O deslumbramento dos Telhados
Os Barcos Rabelos d’agora
E outros que giram borda fora
Passam a ponte junta à Alfândega
Subindo o Rio Douro
Já bem perto da Foz
A corrente fica forte
Quando passa na Ribeira
Outrora sem eira nem beira
Estará embriagada, talvez
Com o “éter” das marcas seculares
Que se viram pr’ali em sucessivos patamares
As gaivotas gritam bem alto
E querem passar o socalco
Dos Telhados desnivelados
Que se põem caprichados
Na beleza que nos apresentam
São milhões de milhões de telhas
Umas novas, outras já feitas velhas
Pela humidade a bailar
Trazida de perto do mar
Lá da Foz, agarrada a São Pedro da Afurada
É bonito o rodopio do Rio
Belo o ar tranquilo do casario
Encantadora a arquitectura com brio
Notável o entrosamento das Cidades
Apetecível o cheiro dos petiscos
Agradável o palato após provas
Inconfundível o casamento das casas
Tanto novas como velhas
Mas deslumbrante, mesmo são as telhas
Na sua função de dar cobertura à ação, em fusão
Dos negócios da modernidade
Envoltos na novidade calibrada
Que desponta a cada esquina
Muitos provocando o Norte da vaidade
São telhas de todos os tipos
Cobrem os telhados dos pobres e dos ricos
Telhas cerâmicas, telhas de betão, telhas de ardósia
Lisas, de capa e canal, romanas, de marselha e de encaixe
E a boa telha lusa-predominante-que ao olhar traz relaxe
Sobretudo quando, ao pôr do Sol, se reflectem no espelho d’água no Rio
Luís Pais Amante
A minha “vista” a partir do “The Yaetman Oporto Hotel”
Este lugar é mesmo muito bonito.
ResponderEliminarMisturam-se pobres e ricos nesta zona de Gaia e Porto.
O poema é um retrato.
Que Lindo está este poema, Primo Luís. Parabéns
A bela visão da janela do Dr. Luís Amante, que nos presenteia com os telhados de Gaia e do Porto são uma verdadeira poesia visual.
ResponderEliminarEssa paisagem ganha ainda mais encanto ao entardecer, quando os telhados refletem a luz dourada, criando uma atmosfera mágica, é pura verdade.
Obrigada Dr. Luís
Como sempre lindo poema Luís! E eu que conheço bem o Porto percebo bem a paisagem que descreves! Abraço !
ResponderEliminarUm belo retrato da nossa invicta!
ResponderEliminarMaravilhosa descrição de um lugar tão bonito. Foi uma excelente "viagem" que acabei de fazer.
ResponderEliminarObrigada por isso.
Lindo poema, é realmente um privilégio ter a janela da casa azul
ResponderEliminarRealmente nunca lá estive...nem nunca vi....mas da maneira como foi descrito...foi como se eu tivesse fechado os olhos....e sentir-me lá.....parabéns....adorei!!!!!
ResponderEliminarOs olhares podem ser de mocho, águia ou falcão, de lince, lobo ou de leão, mas o detalhe do deslumbramento das telhas só é captado pelo olhar do poeta onde todos só vemos o Porto!
ResponderEliminarGrande abraço, Armando
Belíssimo poema. A vista é mesmo essa a partir do Yatman do outro lado da cidade. Tenho de revisitar o meu album de fotografias. Que bom recordar!!👏 👍
ResponderEliminarQue maravilhosa expressão para pintar um quadro belo que o meu poeta “desenhou”!
ResponderEliminarAna
Fantástico! Como não gostar de um poema, que retrata maravilhosamente a nossa invicta.
ResponderEliminarMais uma parabéns, Dr. Luís Amante.
Vemos através do olhar de Luis Amante neste poema o Douro e o Porto a partir de Gaia. Deixa-nos o desejo de revisitar o Porto neste ângulo menos conhecido.
ResponderEliminarNatalia
Obrigado, Luís!
ResponderEliminarMagnífico, como sempre.
Um abraço, desde a ilha Terceira.
Maravilhoso!!! As letras ganham vida e não só leio um poema, como vejo um filme. Beijinho de parabéns, Ana Maria
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