27 setembro 2015

Invasões Francesas: o povo humilde e obscuro, que, sem entender porquê, foi violentamente agredido e ultrajado.

O tema das Invasões Francesas ocupa,  por esse mundo fora, páginas e páginas dos livros de História. Batalhas, generais, heróis, vencedores e vencidos, mortos em combate... E sobre as vítimas mais humildes e ignoradas, as populações civis espoliadas, cruelmente martirizadas e assassinadas, quantas páginas se escreveram?
É enquadrada nesta interrogação que a historiadora Maria Antónia Lopes,  da Faculdade de Letras e Centro de História da Sociedade e da Cultura da Universidade de Coimbra,  tem vindo a centrar as suas investigações. Entre outros trabalhos, escreveu para o 3º volume da obra O Exército Português e as Comemorações dos 200 Anos da Guerra Peninsular um capítulo intitulado  “Sofrimentos das populações na terceira invasão francesa. De Gouveia a Pombal”. Apesar de não referir casos ocorridos no nosso concelho, sabemos que também esta zona foi flagelada.
Como apontamento (porventura longo) transcrevemos de seguida algumas partes do referido estudo que nos transportam para uma realidade da qual nos chegam apenas vozes distantes e muitas vezes desfocadas...

Infografia incluída no trabalho de Maria Antónia Lopes

(...) Sabemos que as Invasões Francesas deixaram atrás de si um rasto de destruição e morte. Sabemos, também, que a terceira, em 1810-1811, foi terrível para as populações.
(...)
Segundo António José Telo, a estratégia inglesa não visou proteger as populações portuguesas e nem sequer expulsar rapidamente o invasor, mas desgastar na Península os exércitos napoleónicos. Porque não interessava uma vitória rápida, evitaram-se as grandes batalhas e, quando estas foram inevitáveis, como a do Buçaco em 1810, os seus resultados não foram explorados. Wellesley (futuro duque de Wellington) rumou para Sul, abandonando Coimbra ao saque dos invasores, que decorreu nos dias 1, 2 e 3 deOutubro de 1810, até ser reconquistada pelas milícias comandadas pelo coronel Trant.
(...)
Detido em Torres Vedras ao longo de meses, o exército francês foi derrotado pela fome, frio, doença e desmoralização. A norte da frente de batalha ficara um país devastado e em muitas zonas deserto, pois as ordens inglesas tinham sido de evacuação total das povoações com destruição de searas, pontes, moinhos e tudo o que não pudesse ser transportado.
(...)
Em Março de 1811 os Franceses iniciaram a retirada. Desesperados pela fome, buscando mais a sobrevivência do que o combate, levaram as atrocidades ao último grau, apanhando as populações em fuga, a quem torturavam e matavam para lhes extorquir víveres. Coimbra foi poupada, pois Massena não conseguiu entrar na cidade. Conduziu então os seus homens para Espanha pela margem sul do rio Mondego, onde a carnificina prosseguiu. Nos dias 19 e 20 de Março, sem encontrar nada para comer, as tropas francesas espalhavam-se por Pinhanços, Sandomil, Penalva do Castelo, Celorico da Beira, VilaCortês, Vinhó, Gouveia, Moimenta da Serra, etc. As populações do concelho de Mangualde já tinha evacuado as aldeias, no que chamaram o “3º desterro”, isto é, a fuga para os matos, onde procuraram sobreviver escondidas dos invasores. O 1º desterro tinha sido em Setembro de 1810 e o 2º em Dezembro do mesmo ano e Janeiro de 1811.
(...)
À fome e aos assassínios, e acompanhando as vagas de desalojados e de órfãos, sucederam-se as epidemias. Regressados a suas casas, as populações encontraram a destruição e os campos estéreis. A escassez de géneros tornou-se aflitiva e os preçosdispararam. Só muito lentamente a situação se normalizou. Nunca a população civil portuguesa vivera um período tão trágico.
(...)
Sintetizando as informações que lhe chegaram dos párocos, o provisor da diocese de Coimbra – vasta região, englobando o norte do actual distrito de Leiria e ainda uma pequena porção dos de Aveiro, Guarda, Viseu e Santarém – abre assim o seu relatório de Dezembro de 1811:
“O bispado de Coimbra... [que] contém 290 paróquias, apenas contará 26 delas onde não entrasse o inimigo. O terreno de todas as outras foi por ele calcado, desde o dia 21 de Setembro de 1810 até ao meio de Março de 1811”. A miséria é geral, diz o provisor. Segundo os seus cálculos, morreram violentamente às mãos dos soldados 3.000 pessoas e em consequência da epidemia que se seguiu, teriam falecido, no mínimo, 35 mil habitantes da diocese.
(...)
O marquês de Sá da Bandeira presenciou o sofrimento das populações na
retirada das forças francesas: “Encontrámos as povoações saqueadas e desertas, e muitas casas incendiadas. Os poucos habitantes que ao caminho nos vinham encontrar, homens, mulheres e crianças, apresentavam o aspecto o mais desgraçado; famintos, cobertos de farrapos, e parecendo alguns terem perdido a razão. A presença destes infelizes indivíduos causava o maior dó. Soldados e oficiais do exército aliado procuravam socorrê-los, partilhando com eles das suas escassas rações, que eles comiam com a avidez da fome”
(...)
Um Aviso Régio de 25 de Março de 1811 mandou proceder ao registo dos estragos, incêndios e mortos provocados pela última invasão.
(...)
Para se cumprir o Aviso, foram encarregados os párocos de elaborar relações dos prejuízos e vítimas das suas freguesias. (...) Quanto aos mortos causados pela epidemia, segundo as mesmas fontes, foram em números avassaladores. Na Figueira da Foz, onde não houve assassínios porque os invasores não passaram por lá, sucumbiram 4.135 indivíduos por doença, entre naturais e refugiados. Em Vila Verde, povoação vizinha onde também os invasores não entraram, estão assinaladas 290 vítimas da epidemia, além dos estragos causados pelos fugitivos que se acolheram à freguesia.
Grande parte do percurso dos Franceses, à entrada, efectuou-se pela margem norte do rio Mondego, mas repare-se que a maior mortandade se encontra ao longo das estradas a sul do rio, isto é, no trajecto utilizado na retirada e, por certo, também, nas incursões efectuadas durante a imobilização nas linhas de Torres.
(...)
Eis as palavras do prior de Pelmá:
“Não se podem numerar, nem tão pouco vir no miúdo conhecimento dos atrozes procedimentos dos bárbaros procedimentos que os inimigos cometerão nesta freguesia; e jamais poderá haver quem miudamente descreva suas atrocidades porque eles executavam quantas barbaridades lhe[s] vinham à imaginação. Sim, Excelentíssimo Senhor, o seu brutal apetite não perdoou ao sexo octogenário nem à pura inocência e, não satisfeitos desta calúnia e violência, moeram estas com pancadas, de que se tem seguido infinita mortandade. Nesta igreja nada deixaram que imagens mutiladas e degoladas; [...].Pelo que pertence aos roubos desta freguesia é incalculável o seu valor, porque, ainda que se quisesse fazer uma exacta averiguação pelos moradores, estes mesmos não saberiam dar uma exacta conta de sua perda porque levaram todos os gados de todas as qualidades: bois, bestas, porcos, cabras, ovelhas, perus e galinhas. De pão, vinho, azeite e legumes nada ficou nem vestígio. Pelo que pertence a roupas, as que lhe[s] não faziam conta rasgavam e faziam dela aos cavalos cama para que deste modo apodrecesse e os donos semnão utilizassem. Trastes de casa era com que os malvados faziam as fogueiras e aqueciam os fornos; toda a qualidade de louça a faziam mais miúda que sal [...]. Mas o procedimento que mais horroriza destes infames bárbaros, é as mortes que perpetraram nesta freguesia, que julgando este povo que lhe[s] escapava pelos bosques e fragas, não lhes escapou de trilhar a unhas de cavalo as fragas mais ásperas e esconderijos mais invadiáveis aonde apanharam quase todo o povo, aonde mataram 56 pessoas umas à bala, outros enforcados e outros a baioneta e também a espada; e os que não morreram logo, ou têm morrido ou ficaram mutilados e se acham na disposição de durarem pouco, porque além destes golpes, os deixavam nus e descalços. Entre o número de mortos foi o padre Miguel Lopes Alumbre que depois de lhe darem um sem número de picadas, lhe arrancaram as barbas, tiraram-lhe os olhos e afinal o passaram com duas balas”
(...)
Os párocos de Arganil, Vila Cova de Alva e Góis também narram as barbaridades cometidas. O primeiro descreve a morte de um colega de 76 anos: “Foi morto pelo modo o mais cruel: depois de ser atormentado cruelmente no campo, aonde foi achado, daí foi trazido com uma corda ao pescoço para sua casa, aonde depois de lhe[s] ter dado todo o dinheiro que tinha escondido em várias partes, o mataram à espada e baioneta, castrando-o sobre a cama e levando em um barrete eclesiástico as suas partes pudendas”
(...)
Foquemos agora só as mulheres, muito massacradas nesta invasão.
(...)
É possível que o recuo do exército, com a soldadesca desesperada de esgotamento e fome, tenha sido mais dramático para as mulheres. O pároco de S. Miguel de Poiares, terra invadida nas duas vezes e onde a percentagem de vítimas femininas atinge os 73%, afirma que pelo Natal de 1810, embora os invasores os tivessem colhido de surpresa, as mortes e atrocidades foram muito menores do que nos três dias que aí estiveram em Março do ano seguinte.
(...)
Como morreram estas mulheres? Os dados são escassos, mas sabemos que em Góis pereceu uma a tiro (quando fugia) e as outras “a golpe de ferro”; que em Vila Cova de Alva, Bernarda Maria, viúva de 60 anos, por ter “resistido as desonestidades que lhe queriam fazer lhe deram um tiro”; que em Arganil, Mariana Mendes, viúva, foi morta a espada e depois queimada e a Maria, casada, arrancaram-lhe a língua e mataram-na com tormentos vagarosos; e que em Nogueira do Cravo (concelho de Oliveira do Hospital) assassinaram três mulheres (sendo duas entrevadas) “com tanta barbaridade que lhes
tiraram os olhos e arrancaram a língua”
(...)
Recordemos que a fome desesperava os soldados e que as mulheres mortas eram camponesas, isto é, as guardiãs dos víveres. É bem possível que as mortes e torturas de que foram vítimas se expliquem pela sua resistência em ceder os mantimentos.
A violência contra as mulheres em tempos de guerra traduz-se sempre em crimes sexuais. Disponho de pouca informação sobre o número de vítimas de violação, a quem alguns párocos chamam cruamente “mulheres estragadas” ou, pelo contrário, de forma muito casta, “mulheres vistas”. Como veremos adiante, é assim que elas próprias se designam. Lemos já o testemunho do prior de Pelmá que, escolhendo cuidadosamente as palavras, se referiu à violação de meninas e de anciãs, mas é para os arciprestados de Sinde e Arganil que temos mais notícias. Assim, em Sarzedo (concelho de Arganil), onde foram mortas quatro mulheres (os homens foram 10), as “moças aprisionadas e estragadas” atingiram o número de 56; em Meda de Mouros (concelho de Tábua), com 13 vítimas mortais (10 homens e 3 mulheres), o pároco assinalou 43 “mulheres que foram estragadas”; em Celavisa (concelho de Arganil) a soldadesca levou consigo “15 raparigas da freguesia que voltaram estragadas”. Em três outras povoações regista-se que “foram muitas” as mulheres violadas. Afirma o pároco de Mouronho (concelho de Tábua) que os
Franceses passaram “à maneira de tempestade” e que foram as mulheres que mais sofreram com a sua violência. Em Góis, terão escapado à violação ou, então, o vigário preferiu não esclarecer o assunto: “Roubaram desta freguesia, na primeira vez que entraram, 25 mulheres e raparigas, que, indo fugindo, ficaram dentro do cerco; e todas depois de roubadas as faziam carregar com os fardos e mais coisas que furtavam, pondo-as todas descalças e com poucos vestidos, mas por misericórdia de Deus pouco tempo estiveram em poder do inimigo, algumas apenas duas horas, outras seis, e logo vieram ter a suas casas”.
(...)
Como o exército aliado vencera a batalha do Buçaco a 27 de Setembro de 1810, em Coimbra comemorou-se efusivamente. Mas Wellington decidiu rumar a Lisboa, abandonando aquela cidade, onde só na madrugada do dia 29 de Setembro se percebeu que o exército inimigo se encontrava às suas portas. Foi ordenada a total evacuação da urbe e a destruição de tudo o que não pudesse ser transportado. Em pânico, pobres e ricos, padres e freiras, velhos e novos, fugiram em direcção a Lisboa e ao porto da Figueira da Foz ou embrenharam-se por matos e pinhais, mas muitos foram capturados e violentados na estrada real. Outros, impossibilitados de caminhar por doença ou velhice ou esperançados na clemência do invasor, permaneceram e sofreram as consequências.
(...)
Igrejas, conventos, colégios, recolhimentos, câmara municipal, seminário, misericórdia, lojas, casas particulares... tudo foi saqueado.
Populações massacradas, aterrorizadas e espoliadas.
Vítimas não necessariamente heróicas, gente que nem sequer integrou as guerrilhas ou clamou pela pátria. Apenas povo humilde e obscuro, que, sem entender porquê, foi violentamente agredido e ultrajado.

26 setembro 2015

Batalha do Bussaco: memórias do dia vinte e seis de Setembro 205 anos depois


Gravura representando a Batalha do Buçaco - 27 de Setembro de 1810 - publicada em Londres, em 1 de Junho de 1815, por J. Jenkins, 48 Strand. Existe no Arquivo Histórico Militar, Lisboa, Portugal, e é identificada com o código PT-AHM-FE-10-A7-MD-12.A…

Noite de 26 de Setembro de 1810

Massena reune-se com Ney,Junot, Reynier, Fririon,Eble e Lazowski. Ney considera que o ataque já devia ter sido feito enquanto o exército anglo-luso ainda não tinha concentrado as suas tropas e por isso entende que o melhor seria retirar para Viseu e daí seguir para o Porto ou para Almeida. Junot, Fririon e Eble tinham a mesma opinião mas Reynier e Lazowski, apesar de acharem difícil o ataque, entendiam que havia algumas possibilidades de êxito. Massena decide-se pelo ataque e retira-se para o quartel general em Mortágua.

Para a batalha os franceses posicionaram-se do seguinte modo:

O 2º Corpo de Reynier abandonava a estrada que ligava Mortágua ao Botão, próximo de Santo António do Cântaro e atacava procurando romper o dispositivo inimigo:

-A divisão Merle formaria junto de Pé da Serra

-O general Foy ocuparia Santo António do Cântaro

-A brigada Arnauld e a cavalaria ficariam em reserva à retaguarda de Sto António.

O 6ºCorpo de Ney deslocar-se-ia na Estrada Mortágua-Luso. As 3 divisões deste Corpo formariam a retaguarda de Moura

O 8º Corpo de Junot deveria deixar os seus bivaques no Barril e vir para a retaguarda do 6ºCorpo.

A cavalaria de Montbrun formava à esquerda da estrada Mortágua-Moura. Fica decidido também que Reynier e Ney atacariam em simultâneo.

O exército francês contaria com cerca de 64 000 mil homens.

Do lado das forças anglo-lusas:

No Montalto estariam 5 companhias da “Leal Legião Lusitana” e meia brigada de artilharia portuguesa;

Um pouco atrás, à esquerda o Corpo Hill ocuparia todo o alto da Chã, entre Galiana e Palmazes;

A 5ª divisão de Leith posicionar-se-ia entre a Portela da Oliveira e Santo António do Cântaro, bem como a divisão Picton e a divisão Spencer.

Em frente á ravina que desce a serra e passa a sul dos moinhos da Moura, estaria a brigada portuguesa Pack.

Dos dois lados do moinho de Sula estaria a divisão Craufurd e atrás desta a divisão Colleman constituída por portugueses.

Guarnecendo o moinho do Milijoso estaria a brigada portuguesa Campbell.

No flanco esquerdo a 4ª divisão Cole, barrando os acessos a Ninho de Águia e Cabeço Redondo em frente a Trezói. Em Monte Novo estaria a Legião Alemã.

A divisão de infantaria portuguesa comandada por Lecor ocuparia a região da Ponte da Mucel.

As milícias Trant, sedeadas em Mortágua vigiariam os caminhos que iam dar ao Sardão.

A cavalaria e a artilharia distribuir-se-iam:

-Próximo da Mealhada e em Avelãs do Caminho posicionar-se-iam as tropas inglesas de Cotton

-As tropas portuguesas (incluindo um regimento inglês) comandadas por Fane posicionar-se-iam na margem direita do Alva junto à Ponte da Mucela.

Refira-se que a artilharia estava em maior força em Santo António do Cântaro e na estrada defronte da profunda ravina defendida por Craufurd.

A parte da serra ocupada por Wellington era demasiado grande para ser ocupada integralmente mas havia a vantagem de existir uma estrada ligeiramente afastada da crista ao longo da qual se podiam deslocar as tropas sem serem vistas pelo inimgo e ao mesmo tempo, nas posições já referidas, poderem deslocar-se as tropas de um lugar para outro antes que os franceses tivessem tempo de escalar as alturas e dominar a situação.
FONTE: A BATALHA DO BUSSACO-MEMÓRIA, edição do Museu Militar do Bussaco, 1981

21 setembro 2015

As Vésperas da Batalha do Bussaco descritas por Simões de Castro


Muito se escreveu (e se escreve ainda hoje) sobre a Batalha do Bussaco. Muitos e muitos  relatos ficaram registados quer pela mão de franceses, quer de ingleses e portugueses. O texto que se segue,  não trazendo nada de novo, tem no entanto a particularidade de ter como autor Augusto Mendes Simões de Castro  que,  como todos os penacovenses sabem, deu origem à designação do Penedo do “Castro” outrora conhecido por Penedo da Cheira. Simões de Castro deixou muitas obras entre as quais o “Guia Histórico do Viajante do Bussaco” onde dedica um capítulo àquele acontecimento militar que marcou a nossa região, o país, e mesmo grande parte do “mundo ocidental”.
O capítulo começa com uma sextilha de Delfim Maria d’Oliveira Mata:

Aqui a águia vencedora
Ofuscar seu brilho outrora
Por nossas armas já viu;
-Empolgava quasi a Europa
Mas à forte lusa tropa
O colosso sucumbiu.

Transcrevemos a parte inicial do capítulo em causa:

“Junto dos muros do Bussaco se feriu no dia 27 de Setembro de 1810 uma famosa batalha, em que o exército anglo-luso, sob o comando de lord Wellington, ofuscou pela primeira vez a glória militar do afortunado e célebre Massena -o filho querido da Vitória, como lhe chamava Napoleão.
Havendo as tropas francesas invadido por duas vezes o nosso pais, sem que obtivessem vantagem decidida, a primeira em 1807 capitaneadas por Junot, e a segunda em 1809 por Soult, resolveu Napoleão mandar de novo invadir Portugal por um grande exército sob o comando do marechal Massena, que efectivamente transpôs a nossa fronteira em Agosto de 1810, depois de tomar Astorga e Ciudad Rodrigo.
Era Massena precedido pela grande fama de seus esplêndidos feitos militares; alcançara vitórias assinaladas, e ufanava-se de ter salvado a França com a batalha de Zurique, que havia ganhado contra os russos, e com a memorável defesa de Génova, com que facilitara a Napoleão a passagem dos Alpes. Trazia consigo generais
de grande perícia; e suas tropas eram numerosas, aguerridas e valentes. Os nossos soldados eram em menor número, grande parte recrutas, que nunca se tinham encontrado em campo com o inimigo. Bem desigual era pois o partido; todavia os brios
da nação tudo supriram, e o Filho Querido da Vitória, que segundo a linguagem soberba de Napoleão, vinha arrojar Wellington para o Oceano, teve de se reconhecer vencido e de evacuar o país depois de muitos revezes.
Entradas as tropas francesas em Portugal, o seu primeiro passo foi o cerco de Almeida. Uma terrível explosão, sucedida nos armazéns de polvora d'esta praça no dia 26 do dito mês de Agosto, obrigou a guarnição a capitular.
Tratou Massena imediatamente de dispor as coisas para realizar o seu plano de invasão, e ordenou aos diversos corpos do seu exercito fizessem colheitas e se provessem de viveres para dezassete dias- tempo que calculara o necessário para a conquista de Portugal.
No dia 20 de Setembro acamparam as tropas junto de Viseu. Esta cidade fora abandonada pelos habitantes, e Massena, encontrando-a deserta, ficou surpreendido e viu transtornados seus planos; pois não só esperava que o povo português o receberia bem, mas contava por consequência encontrar facilmente os necessários recursos para o exército prosseguir sem embaraço na sua marcha até Lisboa.
Convocou Massena os oficiais de estado maior, e alguns portugueses que trazia consigo, para o instruírem da estrada que mais conviria seguir em direcção a Lisboa, e deliberou que se marchasse pela de Tondela e que em Santo António do Cântaro se atravessasse a serra do Bussaco.
No dia 25 pôs-se todo o exército em movimento, e veio acampar em Tondela e cercanias. Encontrou esta vila deserta e completamente desprovida de mantimentos.
No dia 26 continuaram as tropas a sua marcha. Na ponte do Criz achou a vanguarda alguma resistência por parte dos aliados, mas depois de ligeiro combate abandonaram estes a ponte, deixando-a cortada. Repararam- na logo os Franceses e por ela pôde passar a artilharia; a cavalaria e infantaria passaram num vau pouco acima da ponte.
A vanguarda dos aliados continuou a afastar-se até Santo António do Cântaro, e neste ponto opôs forte resistência. Viram os franceses que lhes era impossivel vencer esta posição, e ao mesmo tempo descobriram uma força superior sobre a montanha do Galhano. Fizeram então reconhecimentos para todos os lados, mas foram rechaçados sucessivamente.
Nessas circunstâncias participaram a Massena (que havia ficado muito para trás) que os aliados se opunham à passagem da montanha com forças consideráveis.
Veio Massena reconhecer a posição, e seguidamente perguntou ao general Pamplona se julgava que os aliados ofereceriam batalha. Respondeu este que sem dúvida, visto como sobre a montanha se descobriam forças tão consideráveis. Disse então Massena, convencidissimo e em tom de oráculo: — «Eu não me persuado que Lord Wellington se arrisque a perder a sua reputação; mas se o faz, je le tien: demain nous finirons la conquête du Portugal, si en peu de jours je noyerai le léopard»
Mal diria Massena que dentro de poucas horas haviam as coisas de suceder tanto pelo contrário do que esperava!


09 setembro 2015

Cartas Brasileiras - Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos

Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos

Para eximir-me de algum deslize, adianto que sou “beia” em assunto de rodeio, mas não quero ser um “mofete”, espero não levar um “pialo” nessa minha tentativa.
Em agosto, Barretos, minha cidade natal, fica agitada. No dia 25 é comemorado o aniversário da cidade (161 anos) e durante dez dias Festa do Peão de Boiadeiro (20/08-30/08). Haja quem ponha restrição ao nome da festa, deveria ser Festa do Peão de Rodeio, por contar com a participação dos astros, enquanto o peão de boiadeiro se refere mais precisamente ao profissional que lida dia a dia no campo.

Não vai aqui nada de bairrismo pela escolha do tema dessa carta, já deixo claro, o evento não mais me causa arrepios, talvez porque a pele ressecada pelos meus passados setenta anos consiga controlar meus eosinófilos. Independentemente de tudo, vamos em frente. Aliás, a festa, realizada pelos Os Independentes, vai além dos espetáculos protagonizados pelos peões, que disputam diversos prêmios em diversas modalidades, haja shows de cantores.
O que me traz é a curiosidade da fala dos peões, a linguagem oficial atrás dos “bretes”. Se no futebol existe a Maria Chuteira, mulher que dá de cima dos jogadores, existe a correspondente a “Maria Breteira”, não largam do pé dos moços.
Os peões, na maioria jovens, se põem “traiados”, ninguém quer ser “carregado” ou “guaiaca”, e as “chayenes”, muitas delas usando “sedém no talo”, identificam facilmente um “faiado”, até mesmo as “dirrubadas” sabem quem é quem.
Bebida forte é um “trago”, pão duro é “escorpião no bolso”, e quem “está com medo para que veio”, é porque mal chega já quer ir embora. Existem muitas outras expressões usadas, a Internet pode ser fonte para consulta.

P.T.Juvenal Santos – ptsantos@bol.com.br
  
Abeia braba (abelha brava): Peão fraco, que não consegue ficar em cima do animal.
Abeia (abelha) ou beia:  quem em não entende nada de rodeio; inexperiente, peão iniciante.
Brete: cercado, curral, local onde os animais do rodeio ficam antes das provas de montarias começarem.
Carregado: Quem usa roupa country com muitas franjas e bordas.
Chayene: moça com traje típico vistoso com franjas,
Dirrubada (derrubada, caída): Péssimo rodeio; mulher feia
Guaiaca: Cinto de couro com vários compartimentos; peão mal trajado ou com roupa velha.
Faiado (falhado): cowboy de araque.
Mofete: pessoa chata
Pialo: tombo
Sedém: espécie de corda atada na virilha dos cavalos para fazê-lo pular mais.
Sedém no talo: Calça jeans bem apertada.
Traiado ou na traia: Adepto de roupa country legítima e completa (camisa listrada, chapéu bonito, botas e fivelas novas)




08 setembro 2015

Marcas do progresso chegaram ao Mont'Alto...em 1947

A romaria ao Mont'Alto continua a marcar a vida de Penacova num misto de Fé,  Tradição e Convívio. Muitas "histórias" vividas ao longo dos tempos podiam ser recordadas...

Nos finais do século XIX o percurso era feito a pé e os carros de bois transportavam os farnéis para aliviar o peso da caminhada:

"O Joaquim Catarino e o Benêjo andavam a trote a juntar os farnéis para os carros de bois da D. Maria da Pureza enquanto na casa da D. Joaquina de Melo e da D. Natividade se fazia outro tanto. Só pelas onze horas é que deslizava a caravana com os carros cobertos de verdura para ser mais fresco." 
                                                                                 Recorte de jornal

Outros tempos...

Mais tarde aparecem os automóveis, as camionetas, as motorizadas...
Quem se lembra do ano em que pela primeira vez subiu ao "Monte Alto" uma camioneta... ( a "Vagarosa Ligeira" ?) e uma moto?
Terá sido em 1947... E felizmente o fotógrafo estava lá!

A "triunfal" chegada da "camionete" do
Sr. Heliodoro do Casal
No ano seguinte alguém recordou em verso tão importante acontecimento:

TRANSFORMADO EM CARRO DE ASSALTO
FOI A PRIMEIRA VEZ UMA CAMIONETE
SEM ESTRADA À Sª DO MONTE ALTO
EM SETEMBRO DE MIL NOVECENTOS
E QUARENTA E SETE

ISTO COM GRANDE ALEGRIA
SEM PENSAR NO GASTO DA MOTA
FOI AO MONTE ALTO NO MESMO DIA
SEVERINO FIGUEIREDO DA MOTA

HOJE NOVECENTOS E QUARENTA E OITO
QUE JÁ VAMOS SEM SUSTO
IMITAI ESTES BEM FOITO
PORQUE JÁ VAMOS SEM CUSTO

AVANTE PROGRESSO

Nota: agradecemos ao Sr. José Alberto Costa a cedência da imagem bem como do recorte com as quadras alusivas.

30 agosto 2015

Quando o chafariz estava junto à torre da Igreja

Em complemento do "post" anterior, publicamos uma fotografia dos tempos em que o chafariz estava próximo da torre da Igreja. Foto que Pedro Viseu teve a amabilidade de nos enviar.


AINDA A HISTÓRIA DOS CHAFARIZES DE PENACOVA...

No início do séc XX Augusto Leitão (falecido prematuramente) dá início à construção do edifício que albergou a União Comercial, depois o Penacova Hotel, Repartições Públicas...enfim, um espaço que todos conhecerão.
Nesse local existia um antigo chafariz que foi demolido com as referidas obras. Na falta dele, alguns anos depois, Joaquim Leitão oferece à Câmara - facto que foi notícia dos jornais e tinha mesmo uma lápide com essa indicação - uma verba para a construção de um novo Chafariz que foi implantado junto à Pérgula, que à data não existia. 
A história deste chafariz (que tem saltitado de lugar para lugar...) daria para escrever algumas páginas, mas, por hoje, fica este pequeno apontamento.


Antigo chafariz demolido
 (foto da colecção particular de José Alberto Costa)
Localização inicial  do novo chafariz
Imagem actual 
A notícia do acto de vandalismo
(recorte de 1921)
Uma nota: vandalismo? questões políticas?...é que
por esta altura Joaquim Leitão seria Senador da República...

Post scriptum: para completar, mais uma fotografia. Esta de quando o chafariz estava perto da torre da Igreja. Teria sido a segunda localização.

17 agosto 2015

Festa de N. S. dos Remédios: recortes do passado


A notícia da festa de 1910
(ainda no tempo da monarquia)
no jornal concelhio e a lista
dos mordomos para 1911...
...e aqui, em 1931
Uma tradição centenária, como já sabíamos. E que, mais uma vez, em 2015, se repetiu.


15 agosto 2015

A propósito da Festa de Nª Sª dos Remédios este fim de semana em Travanca

Hoje, dia em que se venera Nossa Senhora, e de um modo especial, Nossa Senhora dos Remédios, em Travanca do Mondego, recuperamos o texto que em tempos já publicámos neste blogue.

Altar da capela de N. S. dos Remédios
em Travanca do Mondego
Senhora  Ourada [ou o Costume de ornamentar as imagens com adereços de Ouro] 

A oferta de objectos de ouro aos deuses será tão antiga quanto a existência do homem, e, entre as coisas que ainda hoje se oferecem a Deus e aos santos encontra-se a joalharia. Esta, neste contexto, assume a designação de joalharia devocional, porque fruto de uma devoção, e pode ser constituída por peças eruditas ou de carácter popular. No entanto, são estas últimas as mais oferecidas às diversas invocações de Maria, e a algumas santas de especial devoção das ofertantes.
O costume de ornamentar as imagens com adereços de ouro foi comum em todo o País, mas, na actualidade, está mais concentrado nas regiões do interior transmontano, alentejano e beirão. Na pesquisa efectuada a nível nacional encontramos, até ao momento, cento e quinze imagens no Continente, vinte na Madeira e quatro nos Açores, que ainda saem em procissão ataviadas com ornatos de ouro oferecidos pelas fiéis, e as quais denominamos Senhoras Ouradas. No distrito de Coimbra deparamos com cinco ocorrências, com a Senhora dos Remédios incluída.
Relativamente à estrutura, as imagens ouradas podem ser do tipo vulto perfeito, em madeira, pedra ou pasta pintadas, ou imagens de vestir. Nas primeiras, os ornatos áureos são-lhes colocados sem a adição de qualquer peça de vestuário. Contudo, em certas regiões, estas recebem um manto em tecido para usar no dia de festa juntamente com as suas jóias, como é o caso de Travanca do Mondego. Por sua vez, nas imagens de roca, ou de vestir, usam-se vestes completas desde roupa interior, vestido, manto e véus, aos quais se juntam inúmeros ornamentos áureos.
O tipo de adornos que embelezam o colo das imagens - cordões, voltas, gargantilhas, alfinetes de peito com pedras vermelhas e azuis(1), medalhas de santos e crucifixos - são comuns a todo o País. No entanto, há zonas que apresentam uma grande concentração de peças mais particulares, como os colares de gramalheira (2) em Trás-os- Montes e as libras com guarnição(3) no Minho. Na Madeira o número de cordões ou fios é muito superior ao número de medalhas ou ornatos, como aliás em quase todos os acervos que tivemos ocasião de apreciar. Todas as imagens ouradas usam brincos, e, se muitas delas já têm as orelhas furadas para esse propósito, outras, como a Senhora dos Remédios, usam-nos presos à cabeleira ou ao manto que lhes cobre a cabeça. Quase sempre ostentam brincos compridos, com incidência no tradicional brinco à rainha(4) mas, principalmente no Centro e Sul do País, podem ver-se vistosos brincos compridos de tipologias e influências diversas.
A forma como o ouro é colocado nas imagens varia de região para região. Pode ser colocado só nas mãos, só ao pescoço, espalhado sobre as vestes e, ainda, sobre toda a imagem e seu traje. Contudo, todo o ouro exibido comporta em si, quanto a nós, duas características - a expositiva e a ornamental. A primeira ocorre dado que uma das principais razões deste uso ser a de apresentar à comunidade os ornatos oferecidos pelo pagamento de promessas, e assim, pela sua exibição, mostrar que estes não foram alienados e continuam a fazer parte do espólio da Senhora ou da Santa. Depois, o carácter ornamental surgirá quando as jóias são usadas para engalanar e embelezar a imagem, para o dia da sua festa, à semelhança do que qualquer um de nós faz para um dia especial.
Este costume provoca diferentes reacções por parte dos responsáveis da Igreja Católica, e, se uns o aceitam, outros condenam-no. Não é nosso propósito fazer a apologia nem a detracção de tal prática. Queremos somente notar que é um hábito que ainda se mantém em muitas vilas e aldeias e que, por envolver ornamentos em ouro, faz parte de um estudo alargado, que estamos a elaborar, sobre os vários usos do ouro tradicional português durante o século XX.
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Notas:
1 Tipo de ornatos que entrou em uso a partir dos anos 40, do século XX, e que foram largamente utilizados até aos anos 80. Eram peças de formas geométricas, a lembrar as influências Art Déco, e também florais, numa evocação da Arte Nova, decoradas com vidros coloridos, principalmente azuis e vermelhos, que com a sua cor e aparência davam um ar de jóia com pedrarias, vistosa mas a um preço muito acessível.
2 O colar de gramalheira é uma peça de grande aparato e excepcional efeito ornamental constituída por um medalhão e o seu respectivo cordão. Este tem duas formas básicas; grandes elos ovalados com círculos no interior ou constituído por secções de malha intercaladas com argolas. O medalhão, que em muitas zonas do Minho se chama também simplesmente gramalheira, é uma grande peça ornamentada com elementos vazados e pedrarias de fraco valor.
3 Moedas de libra, ou moedas de imitação de libra, envoltas por uma cercadura filigranada ou cinzelada.
4 Peça de grande aparato, em filigrana. É composto por duas peças recortadas e vazadas, articuladas por argolins. A parte inferior do brinco apresenta ainda no centro uma outra peça circular, também articulada, cujo movimento os torna ligeiros e elegantes ao serem usados. São os brincos mais usados no Minho e, na zona de Viana do Castelo são os brincos por excelência de todas as mulheres quando envergam o traje regional, seja este de que tipo for.
                                                                                                       Rosa Maria Mota

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NOTA:
Travanca do Mondego venera Nossa Senhora dos Remédios. Por ocasião das festas de 2008 o Penacova Online publicou uma pequena reportagem fotográfica da procissão. Passado muito tempo, somos contactados por uma pessoa da zona do Porto, que nas suas pesquisas na internet tinha encontrado o nosso "post". Desejava  saber mais pormenores sobre o uso de colocar ouro na imagem no dia da Festa Anual, dado que estava a preparar uma tese de doutoramento.

É assim que, a nosso pedido, a Drª Rosa Maria Mota, doutoranda em Artes Decorativas - Ourivesaria, na Universidade Católica Portuguesa – Centro Regional do Porto teve a gentileza de nos enviar o texto que aqui fica registado e certamente será do interesse de muitos dos nossos leitores.

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Das antigas "pagelas" ao cartaz de 2015

09 agosto 2015

Cartas Brasileiras: Eu não sei por quê

Eu não sei por quê 

Procurar, eu procurei. Não sei por que não encontrei a que eu queria. Pode ter certeza, eu juro, não estou mentindo. Porém, do fundo do meu coração, sinto muito, me desculpe. Dê-me a mão, sou um estranho no paraíso, permanecer sonhador, esse é o perigo.

Mas, não seja por isso. Tudo bem, eu imploro perdão, mas você não deve se esquecer, eu nunca prometi um jardim de rosas. Então, é melhor você pensar sobre isso. Bem, você poderia fazer tudo se tornar realidade, eu lhe daria o mundo agora mesmo em uma bandeja de prata. Mas o que isso importa!

Devem estar pensando, o cronista pirou de vez. Não, estou bem. Tentei  encontrar a letra da música I don’t kow  why” (Eu não sei por quê), com a orquestra de Ray Anttony (20/01/1922), música que faz derreter qualquer coração ligeiramente apaixonado.  

Incrível, não encontrei a letra, mas descobri que ele segue vivo, como viva são suas interpretações. Encontrei outras com mesmo nome, nem de longe se comparam à inesquecível versão com Ray Anthony.  Como não queria ser um estranho no paraíso, e “Stranger in Paradise” é famosíssima com RayConniff, tentei redimir-me.

Para me desculpar, me fiz valer de “I Apologize”, que tem uma versão primorosa e imbatível  com Billy  Eckstine (08/07/14 – 09/03/93).

[clique na imagem para ouvir]
Por fim, para que ninguém reclame, porque não apresentei o prometido, posso dizer, eu nunca prometi aos leitores “Rose Garden”, como tão bem cantou Lynn Anderson (26/09/1947 – 30/07/2015), isso mesmo, ela se foi um dia desses.

P.T. Juvenal Santos