Não vou dizer que não gosto
mais de futebol, diria que já não sou mais tão apaixonado. Que ninguém me diga
que seria por causa da idade, porque os setenta anos me aguardam logo mais pelo
meio do ano, até porque há muito bom velhinho ainda morrendo por causa da
pelota a rolar pelos gramados.
Diria mais que se deve à violência das torcidas, se bem que isso é
apenas parte do problema. Acho que a perda da identidade entre jogador e clube
contribui muito mais para o desinteresse, tanto para o time do coração, como pela Seleção.
Antes os jogadores permaneciam muito mais tempo nas equipes (aqui
dizemos times), daí em seus países, e por consequência eram unanimidades
nacionais na Seleção. O craque era adorado, jogasse em que time fosse, na
Seleção virava deus. Hoje, há selecionado que mal sabemos por qual time teria
atuado no Brasil, há uns que foram levados ainda meninos.
Meu “gostinho” maior começou em Copa do Mundo de 1958, com os deuses
da bola, o jovem Pelé, Garrincha e Cia encantando o mundo. Repeteco em 1962
(Chile), com quase todos os mesmos “monstros”.
Em 1966, na Copa da Inglaterra, a bagunça começou na preparação
aqui, formaram umas quatro seleções, todo mundo botando o bico, sendo que
alguns jogadores entraram em campo somente com o nome, sem condições físicas,
como foi o caso de Garrincha e que Pelé foi caçado em campo. Mas isso é choro
de perdedor.
O que nos derrubou de forma contundente foi o timaço de Portugal,
jogando a melhor de suas copas com José Pereira, Morais, Baptista, Vicente e
Hilário; Jaime Graça e Mário Coluna; José Augusto, Eusébio, Torres e Simões.
O placar da Copa de 1966: Portugal 3 x 1 Brasil, com dois golos
(dizemos gols) de Eusébio, um de Simões,
e o nosso de Rildo.
Grande Eusébio, moçambicano nascido em 25 de janeiro de 1942, em
1960 foi levado para jogar no Benfica. O craque faleceu dia 5 de janeiro de
2014, causando uma grande comoção em Portugal e no mundo esportivo.
Dias depois, a nova alegria portuguesa tratou de aliviar um pouco a
dor, Cristiano Ronaldo, nascido em 5 de fevereiro de 1985, em Funchal (Madeira)
foi eleito o Melhor do Mundo.
Quando estive em Portugal em 2003, estava no lobby do hotel em
Leiria e via uma partida do campeonato português. Fiquei de boca aberta vendo
um jovem jogando pelo time de camisa verde (Sporting). Perguntei quem é, me
disseram, Cristiano Ronaldo. Falei para todos ouvirem, esse é craque. Fácil!
P.T.Juvenal
Santos – ptjsantos@bol.com.br
Excelente texto. Tambem me fez recordar a Copa de 58, a primeira vencida pelo Brasil. Em 1966, ouvi pelo radio, a vitoria de Portugal. Não havia ainda a transmissão pela TV.
ResponderEliminarEsse é meu pai o resto é resto
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