Fotografia de Varela Pècurto (início da década de 80 do séc. XX) |
O Pisão de Lorvão constitui um interessante conjunto arquitectónico rural.
Possui um Lagar de Azeite com duas varas.
Uma delas é em pinheiro manso e será ainda do “tempo das Freiras” e a outra,
colocada em 1945, resultou de um eucalipto cortado na propriedade agro-florestal
com 10 hectares. Este lagar terá funcionado pela última vez há cerca de trinta e cinco anos.
Inclui também dois Moinhos de
Água, um de rodízio e outro uma azenha. São visíveis ainda as ruínas de um
Forno de Cal e de uma Casa de Tipologia Rural.
Em 2010 foi classificado como Conjunto de Interesse
Público (CIP). No preâmbulo da Portaria
n.º 637/2010, DR, 2.ª série, n.º 164, de 24 de Agosto refere-se que “este conjunto apresenta uma
notável coesão, unidade e integração no sítio e na paisagem, que se encontra
preservada.”
Aí é salientado também “o particular significado a
nível histórico-social e etno-tecnológico local deste conjunto.” Em 2010, e
segundo se refere na citada Portaria, o Lagar de Azeite “possui ainda todo o
equipamento essencial a um lagar de varas, sendo um exemplar tipológico que se
salienta pela sua originalidade e escassez”.
O site da Direcção- Geral do Património Cultural contempla
também o Lagar do Pisão. E diz-se aí o seguinte: “De entre a multiplicidade de
edifícios erguidos ao longo dos tempos, sobressai(…) o Mosteiro de Lorvão. Mas
destacam-se, de igual modo, outras estruturas, as quais, embora despojadas da
monumentalidade que lhe é característica, nem por isso são menos importantes
para o conhecimento do ser e do sentir das gentes locais, materializados em
vestígios de um quotidiano já esbatido perante a voracidade do tempo e,
sobretudo, evolução tecnológica.
Este "conjunto arquitectónico”
teve obviamente estreitas relações com o
Mosteiro: “Uma cercania que não era, de
facto, fortuita, pois, apesar de evocativos de um tempo moldado pelas
exigências de uma vida dependente da agricultura, os engenhos utilizados
destinavam-se, na sua expressiva maioria, a suprir algumas das necessidades
diárias dos residentes no Mosteiro.”
A par da cal produzia-se azeite de alta qualidade num
lagar de varas, e ainda linho pisoado. Daí virá o nome "Pisão" dado
a este local.
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