O Instituto de Estudos Medievais da FCSH da Universidade Nova de Lisboa promoveu ao longo de 2022 um conjunto de dez videoconferências subordinadas ao tema “Viver, ler e rezar no Mosteiro de Lorvão (séc. XIII a XVI)”.
A abrir o ciclo, em Janeiro, Maria João Branco referiu o papel desempenhado por D. Sancho I, pelo bispo de Coimbra e pela Infanta D. Teresa no conflito com os monges de Lorvão que levou à sua expulsão e ao estabelecimento (em 1211) da primeira comunidade cisterciense feminina em Portugal.Na segunda conferência Maria do Rosário Barbosa Morujão salientou a importância dos arquivos para a salvaguarda da memória das comunidades monásticas.
Luís Filipe Oliveira proferiu a terceira conferência deste Ciclo abordando a presença de textos normativos das Ordens Militares nos códices de mosteiros cistercienses portugueses. Referiu-se, em especial, a um códice que pertenceu à biblioteca do Mosteiro de Lorvão, do qual fazem parte as Definições da Ordem de Calatrava (finais do século XIII).
A quarta sessão, desenvolvida por Eduardo Carrero Santamaría e intitulada “Espaço e liturgia nos mosteiros cistercienses femininos de Leão, Castela e Aragão”, incidiu na estreita relação entre o espaço monástico e a prática da liturgia cisterciense.
A sessão que decorreu em Maio contou com a participação de Ana Suárez González, que abordou a questão dos livros litúrgicos, nomeadamente dos livros da biblioteca do Mosteiro de Las Huelgas, em Burgos.
Versando sobre o monaquismo feminino cisterciense nos reinos de Castela e Aragão, a sexta videoconferência foi da responsabilidade de Ghislain Baury, que destacou a dinâmica das fundações, entre os séculos XII e XIV.
A sessão número sete (Setembro) foi da responsabilidade de Maria Amélia Álvaro de Campos e Luís Miguel Rêpas. As suas intervenções versaram sobre o direito de padroado que o Mosteiro de Lorvão detinha nas igrejas de São Bartolomeu e São Pedro, em Coimbra.
Mercedes Pérez Vidal apresentou a oitava sessão que versou sobre a comemoração da Paixão de Cristo no Mosteiro de Lorvão. Esta conferência contribuiu para melhor se entender como algumas celebrações litúrgicas se processavam no espaço monástico e igualmente compreender a devoção das monjas e das abadessas lorvanenses.
A nona - e penúltima sessão – a cargo de Luís Miguel Rêpas e Catarina Fernandes Barreira - abordou as temáticas do espaço e da prática da liturgia no Mosteiro de Lorvão (séc. XV e XVI) a partir do cruzamento das informações registadas na documentação produzida no âmbito das visitações aí realizadas com outros dados recolhidos nos códices litúrgicos da época.
A última sessão contou com Miguel Metelo de Seixas para desenvolver a questão do uso da heráldica em contexto monástico e, no caso de Lorvão, enquanto auto-representação de abadessas e de monjas.
Refira-se que este conjunto de comunicações foi coordenado cientificamente por Luís Miguel Rêpas e teve como objetivo principal estudar os códices litúrgicos iluminados que fizeram parte da biblioteca do Mosteiro de Lorvão, a primeira casa cisterciense feminina em Portugal.
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