Foto de Luís Amante, publicada no Penacova Actual |
Mont’Alto
É para a colina que nos encima
Que corremos hoje
E a festa que ali se manifesta
Dar-nos-á prazer e recordação, depois
Levamos farnel às costas ou à cabeça
Água, vinho a granel, broa e panados
Enrolados em papel
Chouriço, febras para assar, tremoços
Bacalhau em pastel
Limonada
Laranjada
Tudo misturado com boa disposição
As moças, no caminho,
Vão “agarradas“ às saias das mães
Mas há outras que lhes fogem e ficam mais à frente
… De repente
Os rapazes aproveitam para as tentar seduzir
Elas ficam tão nervosas que só lhes dá para rir
O nosso Mont’Alto é uma romaria cristã
Centenária
O local é ermo durante quase todo o ano
Só se lhe conhece um vizinho sonhador
Chamado Aviador
Mas o Jovem não se esquece
Do tempo que ali se aquece na manifestação pagã
As toalhas à chegada são bem estendidas no chão
Mais à sombra ou mais ao sol pr’a passar a Procissão
Esta decorre alinhada logo a seguir à missa
Que por vezes é cantada pelo coro sem preguiça
As vendas são apregoadas
As fogaças leiloadas
Os donativos cumpridos
Até que o baile começa antes que ali anoiteça
E todos se vão embora
Ano, após ano, religioso ou profano
Esta vai sendo a nossa boa sina
enquanto Povo
Manter lá alto, na ermida, as tradições
Cozinhar - e regar - cá em baixo as ilusões
Porque isso nos ensina!
Luís Pais Amante
Telheiras Residence
8 Set 17, 19:30
Lembrando uma romaria popular a que ia antes de vir
para Lisboa, agora recordada pelo Prof. David Almeida, que muito estimo.
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