O Programa SABER FAZER, que é uma iniciativa da Direcção Geral das Artes (DGA), pretende fazer “o mapeamento e a caracterização das artes tradicionais em território nacional”. Este programa surge no âmbito da Estratégia Nacional para as Artes e Ofícios Tradicionais (2021-2024) e assenta em quatro pilares - preservação, formação profissional, capacitação e promoção.
Assume-se a produção artesanal tradicional como um sector dinâmico, inovador e sustentável, que contribui ativamente para a riqueza e diversidade do património cultural e para o desenvolvimento socioeconómico do País”. A Direcção Geral das Artes “valoriza o Saber Fazer como um património cultural único, à luz dos desafios e das exigências atuais e criou medidas para salvaguardar o reconhecimento e o desenvolvimento sustentável da produção artesanal, assentes em três eixos principais: transversalidade, territorialidade e tecnologia.”
O Programa Saber Fazer “assume a produção artesanal tradicional como uma atividade viável e sustentável, com enorme relevância para as questões mais prementes do nosso tempo: preservação de conhecimento, produção sustentável, consumo responsável, respeito pelo clima e pelo bem-estar em comunidade.”
Entre as primeiras medidas a implementar pelo Programa estão Atividades Pedagógicas e um conjunto de Rotas do Saber Fazer, sendo que a mais estruturante é o Repositório do Saber Fazer, concebido como um portal de entrada para conhecer e cultivar as artes tradicionais e o conhecimento que lhes é inerente. Esta plataforma digital, que já contempla os Palitos de Lorvão, pretende reunir e disseminar conhecimento sobre a produção artesanal tradicional, promovendo a transmissão desse conhecimento e a continuidade das atividades artesanais.
Foi neste contexto que o Centro Interpretativo do Mosteiro de Lorvão recebeu, no passado sábado, o "Laboratório de Intervenção Territorial (LIT) Palitos de Lorvão: Saberes Partilhados”. A Direção-Geral das Artes, através do Programa Saber Fazer organizou esta iniciativa juntamente com o Município de Penacova.
Contou com a presença do vereador da Educação, Carlos Sousa, do representante do Centro Interpretativo do Mosteiro do Lorvão e da Penaparque, Mauro Carpinteiro, e da subdiretora da Direção-Geral do Património Cultural, Rita Jerónimo, tendo sido abordados diversos aspectos relacionados com a arte dos palitos.
Maria João Ferreira, do Programa Saber Fazer, fez uma breve apresentação do programa em causa e Rita Jerónimo teceu algumas considerações sobre o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.
Seguiu-se um painel, moderado por David Almeida, sobre experiências desta arte. Luís Silva, do Grupo Etnográfico de Lorvão, partilhou os seus conhecimentos e vivências de muitos anos e de igual modo a artesã Fátima Lopes, desde muito jovem ligada a esta arte, partilhou a sua experiência. Ana Cristina Mendes salientou o contributo do CEARTE para a certificação das produções artesanais.
Os Laboratórios de Intervenção Territorial são uma das linhas de atuação do Programa Nacional Saber Fazer e consistem numa proposta de dinamização dos lugares das práticas artesanais através do encontro, da cocriação, interdisciplinaridade e experimentação, dando visibilidade aos produtos e serviços artesanais de forma contextualizada, informada e criativa e integrando a produção artesanal na promoção comercial do património cultural.
Esta iniciativa nacional pretende proporcionar e potenciar o encontro de entidades de diferentes regiões, num espírito de partilha informal de experiências e saberes em vários domínios como o da produção, investigação, promoção, valorização e transmissão de conhecimento.
De referir ainda que, inserida na mesma acção, se realizaram duas Oficinas de Experimentação da arte dos palitos de Lorvão, orientadas pela artesã Fátima Lopes tendo como público-alvo os alunos de vários níveis de ensino. As oficinas que decorreram na sede do Agrupamento de Escolas foram muito bem acolhidas.
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