que com pouca violência se desfaz em pó, e este aplicado à enfermidade da asma é singular remédio e tanto que por singular é único de muitas partes deste Reino são procuradas, e como se fossem milagrosas saram os asmáticos e ficam de novo livres."
Como se aplicava o pó não o diz o Padre informador…mas quem subir ao santuário pelos caminhos tortuosos pode encontrar ainda alguns dos tais seixos…” - escrevia Nelson Correia Borges em 1987 na referida obra, acrescentando:
“Hoje a
festa continua a realizar-se (…) mas os romeiros já não vêm de longe, nem
cantam no terreiro da capela as modas de outros tempos:
A Senhora do Mont’Alto
Mandou-me agora chamar.
Que tinha o seu manto roto,
Quer que eu lho vá remendar!
A senhora do Mont’Alto
Lá vai pelo monte acima,
Leva a cestinha no braço
Para fazer a vindima.
Ó Senhora do Mont’Alto,
eu não volto à vossa festa,
Que me tirais a merenda
E mai-la hora da sesta!
E mai-la hora da sesta!
Dizer que adorei nem preciso, o amigo sabe o muito que me liga ao texto. Fiquei emocionado. Abraços
ResponderEliminarP.T. Juvenal Santos