Em Cartas Brasileiras I, publicada neste blog em 3 de
setembro de 2012, que abriu o espaço para este brasileiro tão distante, falei
da ousadia em escrever as cartas, sabendo da existência de peculiaridade entre
“as nossas línguas”; tão iguais e tão distintas.
Dificuldades que podem dificultar o entendimento,
principalmente quando escrevemos utilizando expressões populares. Pouco sei das
expressões daí, como não sei quais daqui têm ai o mesmo entendimento. Na Carta
de hoje, escreverei utilizando em grande parte expressões populares daqui. Se
algumas não forem entendidas, poderei explicá-las, de bom grado, caso postem
comentários no blog. Vamos lá:
Era uma tarde "com sol de rachar mamona". Sentado
na arquibancada, enquanto aguardava a entrada do meu time em campo,
"peguei de orelhada" um "rabo de conversa" que vinha pelas
minhas costas. "Dei uma de migué", olhei para trás, eram pai e filho;
"cara de um focinho do outro". Sem querer "dar com a língua nos
dentes", diria que o fulano "falava pelos cotovelos", o jovem
"atento como coruja". A vida, dizia o pai, não estava para
"amarrar cachorro com salsicha", e "dar milho para
bode". E advertiu o filho:
"vai chover sopa e estará com garfo na mão”, “pego de calças curtas”. E
não me diga que estou “procurando pelo em ovo!” Parece que tem “minhoca na
cabeça”, “a república” está “uma zona”,
“de pernas para o ar”! E prosseguiu na bronca: “acertei na mosca” aqui, “te
peguei no pulo”, com a “boca na botija”.
Não estuda, se acha com "memória de
elefante", quando "cair na real" verá que "a vaca já foi pro brejo", não vai
conseguir "tirar leite de pedra. Para mim chega, “vou chutar o
balde", prometo, vou "chegar junto", não sou de ficar "cheio
de dedos" para mim foi "a gota d'água". "Vá lamber
sabão" e "pentear macaco". Ou acha que vou "pagar o
pato", enquanto o
"belezão" vive "galinhando" e "entortando o
bico"! Se não "entrar na linha" o "pau vai quebrar".
A gritaria dos torcedores, quase me impediu de ouvir quando
disse: "ponha a barbas de molho" porque se "pisar na bola”! A
vida "não é essa gelatina" que você pensa. Outra coisa, mude as
companhias, deixe aquele "mala sem alça", "amigo da onça".
Mande-o "chupar prego até virar
tachinha". Já fiz minha parte, "dependurei a chuteira". Não me
virei mais do que "azeitona em boca de banguela" para o
"folgado" ficar de "papo para o ar", "cozinhando o
galo", enquanto me "enfiam a faca"na Faculdade! Puxa vida, disse
o pai, bem agora, tenho que "tirar água do joelho". E foi.
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