O nº 6 da revista Antropologia Portuguesa publicou, em 1988, um excelente artigo de Edgar Lameiras, intitulado "Contributo para o estudo da navegação comercial e dos sistemas primitivos de transporte de carga do rio Mondego a montante de Coimbra".
Trata-se de um importante texto para a história da barca serrana e dos barqueiros do Mondego. O autor apresenta-nos, em apêndice, uma "Relação dos barqueiros ainda vivos [até Junho de 1987] dos diferentes lugares, ao longo do Mondego", que fazendo fé do rigor da investigação, abrangerá, se não todos, a maioria dos "últimos" barqueiros.
BESTEIRO
Arlindo Alves
CANEIRO
Américo Ralha
António Lopes Moreira
José Calhau (dono, em tempos, de uma barca. Chegou a ter ao longo da sua vida
5 barcas).
Manuel Calhau
Mário Lopes
Zé d'Assunção
CARVALHAIS
Manuel de Oliveira
CARVALHAL
Alípio Martins
Artur Ferreira
Américo Poças
Joaquim Silva
CARVOEIRA
António Caixeiro
António Pais
António Tomás
Constantino Grilo
Daniel Caixeiro
Jaime Oliveira (dono, em tempos, de urn barco)
Leonel Tomás
COIÇO
José das Carvalhas
CUNHEDO
Afonso Ferreira Febras
José Ferreira Febras
Manuel Ferreira Febras
GONDOLIM
António Lopes Flórido
António Maia de Oliveira (foi barqueiro só ate aos 20 anos)
António Martins Belbouche
Joaquim Martins Belbouche (dono, em tempos, de um barco)
Leonel Martins Branco
Manuel Duarte (dono, em tempos, de uma barca de passagem )
MIRO
Alípio Alves
Alípio Fernandes
David d'Ascenção
Mário Fernandes
OLIVEIRA DO MONDEGO
António Costa (dono, em tempos, de uma barca de passagem)
PONTE (de Penacova )
Alípio Manso
Alípio dos Santos
Alípio da Silva Cruz
Daniel Praça
Daniel da Silva Cruz
Henrique dos Santos
Joaquim Pinéu
RAIVA
Manuel
REBORDOSA
Américo Granha
Eugénio FIórido
Henrique Padilha de Oliveira
Maximino Padilha de Oliveira
RIBA DE BAIXO
Diamantino (Carapinha) dos Santos (dono, em tempos, de um barco)
José de Adelaide
José Alves Novo
José da Cruz
Mário Alves
SOUTELO
Mauro da Silva Carvalho
SOITO
Abel da Cruz
António Martins Calrrinho (dono, em tempos, de uma barca)
Francisco Alves
José da Cruz
TERREIROS DE ST. ° ANTÓNIO
João Santos (dono, em tempos, de pelo menos seis barcos
VILA NOVA
Armando Alves
Armando Oliveira Courtão
José (da Rabeca) Ferreira da Silva
Luís de Oliveira Courtão
Edgar Lameiras resume o artigo do seguinte modo:
“Factores de diversas ordens faziam com que o rio Mondego fosse, desde tempos remotos, preferencialmente usado no transporte e exportação de mercadorias oriundas das diferentes localidades ao longo do rio: azeite, vinho, cereal e principalmente lenha, carqueja, ramalheira, carvão e madeira (cortada das encostas do concelho de Penacova) para Coimbra e Figueira da Foz. Já rio acima, transportavam produtos que as populações serranas carenciavam (por exemplo sal), sendo descarregados principalmente no Porto da Raiva (com as suas feiras às 2.as e 5.as feiras onde o material era rapidamente escoado). Vários eram os sistemas primitivos de transporte de carga a montante de Coimbra, que percorriam o Mondego: barca serrana, barco, barco de Palheiros, barco de passagem e barco do trabalhador. Mas vários condicionalismos contribuíram para o quase total desaparecimento destes tipos de embarcações, apesar de presentem ente alguns esforços terem sido feitos no sentido da sua preservação."
Excelente! A história do Rio Mondego e do Concelho de Penacova é muito interessante.
ResponderEliminarMuito interessante o tema. Levou-me até a buscar mais sobre a publicação da revista de 1988. Caro amigo, você sabe das preciosidades da história!
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