09 abril 2017

XIV Capítulo da Confraria da Lampreia mostrou vitalidade do movimento confrádico e vestiu de festa as ruas de Penacova




Realizou-se ontem, em Penacova, o XIV Capítulo da Confraria da Lampreia, com a presença de 33 Confrarias, vindas dos mais diversos pontos do País. Depois da recepção oficial na Câmara Municipal foi servido o pequeno almoço na Pérgula Raul Lino. O tradicional desfile iniciou-se no Mirante Emídio da Silva, terminando no Largo Alberto Leitão. Ao longo do percurso, as varandas estavam engalanadas com as tradicionais colchas. Ao som da Filarmónica, os aplausos foram também traduzidos pelo lançamento de pétalas e papelinhos coloridos, conferindo um ambiente de festa (que na realidade existiu) à vila de Penacova.

A Cerimónia de Entronização de Novos Confrades decorreu, de imediato, no Auditório do Centro Cultural, na Eirinha. Na sequência dos propósitos definidos pela actual Direcção no sentido de convidar “novos Confrades Amigos” nomeadamente, as Juntas de Freguesia ribeirinhas, foram entronizados, em representação das Juntas de Freguesia de Friúmes/Paradela da Cortiça, Oliveira do Mondego/Travanca do Mondego e Lorvão, António Fernandes, Anabela Santos e Mário Escada, respectivamente. Enquanto Confrades-Empresa, António Dias / Hotel Rural Quinta da Conchada e Maria Ducelina Batista / Restaurante O Cortiço. Foram ainda entronizados mais seis novos Confrades: Graça Maria da Cunha Gonçalves (Professora), Mário Filipe Maia Lopes (Chefe de Cozinha), Maria de Lurdes Amaral Simões (Professora), Pedro Centeno de Sande Ribeiro (Designer), Pedro Raposo de Almeida (Biólogo), Sandra Ralha Silva (Professora) e Rosa Teresa Amante (Oficial de Justiça). 

A “Oração de Sapiência” foi proferida pelo Dr. Bernardo Quintela e Drª Catarina Mateus subordinada ao tema “Duas décadas dedicadas à Conservação e Gestão das Lampreias no rio Mondego”.(1)

A mesa da sessão de encerramento foi constituída pelo Mordomo-Mor da Confraria da Lampreia de Penacova, Luís Pais Amante, pelo Presidente da Associação das Confrarias da Rota de Cister, João Oliveira e pela Presidente da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas, Olga Cavaleiro. Usando da palavra, esta dirigente salientou a vertente do convívio entre as pessoas e a importância do “saber fazer”, da “tradição”, alertando também para a necessidade de reflectir sobre a origem dos produtos e das matérias primas, de pensar na preservação das espécies, de acrescentar conhecimento e perceber o que está para além da “tradição à mesa”. Por sua vez, João Oliveira, apelou à adesão de outras Confrarias que por algum motivo tenham afinidades com Espaços e Sítios Cistercienses. Recorde-se que a Associação das Confrarias da Rota de Cister, foi fundada em 2006 por iniciativa das Confrarias das Almas Santas da Areosa e do Leitão, Confraria Gastronómica da Raça Arouquesa e Confraria da Lampreia de Penacova, tendo aderido, posteriormente, a Confraria dos Gastrónomos do Algarve e Confraria Gastronómica da Região de Lafões. 

No uso da palavra, Luís Pais Amante, começou por endereçar um abraço ao “primeiro afilhado” da Confraria da Lampreia, António Matos Cristóvão, presente na sala, da Nobre Confraria do Melhor Peixe do Mundo, ainda em fase de constituição, desejando-lhe felicidades no trabalho que tem pela frente.

Uma segunda palavra, de “muita amizade e carinho” foi para os novos confrades, afirmando que “É com enorme prazer que a Direcção da Confraria da Lampreia recebe esta lufada de ar fresco “. Recordou-lhes: “Vão ter pela frente trabalho árduo - é para isso que servem as associações – mas estou convicto que esse trabalho vai ser gratificado no dia em que virem os vossos conterrâneos a olhar para vós e baterem palmas quando passarem, tal como o fizeram hoje com muita nobreza a partir das suas janelas”. E acrescentou: “Parabéns pela entrada e sucesso no futuro. A confraria será naturalmente mais para vós do que para nós.” 

De seguida, agradeceu “a toda a gente que fez o favor de vir à nossa terra”, e pedindo “desculpa - como se costuma fazer aqui na Beira - pela inexperiência numa tarefa tão grande como é um Capítulo desta envergadura”, dado tratar-se de uma direcção que tem apenas três meses de exercício. “Direcção, que tive o privilegio de escolher” e que já “ provou que é constituída por pessoas de uma garra inexcedível, pessoas que nas suas profissões já mostraram praticamente tudo o que tinham a mostrar”- reforçou. 

Reafirmou de seguida que “a Confraria vai até onde nós quisermos que ela vá” e nesse sentido a sua estratégia tem como primeiro objectivo: “Penacova, Penacova, Penacova”. “Isto que fique muito claro. Não faz sentido dizer que somos uma Confraria de âmbito nacional quando nos esquecemos da nossa terra. Vamos fazer ao contrário em termos estratégicos. Vamos, primeiro posicionarmo-nos na nossa terra, de seguida evoluir na nossa terra, e depois, sim, da nossa terra partir para o resto do nosso país.” – explicitou.

Recordou ainda uma máxima da direcção:”Fazer diferente não é fazer contra ninguém”. E nesse sentido acrescentou: “Vamos continuar a querer fazer diferente para enaltecer a nossa terra, e enaltecendo a nossa terra transmitir os valores que os nossos antepassados nos deixaram e tentar com modéstia, mas com firmeza, levar o nome da nossa Confraria e o nome dos nossos produtos endógenos a todo o País”.

Dirigindo-se à Presidente da Confederação, afirmou que “o movimento confrádico pode saber que tem aqui um grupo de Beirões frontais e leais” que quando dizem presente é porque sabem que podem dizer que estão cá. “Nunca mais ninguém vai ouvir dizer pelo menos através dos seus órgãos, que é uma Confraria muito importante. E que depois, se começa a tentar perceber onde é que está e não se encontra em lado nenhum. Onde dissermos que estamos, nós estaremos. Com firmeza, com dedicação e com lealdade.” – fez questão de reafirmar.

Chamou de seguida ao palco os titulares dos órgãos sociais da Confraria dizendo: “Tenho o grande privilégio e orgulho de dizer que eu, Mordomo-Mor, não sou uma pessoa sozinha na minha terra, porque tenho aqui um grupo de pessoas que sabem que as questões da nossa Confraria se discutem nos órgãos próprios e as decisões que tomamos são decisões para levar a bom porto, por toda a gente, a partir do momento que são decididas”. Salientou ainda a existência de pelouros e de comissões de especialidade. Nesse sentido, referiu que se deve precisamente a uma dessa comissões, constituída por Fábio Nogueira, Vítor Seco e Manuel Nogueira a organização do presente Capítulo. 

Reconhecendo que o movimento confrádico está a atravessar uma certa crise, afirmou que está convicto que em Penacova essa crise está ultrapassada. 

Disse a terminar: “Criámos um grupo de gente de muito valor que vai ser, naturalmente, capaz de levar a bom porto os objectivos da nossa Confraria. Por mim farei aquilo que prometi no dia em que me propuseram para ser eleito: cumprir este mandato - fazendo aquilo que fiz ao longo de 40 anos - criar uma equipa capaz de, com juventude, determinação e muito respeito pelas pessoas e pelo trabalho alheio, continuar aquilo que os fundadores da nossa confraria fizeram. Muito obrigado a todos!”

Ainda antes de ser encerrada  a sessão, o Confrade António Ferreira interpretou o tema de Zeca Afonso “Traz outro amigo também”. 

A comitiva dirigiu-se de seguida para o Hotel Rural Quinta da Conchada, em Travanca do Mondego, junto à Barragem da Aguieira, onde foi servido o “Arroz de Lampreia à Moda de Penacova” a cerca de duzentas pessoas, que fizeram jus a um dos grandes objectivos do movimento confrádico: o convívio e a confraternização genuína entre pessoas, a partilha da mesa e o valor da amizade.

(1) Dado o interesse e a actualidade deste tema o Penacova Online fará oportunamente uma síntese dos conteúdos abordados.































































26 março 2017

Penacovenses pelo Mundo: José Dionísio Rodrigues

Nasceu em 1947 em Travanca do Mondego de onde partiu para o Brasil teria os seus 10 anos, acompanhando os seus pais e irmãos. Celebrou o 70º aniversário no dia de S. José. O Penacova Online, que noutras ocasiões (1) fez referência ao seu percurso profissional e empresarial, publica agora um pequeno apontamento saído na imprensa do Paraná. Parabéns!

UMA FESTA PARA O EMPREENDEDOR DIFERENCIADO
José Dionísio Rodrigues: um campeão.
Os 70 anos de um dos publicitários mais representativos do Paraná, José Dionísio Rodrigues, foram comemorados na semana, em jantar organizado por amigos e familiares do “Português” num restaurante do Cabral.
Não pude comparecer, por força maior. Mas estive lá em “espírito e verdade”, pois além de admirador do fôlego especial desse empresário, eu o tenho na melhor parte de meu inventário afetivo.
A história do José Dionísio, a quem vir nascer profissionalmente, por primeiro no jornalismo, é um bom resumo do quanto importante é a livre iniciativa, o empreendedorismo, na construção da sociedade. Esses são, aliás, realidades que mostrei bem no perfil que fiz do criador e dirigente do Grupo OM de Comunicação*, ao fazê-lo um de meus personagens de um dos volumes do livro Vozes do Paraná.
A história do “Português” e de seus pais é relicário de superações, a partir da minúscula propriedade rural em Portugal onde o solo e os horizontes não mais podiam garantir o futuro da família especialíssima.
Dionísio: “ad multus annos”. Ou que “viva cem anos”, como os poloneses saúdam seus aniversariantes.

20 março 2017

Prémio de Pintura homenageia João Martins da Costa


Decorre até ao dia 7 de Julho o concurso de Pintura subordinado ao tema "Vale do Mondego e Penacova". Uma homenagem a este pintor de reconhecido mérito que em Penacova viveu largos anos e onde tinha as suas raízes familiares.

O Prémio de Pintura Martins da Costa, instituído pelo Município de Penacova, tem como objetivo, de acordo com o projecto de regulamento,  "incentivar e premiar a criatividade na área da pintura e desenho e evocar a obra de João Martins da Costa, pintor que viveu grande parte da sua vida em Penacova." É aberto a todos os artistas locais e nacionais, estudantes de escolas artísticas e comunidade escolar em geral. 

Nasceu em Coimbra em 28 de Junho de 1921. Os pais eram penacovenses: José da Costa e Cacilda Martins. O seu avô materno fora industrial de latoaria na vila e o paterno, Abílio Costa, tinha sido proprietário de um veículo que servia de diligência entre a cidade dos estudantes e Penacova.

Frequentou o curso superior de Pintura da Escola de Belas Artes do Porto, onde foi discípulo de Dordio Gomes e de Joaquim Lopes. Premiado diversas vezes na escola, concluiu o curso em 1947 com a classificação de 18 valores. 

Em 13 de Abril de 2005 faleceu, não em Penacova, onde desde os anos setenta vivera e fora professor, mas em Matosinhos. 

“Martins da Costa – Contos Vividos” é o título do livro que no dia 23 de Julho de 2016 foi apresentado em Penacova. A obra teve coordenação editorial do jornalista penacovense Álvaro Coimbra. É uma edição do município de Penacova e foi prefaciada pelo escritor, investigador e cronista Hélder Pacheco. É composta por muitos dos textos escritos pelo pintor nas décadas de oitenta e noventa na imprensa local (quando residia em Penacova), bem como por inúmeras reproduções de alguns dos seus quadros e ainda parte do seu espólio fotográfico.

“O artista, o pintor, deixou uma obra extraordinária. O seu traço sensível e, ao mesmo tempo, firme e exato viajou por cidades como Florença, Porto, Londres, mas na última etapa da sua vida escolheu este cantinho. Pintou-o de vários ângulos, com um olhar muito próprio e deu-o a conhecer ao mundo.” – escreveu Álvaro Coimbra.

04 março 2017

Cartas brasileiras: A TRIPARTIÇÃO DO TEMPO

Como não ser saudosista, tudo em nós é apenas passado! Nunca somos, fomos ou seremos, é como se não existíssemos. Nada é, ou foi ou será. Não conseguimos viver o agora, esse exato minuto já foi, não podemos desfrutá-lo e fazer acontecer. Que cantemos ou choraremos o ontem, tudo vira saudade. Só que a danada não chega de repente, ela é como o alambique, pinga, pinga, vem aos poucos machucando a gente. Ainda bem, temos o amanhã, mas, ainda que logo ali, é sempre uma esperança, porém um desconhecido. O presente não passa de uma linha tênue entre o que foi e o que será. Como não ser saudosista e ou sonhador! É tudo que nos resta.
P.T Juvenal Santos

24 fevereiro 2017

Foz do Caneiro: há fascínios que se guardam no coração de quem a visita...

Portugal com um território tão pequeno apresenta-nos uma grande variedade de paisagens feita pela justaposição de relevos de vários tipos. Alguns rasgados por rios e planícies aluviais levam-nos a viajar não só pelas suas serras e aldeias como pela sua geomorfologia antiga.
Há fascínios que se guardam no coração de quem visita este tão pequeno território e esta imagem captada na Foz do Caneiro - concelho de Penacova é a prova disso . Uma imagem apetrechada pela própria natureza que não descuidou dos detalhes e que me deixou , desde a minha infância, fascinada.
Um percurso à beira Rio Mondego até Penacova faz daquela região um mosaico natural que levará aos mais atentos a uma comunhão entre a paisagem natural e a ocupação humana.
Os animais como o javali, a raposa, entre muitos outros percorrem as serras e as suas florestas . Todos em comunhão com os seus habitantes e em comunhão com o silêncio que ali se instala de dia e de noite.
A presença das acácias na época primaveril, embora , por vezes, anteceda a sua chegada, faz com que o espaço paisagístico nos preencha de esplendor e nos deixe com vontade de a ficar a admirar até anoitecer.
Sejam bem vindos aos Concelho de Penacova!

Sónia Marques Carvão

Publicada originalmente no Facebook (23/02/2017) 

20 fevereiro 2017

Serões no Mosteiro: Zita Seabra vem a Lorvão falar da mulher na política e no trabalho

O Mosteiro de Lorvão custodia, há mais de sete séculos, as preciosas relíquias dos corpos das Santas Rainhas Teresa e Sancha de Portugal. Nelas buscou-se a fonte de inspiração para um conjunto de cinco serões que o Mosteiro de Lorvão nos convoca nas últimas sextas-feiras de cada mês até Maio. No desejo de delinear mais expressivamente o rosto feminino da Igreja, a Paróquia de Lorvão, com o patrocínio oficial do Município de Penacova e com o apoio de diversas entidades locais e diocesanas, convidou algumas mulheres que aportarão o seu testemunho pessoal nas mais variadas dimensões: familiar, profissional, política, social, artística e, claro, religiosa.

O segundo serão no Mosteiro será no dia 24 de fevereiro, sexta-feira, pelas 21h. “A Mulher na Política e no Trabalho”: o tema será desenvolvido pela segunda convidada, Zita Seabra, ex-deputada e empresária editorial, numa conversa orientada pelo Pe. Pedro Miranda, Vigário Geral da Diocese de Coimbra.

A iniciativa contará com um momento musical protagonizado pelo Órgão de Tubos histórico do Mosteiro do Lorvão, com o organista João Henriques e acompanhado por instrumentistas de sopro da Filarmónica Boa Vontade Lorvanense (trompa: Paulo Lopes; clarinete: Diana Macedo). Contará também com a participação especial do Pe. Pedro Miranda que acompanhará com a flauta transversal.



Será também uma oportunidade para rever o filme promocional do Mosteiro de Lorvão!


PRÓXIMOS SERÕES

31 de Março de 2017 – 21h00 | “A Mulher na Sociedade”
Convidada: Isabel Jonet | presidente do Banco Alimentar contra a Fome
Momento musical: João Henriques (órgão)

28 de Abril de 2017 – 21h15 | “A Mulher na Igreja”
Convidada: Inês Vasconcelos | assistente na Capelania Hospital do CHUC
Momento musical: Escola Diocesana de Música Sacra

26 de Maio de 2017 – 21h15 | “A Mulher na Cultura”
Convidada: Teresa Salgueiro | cantora
Momento musical: Escola de Música de São Teotónio


04 fevereiro 2017

"Experiência turística e mostra de produtos invadem o Mosteiro de Lorvão"


Por se tratar de uma iniciativa de promoção do Mosteiro de Lorvão e do concelho de Penacova, publicamos o seguinte comunicado que recebemos via e-mail: 

No próximo sábado, 11 de fevereiro, Portugal com Paixão vai invadir o Mosteiro de Lorvão com uma experiência turística que irá contar o que ninguém conta sobre o monumento e realizar uma mostra de produtos regionais nos seus claustros.
Sob o lema “Contar o que ninguém conta...pelo Mosteiro de Lorvão”, Portugal com Paixão, em parceria com a Paróquia de Lorvão e o Município de Penacova, irão realizar no próximo dia 11 de fevereiro no Mosteiro de Lorvão uma experiência turística que terá inicio às dez da manha e terminará pelo meio dia. Nesta experiência serão revelados segredos, vistos lugares escondidos e saboreada a melhor doçaria da região. Tudo isto com a presença de personagens muito especiais que tudo sabem e nada querem contar... Uma visita diferente que terminará na Mostra de Produtos Regionais, a realizar-se nos claustros do Mosteiro, e que contará com a presença exclusiva de produtores de Penacova.
A Mostra de Produtos Regionais estará aberta entre as dez da manha e as dezassete da tarde e com acesso livre a quem visitar o Mosteiro de Lorvão*. Já se imaginou no meio dos claustros a degustar um chá ou a deliciar-se com uma nevada? Com certeza uma Mostra que envolverá a história, a tradição e gastronomia da região.
As inscrições na Visita são obrigatórias e limitadas. O valor por pessoa é 10€, menores de 12 anos é 6,5€ (inclui entrada no Mosteiro de Lorvão). Inscrições ou informações pelo email portugalcpaixao@gmail.com ou 968 902 458.
*A entrada no Mosteiro de Lorvão tem um custo de 2€.


Mais informações:
915 432 088

02 fevereiro 2017

Cartas Brasileiras: Cada um com sua mania


Em 1925, o médico Dr. Mariano Dias (nome de peso no espiritismo brasileiro), meu bisavô e avô maternos, tios-avôs e outros parentes, fundaram em Barretos (SP- BR), a “União Evangélica Fé e Esperança”, com a finalidade de congregar pessoas para o estudo e prática do espiritismo, constituir uma biblioteca, manter um posto-médico-homeopático, uma farmácia, que fornecia medicamentos gratuitos aos necessitados, e um asilo destinando à assistência e tratamento de alienados.
Na foto é possível identificar e nominar os meus parentes, mas deixemos isso de lado.
Quando crianças, com meus irmãos e primos, atravessávamos uma pinguela de madeira, estreita e comprida, sob a proteção de uma legião de anjos, para buscar cheirosas mexericas no Asilo dos Loucos. Íamos também para lá com nossos pais. Enquanto os adultos cuidavam das coisas ou participam de grupos de orações, nós perambulávamos pelo asilo.
Havia louco de todo tipo, os mais agressivos eram isolados, uns tinham que ser submetidos à camisa-de-força. Outros arrancavam a roupa toda, preferiam deitar no chão, tendo cama na cela. Havia uns calmos, ficavam soltos perambulando pelos corredores e quintal, buscavam contato com as visitas, se aproximavam, chegavam rindo.
Havia uma louca que gostava de comer caixa de papelão de pasta de dente. As de casa eu guardava e levava para ela.
É, cada um com sua mania. 
Cuidava do asilo a Sra. Anna Joaquina Gomes Ribeiro, minha tia-avó, o marido (Tio Antônio) e seus filhos. Ela ficou conhecida na nossa cidade como Dona Ana, virou Donana, e para nós Vonana.
Ela tinha uma mania, fazer o bem.