No dia em que início esta minha crónica, o meu velho coração está a transbordar de alegria.
Recebi uma fotografia do perímetro do Mirante, no Fundo da Vila, em Penacova, já sem o edifício do antigo hospital, que se encontrava numa degradação que me deixava entristecido, cada vez que lá passava ou que para lá olhava.
Efectivamente, nenhum Menino do Cruzeiro -com toda a carga emotiva que essa caracterização representa- podia tolerar o tempo, o modo e a incúria, que “conspurcava” perdoem-me a expressão, uma das paisagens mais belas do mundo.
Do mundo, repito!
Tenho escrito muito sobre o Fundo da Vila; o sítio onde fui uma criança feliz; onde passei o melhor tempo da minha vida; onde retornei -dando o exemplo prático de como bem elevar a minha terra- no caso com um investimento que orgulha a minha família toda, na recuperação/reconstrução da Casa Azul, local onde fixei residência, também para lá pagar uma carga grande de impostos, que nalguma coisa reverte para o nosso Município.
Fiz um poema que está publicado no meu Livro A Liberdade Actual, 35, pág. 88., onde “gritei”, registando “…Não chego a nenhuma conclusão, todavia / A não ser que se fez murchar este recanto na sua beleza / Com inação sucessiva que confronta a natureza / E comove a própria degradação…”.
Antes disso - publicado nos Livros Reflexos e Penacova Intemporal, 9, pág. 55 - diz o poema Cruzeiro de Penacova: “…Símbolo da nossa forte identidade / Quase milenar / Referência da nossa enorme capacidade/Para resistir /…Para não se deixar perder / Ou destruir”…
E, seria muito injusto da minha parte, não realçar hoje, aqui, “Da minha Janela” -onde via aquele “mamarracho triste”- que a sua demolição só foi possível pela persistência de um Menino do Cruzeiro, o Álvaro Coimbra” (que até foi o diseur do poema, no lançamento do Reflexos)!
Independentemente de “politiquices” eu gosto muito de reconhecer o que se faz bem, com tenacidade, com foco e, sobretudo, cumprindo o dever do que se traçou como objectivo; esperemos pela evolução…
Muito obrigado!
Luís Pais Amante
Concordo contigo era um assombro naquela paisagem inigualável. Como Penacovense e do fundo da Vila nem tenho palavras para descrever o que sinto. O "meu" não o "nosso" funfo da vila vai revigorar enfim vai ser o que merece
ResponderEliminarMais uma vez Luis impecável em tudo que escreves que é um reflexo do que realmente sentes. Beijinhos
Comentário de Rosa Manuela
EliminarPlenamente de acordo contigo Luís e já tive oportunidade de comentar uma outra publicação de um outro Penacovense nosso amigo. "Até que enfim" se começa a renovar o fundo da vila que frequentavamos em tempos idos na nossa adolescência.
ResponderEliminarParece que o Dr. Luís é uma figura estimada, trazendo à memória as tradições e histórias de Penacova enquanto olha com otimismo para o futuro da região. Manter vivas essas crónicas é essencial para preservar a identidade local e inspirar as novas gerações. Um bem-haja, de fato, por esse compromisso com a comunidade e o legado da sua terra!
ResponderEliminarManuelita Sampaio
Em boa verdade ninguém merece ter na sua terra uma edificação que corrompe tanto uma beleza sem igual.
ResponderEliminarEduardo Miguel BECAS
É com muito orgulho que faço parte do concelho de Penacova....por lá (Penacova) passei os melhores momentos da minha juventude...tanto em diversão...como em trabalho...pois foi no hospital que comecei a minha carreira profissional...não posso deixar de valorizar as pessoas maravilhosas que tão bem me acolheram...e que completavam com as suas paisagens lindíssimas...temos que continuar a progredir...a estimar....e a valorizar esses que fazem parte para sempre nas nossas vidas..!
ResponderEliminarE como é bom nós termos alguém - que “politiquices” reconhece o trabalho feito.
ResponderEliminarSó os seres superiores conseguem valorizar o seu semelhante.
👌👏👏👏
ResponderEliminarFelicito a resolução de um problema essencial mente do Município, que ensombrava a beleza da nossa terra, Penacova.
ResponderEliminarAna Marques Lito
Presunção e água benta cada um toma a que quer!
ResponderEliminarTenho na minha memória as mais bonitas memórias dos edifícios em questão.
ResponderEliminarLamento, terem chegado ao estado a que chegaram.
Espero, sinceramente, que ali se ergue algo que potencie e eleve este mágico sítio.
Que se voltem a criar memórias felizes no Mirante e no Cruzeiro.
Rosa Teresa Amante
Pena é que em todas as terras do nosso Portugal não haja um Luís Amante! Grande abraço.
ResponderEliminarObrigatório que todos os que genuinamente admiram e amam Penacova consigam num gesto abnegado de grandeza dar o seu contributo para impedir que a estagnação .a degradação destruam um legado que exige e clama pela sua preservação.Infelizmente muitas vezes interesses obscuros ditam o infortúnio…!
ResponderEliminar